𝒸𝒶𝓅í𝓉𝓊𝓁𝑜 𝓈𝑒𝓈𝓈𝑒𝓃𝓉𝒶 𝑒 𝒸𝒾𝓃𝒸𝑜

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heeeey sexy

a autora enlouqueceu, dois caps seguidos kk (prometo que é a última vez

eh isto, boa leitura 

"At the end of the world

Or the last thing I see

You are never coming home, never coming home

Could I? Should I?

And all the things that you never ever told me

And all the smiles that are ever gonna haunt me

Never coming home, never coming home"

My Chemical Romance - The Ghost of You

Pensilvânia. Outono, 1965

Calum o observava. Sentado em um dos bancos da cantina, dando colheradas eventuais na comida, com a vagareza de uma pessoa que ou está saboreando o gosto da refeição - o que era inviável, o gosto era terrível - ou, como no caso, está com a atenção para além do prato a sua frente, que mal se lembra de comer. A carta em sua mão era o foco, segurada com uma delicadeza invejável, ainda que não passasse de um pedaço de papel com o destino selado. Os olhos verdes passeavam suavemente pela folha que, ao invés de se deliciar com a comida, deliciava-se com as palavras que lia. E em sua boca avermelhada, um sorriso indesejado e persistente pousava, que apesar de diversas tentativas de reprimi-lo, insistia em morar em sua face. O conteúdo da carta, seja qual fosse, o fazia sorrir como se não houvesse ninguém ao redor e, quando lembrava que não estava sozinho, tentava escondê-lo, sem sucesso. 

Ao seu lado e compartilhando a mesa, não havia ninguém. Quem estava perto de Michael, estava de costas para ele, sentado em outra mesa ou compartilhou o espaço, porém já havia ido para a sua cela. Michael estava sozinho, com a sua solidão aparente, mas acompanhado com a presença ilusória da única pessoa que ele sempre quis a companhia, que era Luke. Ele não precisava de ninguém.

Nem mesmo da pessoa que o possibilitou ter esta paz. Se fosse em outros tempos, se fosse outra pessoa, a carta segurada com afeto, seria rasgada diante de seu remetente que, em seguida, seria furiosamente atacado por estar feliz com um papel em mãos, sendo o alvo da raiva de quem estava no tédio e não obtinha onde depositar as aflições do mundo sem ser em alguém desprotegido na cantina. 

Mas Calum o ajudou, espantou e puniu quem sequer tocasse um dedo em Michael - alguns perdendo os dedos que usaram para tocá-lo. Não ousavam atacá-lo ou persegui-lo pelas consequências brutais, mexer com o protegido de uma das pessoas influentes da prisão, a pessoa que organizou e chefiava o grupo forte e esperto que comandava o interior dos muros da reclusão, era um passe livre para o sofrimento. Quem estava com Calum, não se colocava em risco estando contra ele e quem ele protegia. 

Às vezes acontecia alguns casos. Querer poder era uma ação inevitável dentro da prisão. Mas, quando acontecia, existia duas possibilidade: ou não chegava em Michael e ele permanecia a salvo; ou Michael era necessário para aquietar os ânimos de quem tentava se rebelar. 

(Como na vez que Clifford fingiu estar interessado em chupar o pau do comandante do grupo rival, mas só contribuiu para deixá-lo vulnerável e ser pego pelos parceiros de Calum. Esta memória era lembrada com carinho por Calum, lembrava-se de Michael dando risada com o interesse do homem de ter o protegido do chefe do maior grupo da prisão, de joelhos e com a boca em seu pênis. Com a sua maldade aguçada, Michael sugeriu ir até o fim e morder o pau do homem, mas não foi necessário, para a sua decepção.) 

Give My Love To Luke - muke clemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora