Give My Love To Luke - muke clemmings

𝒸𝒶𝓅í𝓉𝓊𝓁𝑜 𝓈𝑒𝓉𝑒

hey, sexy, você por aqui

"I'm a mess, I'm a loser
I'm a hater, I'm a user
I'm a mess for your love, it ain't new"

Bebe Rexha - I'm a Mess

Michael mal conseguira dormir naquela noite. Sua cabeça era um turbilhão de sentimentos e pensamentos que ele mal conseguia controlar. Mesmo tentando focar em algum pensamento específico que não o fizesse mal, ele dava com a cara na parede porque todos os seus pensamentos o dirigiam para direções insatisfatórias e dolorosas.

Foi impossível não pensar no que Ian havia dito. Sabia que obviamente esse pensamento o deixaria triste, e mesmo tentando não pensar sobre, não pôde evitar. Esse pensamento veio e o fez questionar o quão saudável estava sendo para Luke e como os sentimentos pelo loiro estavam anuviando seus pensamentos racionais. E chegou naquela mesma conclusão de merda, estar apaixonado por Luke era uma droga e que se pudesse lavar os seus sentimentos no banho, ele o faria. Mas prometeu a si mesmo que tentaria ser mais racional com seu amigo. Luke não merecia nada de ruim que provinha dos sentimentos de Michael por ele.

Pensou sobre sua família. Não a família que morava com ele - dá pra considerá-los família, afinal? -, mas a sua família da Austrália, da parte da sua mãe. Ok que eles haviam, tecnicamente, se aproximado depois das cartas que eles trocaram e isso era algo bom. Porém, eles gostariam de Michael se convivessem juntos? Parece fácil dizer que ama alguém há quilômetros de distância através de uma carta, onde conversavam, no máximo, uma vez a cada mês, mas não era convívio. Eles conviveram com o doce Michael da infância, que lia com a sua mãe e gostava de brincar de pique-esconde. Esse amargo e pós-adolescente - ou quase-adulto - Michael poderia ser considerado um insuportável.

Doía nele saber que o único laço que ele tinha com a sua mãe era tão tênue e delicado. Michael sabia que se não fosse por Luke, estaria como estava quando chegou nessa cidade, totalmente decepcionado com ele mesmo por ter implorado ao seu pai para vir com ele para os Estados Unidos. Entretanto, Luke valia a pena quando pensava a respeito, e tinha esse pensamento antes mesmo de ter sentimentos pelo rapaz.

Agora, o pior dos pensamentos que o infligiu, até mesmo pior que o pensamento sobre o que Ian dissera, foi sobre Daniel.

E se Daniel suspeitasse de algo sobre ele? E se Daniel descobrisse que ele não gosta de mulheres e sim de homens? Será que Michael tinha algum tipo de trejeito que evidenciava a sua sexualidade? Michael ficou paranoico durante a noite pensando em cada um de seus movimentos que poderiam dar alguma dica sobre quem ele se sente atraído. Clifford até pensou que Luke poderia perceber, mas logo descartou a ideia. Afinal, eles se conheciam muito bem, conviviam juntos, para Luke, talvez, os trejeitos de Michael não o fizesse pensar na possibilidade do moreno se interessar pelo mesmo gênero, porém, alguém de fora da sua bolha convívio, poderia?

Desse último problema, o máximo que Michael poderia fazer era prometer a si mesmo que controlaria seus movimentos e estaria o tempo todo em alerta sobre isso. E o que antes poderiam ser três dias divertidos com o seu primo, agora Michael não estava considerando mais tão divertidos e, sim, cansativos.

O garoto de cabelos negros não se impressionou quando o despertador começou a tocar ao seu lado e ele ainda não havia pregado os olhos. Sentia-se cansado, mas era um cansaço mais mental que de corpo. Deveria estar um tanto acostumado, já que desde que sua mãe faleceu, ele começara a ter problemas de sono mas, ainda sim, era nada preocupante o bastante para fazê-lo ir ao médico. Porém, ele odiava tanto não conseguir dormir direito algumas vezes.