𝒸𝒶𝓅í𝓉𝓊𝓁𝑜 𝓈𝑒𝓉𝑒𝓃𝓉𝒶 𝑒 𝓉𝓇ê𝓈

64 11 77
                                    

heeey sexy

admito que fico emo toda vez que lembro que os nossos encontros estão chegando ao fim kk

por favor, comentem e votem, é muito importante saber a opinião de vocês <3

(TW: ataque de pânico)

"Nobody said it was easy

Oh, it's such a shame for us to part

Nobody said it was easy

No one ever said it would be so hard

I'm going back to the start"

Coldplay - The Scientist

Estados Unidos, Maine. Verão, 1966

Ainda pela manhã, Luke chegou no antigo estado que morou, Maine. Não permitiu-se ficar vagando por lugares que não o diziam nada de anos antes, foi direto ao ponto de sua visita, ou quase.

Grato por sua boa memória, Luke pediu um táxi para a rua do bar Purple Light, por não lembrar ao certo o endereço. Em poucos minutos estava no início de uma rua tranquila, com prédios comerciais e pessoas andando por suas calçadas. 

Curioso como o cérebro trabalha. Luke possuía várias memórias do Purple Light, lembrava-se das conversas com os frequentadores e seus donos, em especial os que estavam sempre lá; lembrava-se da maquiagem em seu rosto e o tom de voz de Michael, com a boca contra seu ouvido, o chamando de lindo ao vê-lo de glitter nos olhos; lembrava-se do aperto de Michael em seu quadril quando disse mais de uma vez "você é o meu namorado" e oficializaram a relação; lembrava-se do nome da rua. Porém, apesar de lembrar do Purple Light em detalhes, só se lembrou de um pormenor quando empacou no meio da calçada: a entrada do Purple Light era dentro de uma viela.

Não era necessariamente um problema, não foi anos atrás, mas este Luke, parado na rua, era um homem diferente do garoto que ia para o bar com o namorado. Luke não conseguiu dar um passo sequer em direção ao bar.

O problema estava nele e como Luke passou a enxergar qualquer viela que aparecesse em sua frente, por lembrá-lo do atalho para a casa dos Gordon, lugar onde a sua vida teve duas reviravoltas num pequeno espaço de tempo. Ruas curtas, com saída ou não, estreitas e escuras o deixavam nauseado, as evitava o quanto podia, preferindo andar no outro lado da rua para não passar ao seu lado. E quando precisava caminhar em uma delas, seu cérebro não funcionava direito e alertava o sinal de pânico.

No início, Luke estava disposto a superar o obstáculo. Procurava por ruelas que o remetiam ao atalho e tentava atravessá-las, dizendo que não havia nada a temer e que estava tudo bem, mas não ia longe. Apesar das palavras encorajadoras, Luke no máximo dava três passos no interior da ruas, saindo em seguida, incapaz de continuar. Quando teimava em persistir, a falta de ar ao desistir era certeira. Depois ele aceitou que andar por ruas assim não era parte de sua vida, já que toda a vez que tentava tinha um ataque de pânico, era uma atividade simples que ficou no passado, mais uma entre tantas que se absteve. E teve êxito, fazia anos que não colocava um pé em ruas como esta. 

Considerou entrar pelo hotel, ao lado do bar e exposto para as pessoas. Mas desde quando Luke frequentava o Purple Light, Ben questionava-se se continuaria ou não com o empreendimento, onze anos depois, Luke suspeitava que uma decisão foi tomada, e não favorável ao hotel. Portanto, não conseguiria ir para o Purple Light sem passar por uma viela, sem enfrentar a escuridão eterna e as paredes que pareciam se fechar ao seu redor, até caírem e ele ficar sob os seus escombros. 

Give My Love To Luke - muke clemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora