𝒸𝒶𝓅í𝓉𝓊𝓁𝑜 𝓉𝓇𝒾𝓃𝓉𝒶 𝑒 𝓉𝓇ê𝓈

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não sei se esse capítulo tem uma vibe boa para o "hey sexy", porém hey sexy

da lista dos "primeiros", nós ainda não tivemos a nossa primeira briga do casal, não? ok, bjs

TW: homofobia

"And I know this isn't like me

I just want people to like me

Got my glass up in the air

And I act like I don't care

And I take some, but I shouldn't

And I say things that I wouldn't

And I'm just part of the crowd

But I feel better now

(...)

I just wanna feel normal for the night"

Sasha Sloan - Normal


Conhecia o lugar onde estava. Depois de diferentes cenários em diversos sonhos, Luke, finalmente, se encontrava num lugar conhecido por ele. Era sua casa. Para ser específico, estava na sala estar, um cômodo que deveria ser tão familiar, mas estava parecendo o oposto disso, tudo ao seu redor era estranho, como se não pertencesse mais ali. 

Se sentia etéreo, como se fosse feito de ar e estivesse flutuando pela sala. Um fantasma ainda vivo. O motivo dessa sensação era por estar no meio de um sonho e nada do que estava acontecendo ao seu redor era a realidade, assim como os outros sonhos que tivera. Esperava que esse passasse tão rápido quanto os outros sonhos ruins pareceram passar, pois esse, em específico, parecia terrível, e nem havia começado direito. 

Olhou para o que tinha em sua volta na sala e notou suas diferenças. Os móveis estavam deslocados de suas posições, alguns até mais novos e outros que nunca mais viu, como o sofá, que era um antigo de sua sala, de anos antes, sua mãe substituiu porque Luke, sem querer, o sujou quando tinha onze anos de idade.

A maior diferença estava em cima da lareira, era onde dava pra notar a passagem do tempo através das fotos. Os porta-retratos eram de anos atrás e havia poucas, e em nenhuma delas Michael estava incluído e Luke ainda era uma criança. A linha do tempo dos porta-retratos natalinos acabava no natal onde o loiro tinha sete anos, não havia mais fotos além disso. No sonho, não existia além daquele ano.

Estava tudo em silêncio até ouvir a voz de sua mãe, que vinha da cozinha. Seu interior feito de energia se encheu com a segurança que sua mãe transmitia. A voz dela era segura e aquela proteção que ela oferecia ao falar era a única coisa que parecia sólida dentro de si, que seu interior se segurava como se a sua vida dependesse disso. Ainda que odiasse algumas atitudes de sua mãe que ela fazia em nome de protegê-lo, Luke também apreciava por saber que alguém zelava por ele. E, naquele momento, era a única sensação boa ao seu redor.

Por isso decidiu ir até a cozinha, para onde ela estava.

Enquanto andava em direção ao cômodo, foi se sentindo cada vez mais pesado. Mesmo feito de ar, uma substância gasosa de sua própria existência, era como se ele pesasse, o seu corpo sendo colocado para baixo e virando chumbo. Como era possível?, se perguntava. Seu cérebro lógico tentava trabalhar a respeito da informação, mas a resposta era óbvia e estava na ponta de sua língua. Era ilógico porque não era real, ele não era real.

Give My Love To Luke - muke clemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora