Capítulo 100

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Capítulo 100

Chuck

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Sinto meu suor pingar das pontas do meu cabelo e escorrer pelos cantos do meu rosto, enquanto tento recuperar o fôlego que perdi durante o treino, que o filho da puta do treinador me fez fazer antes do jogo. Gibson se aproxima e se senta no banco vago ao meu lado, me oferecendo uma garrafa de água. Capturo a garrafa da sua mão e a abro, virando logo em seguida metade do seu líquido na minha cabeça que está fervendo.

— Thomas diz que o time de Stanford são barra pesada — Gibson comenta, enquanto olha pra direção do time visitante se instalando nos nossos bancos reserva.

— Thomas diz que todos são barras pesadas — bufo e passo a mão no cabelo molhado, o bagunçando.

— Verdade — Gibson ri e transfere sua atenção para mim — Tem certeza que está bem para jogar hoje? O Dan não é o melhor substituto, mas dá pro gasto — Gregory tenta me fazer mudar de ideia, quanto a minha volta pro campo.

— Porra, nem fudendo que não vou jogar hoje — o encaro sério — Não depois do velho ter me feito treinar por quase duas horas — tento deixar claro no  meu tom de voz que vou jogar hoje, gostem eles disso ou não.

— Como quiser — Gibson concorda com a cabeça e bate no meu ombro, antes de se levantar.

*

Tanto a nossa equipe, quanto a de Stanford já se posicionaram no meio do gramado reverenciando as líderes, que estão se apresentando. Ainda me sinto traído; quando o meu remix sai dos alto-falantes do estádio, conforme as garotas da nossa universidade dançam com seus pompons... Gibson filho da puta. Entretanto, diferente da metade dos jogadores — tanto do nosso time, quanto do time visitante — ao invés de observar as bundas das garotas em saias minúsculas, pulando pra lá e pra cá à nossa frente, meus olhos passeiam a arquibancada, atrás de uma garota em especial. Ainda não encontrei Brooke. Talvez ela esteja ainda no seu concurso... Me pergunto se minha mãe conseguiu chegar a tempo, para que Brooke não precisasse ficar sozinha. Anastácia não dispensou o convite, quando o fiz, enquanto estava vindo para o estádio, então espero que elas tenham se encontrado. As apresentações terminam e sem que precisássemos de alguém nos dando ordem, todos os jogadores presentes no gramado; começam a se posicionar em seus devidos lugares, conforme as linhas de marcação. Passo por Nate e trocamos um breve soco no ombro um do outro. Quando paro na minha posição, corro olhar mais uma vez rapidamente na arquibancada, a procura de uma certa morena, mas há muitas pessoas.

                                           *

         O jogo termina e acabamos perdendo para os bastardos de Stanford, por pouquíssimos pontos. À princípio pensei que venceríamos o jogo... Por ela, mas Cathy vai ter que esperar mais um pouco. Com a cabeça quente, sem perder tempo retiro meu capacete, enquanto cruzo o campo em direção ao filho da puta do outro time, que estava tentando me derrubar a partida toda; o dando um forte empurrão.

— Qual é a porra do seu problema porra? Não sabe jogar? — rosno, enquanto o cara quase caí, no entanto recupera o equilíbrio e se vira me encarando.

        O bastardo retira seu capacete também e revela suas sobrancelhas juntas, como se fosse para me amedrontar. Ah porra, sério? Antes que ele pudesse me responder algo, Gibson se coloca à minha frente, empurrando meu peito e Thomas segura no meu ombro. Os dois começam a me pedir para manter a calma, mas os ignoro e apenas encaro o filho da puta, que quase me derrubou várias vezes por nada, já que eu sequer estava com a porra da bola em marcação. Entretanto por mais que eu quisesse, o jogador adversário não me provoca, ele apenas nega com a cabeça e vai em direção aonde o restante do seu time se encontra; comemorando a vitória. Conforme o cara se afasta, respiro fundo e Thomas aperta meu ombro.

Talvez DesconhecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora