𝒸𝒶𝓅í𝓉𝓊𝓁𝑜 𝓈𝑒𝓈𝓈𝑒𝓃𝓉𝒶 𝑒 𝓊𝓂

104 14 132
                                    

hey sexy, parece que temos um encontro marcado aos sábados kk (ou não né

espero que gostem do cap, vejo vocês no outro lado

"The world keeps on turning

But we've stopped both on different sides

Our hearts keep on loving

It's only a matter of space and time

'Til we align"

Nina Nesbitt - Align 

Pensilvânia. Fim do verão, 1965. 

Faltava três dias para o reencontro de Michael e Luke, e Calum estava nervoso.

O plano de Luke vir encontrar Michael tornou-se realidade, e Calum se viu odiando essa opção ainda mais, o que achou impossível dias atrás. Depender de Luke para salvar do homem que ele não ajudou no decorrer de quase dez anos, sem visitá-lo ou mandar uma carta dizendo que estava vivo, era como depender da cor branca para colorir sua vida, em vão. 

Maldito era Michael por fazê-lo se sujeitar a torcer por alguém como o Luke.

Sem querer, Calum sempre voltava para a dúvida que o perseguia: por que não podia ser ele a salvar Michael?

Foi o que tentou fazer, listou jeitos para conversar com Michael e convencê-lo. Suas tentativas deram em nada, entraram num ouvido e saíram por outro, Clifford, com um mexer de mão, desconsiderava as palavras de Calum e pedia para conversarem depois a respeito, porque, no momento, não estava com cabeça. 

No começo, Calum considerou que era verdade, conversar sobre como adiar o dia de sua própria morte não devia ser uma ação fácil de fazer. Porém, quando se tornou constante e não conseguia se aproximar do assunto, Calum partiu para o desespero, sem se importar se incomodava ou machucava o amigo no processo, era o que precisava ser feito. E foi o que fez, mas não era segredo que perdeu a batalha - não a guerra.  

Mas por quê?

Será que foi longe do aceitável em suas tentativas? Não podia dizer que foi exatamente legal e educado em muitas delas, mas foi tranquilo nas primeiras vezes que tentou conversar com Michael. 

Será Michael temia o que vinha pela frente, dos julgamentos e envolvimento de advogados? Era possível, Calum ouvira testemunhos de pessoas que tiveram um longo andamento processual, que os cansaram e os fizeram atingir o pico da exaustão, mas é melhor do que morrer, não?  

As últimas e temerosas perguntas eram: será que Ashton estava certo? Será que Michael não o amava o suficiente para ser convencido por ele e sim por Luke? Só de pensar, o coração de Calum se contraia em seu peito. 

Passaram cinco anos juntos, tiveram oportunidades de se conhecerem, não só no sentido corporal e sexual - também, mas definitivamente não estavam no foco. Eram melhores amigos e confidentes, como não era capaz de fazer Michael ficar sendo que era o parceiro dele? Fácil, não era Luke. Não era o amor da vida de Michael, nem o motivo de seu coração bater acelerado, nem o seu sorriso involuntário enquanto olhava para o sol, muito menos a sua tristeza mais poderosa, que o fazia ficar acordado por horas encarando a pequena janela aberta, à procura da lua. À procura de Luke.

Calum desejava ser uma pessoa melhor e não sentir raiva de um homem que conheceu só uma vez e era amado por seu melhor amigo, mas era impossível. Odiava Luke e odiava depender de Luke. Foi assim desde que se apegou a Clifford, desde que Ashton anunciara o seu plano para trazer Luke e até o momento que foi confirmado que Luke viria. 

Give My Love To Luke - muke clemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora