𝒸𝒶𝓅í𝓉𝓊𝓁𝑜 𝒹𝑜𝒾𝓈

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então, esse capítulo é um tanto grande e os muke do gif são assim que eu os imagino nessa época, mesmo que as idades não batem, mas né, só para avisar. te vejo no outro lado do capítulo.

I hate this town, it's so washed up
And all my friends don't give a fuck
They'll tell me that it's just bad luck
When will I find where I fit in

A Day To Remember - All Signs Point To Lauderdale

Outono, 1949

Michael nunca foi uma das pessoas mais sortudas no mundo, isso era fato.

Começando pelo fato de que, aos oito anos, ele perdeu a pessoa que ele mais amava e era próximo no mundo. Sua mãe. Ela fora vítima de um terrível câncer que não tinha cura, e a única solução era esperar o inevitável chegar. Coisa que ocorreu rapidamente e sem Michael ao menos conseguir digerir. Um dia ela estava lendo livros para ele, fazendo com que ele se apaixonasse cada vez mais pelo mundo da literatura, no outro, ele estava vestido de terno, observando sua mãe jazida num caixão, dormindo num profundo sono que ele, naquela idade, não entendia o que era.

Michael, no auge de sua inocência, tentou acordá-la, porém - sem entender o porquê - foi em vão.

E a onda de má sorte só continuou quando seu pai decidiu - por causa de uma promoção na empresa que ele trabalhava - que ele se mudaria da Austrália e tentaria uma nova vida nos Estados Unidos.

Michael teria que largar tudo que ele conhecia e amava para uma nova vida que nem mesmo ele queria. Na concepção dele, eles estavam muito bem na Austrália, mesmo com a sua mãe longe. Ele tinha sua família ali, alguns amigos e ele tinha seu primo, Daniel, da parte materna da família, que o fazia companhia sempre que ele precisava, seu melhor amigo. Por que ele iria querer abandonar tais coisas?

A resposta era simples e triste. Seu pai.

Eles não foram próximos, nem ao menos Michael tinha certeza dos sentimentos de seu pai sobre ele, porque o homem sempre se manteve afastado. Praticamente, mal o conhecia, por isso pediu - ou melhor - implorou para o seu pai deixá-lo ir com ele, já que a ideia original de seu pai era deixar Michael na Austrália e ir embora, mas, na última hora, decidiu levá-lo depois dos pedidos de seu filho.

O plano de Michael era óbvio, queria se aproximar de seu pai. Já que no país desconhecido, Michael seria a única coisa familiar que ele podia se agarrar, então com certeza eles se uniriam e seriam melhores amigos um do outro. Michael seria tudo que o seu pai precisava e vice-versa, se amariam mais do que tudo e se apoiariam. Esse era o plano.

Por incrível que pareça, o plano deu muito certo. Eles se aproximaram e contaram um para o outro coisas que Michael jamais imaginou que contaria ou ouviria. Pela primeira vez, ele sentiu como era ter um pai que o amava e era presente em sua vida, mesmo trabalhando muito para mantê-los numa boa situação no país desconhecido.

Porém, é aquela história: tudo que é bom, dura pouco. E foi exatamente isso que aconteceu com Michael.

Seu pai, que já trabalhava muito, começou a trabalhar ainda mais. Começou a passar noites e noites fora, até mesmo nos finais de semana. Deixava Michael com uma babá e saia para o seu trabalho. Sempre chegava tarde da noite nesses dias, ou nem chegava, ficando, assim, sem tempo sequer para o seu filho.

Michael, tão inocente. Pensava que o seu pai estava trabalhando, quando, na verdade, ele estava apenas se encontrando com outra mulher.

Não era surpresa alguma que o seu pai um dia arranjaria uma outra mulher. Ele ainda era novo e cheio de vida, só porque a sua esposa morrera não queria dizer que ele ficaria sozinho para sempre. Mas isso não quer dizer, também, que Michael não se sentira chocado com a ideia de seu pai se relacionar com outra pessoa e, ainda por cima, em ter uma madrasta.

Give My Love To Luke - muke clemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora