𝒸𝒶𝓅í𝓉𝓊𝓁𝑜 𝓈𝑒𝓉𝑒𝓃𝓉𝒶 𝑒 𝓆𝓊𝒶𝓉𝓇𝑜

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heeey sexy

eu já adianto vocês, peguem o lencinho kkkk

mas sério, esse capítulo é muito especial pra mim, de longe um dos meus favoritos

por favor, comentem e votem, eu preciso saber a reação de vocês <3

boa leitura, vejo vocês do outro lado

"This is a place where I don't feel alone

This is a place where I feel at home

'Cause, I built a home

For you

For me

Until it disappeared

From me

From you

And now, it's time to leave and turn to dust"

The Cinematic Orchestra, Patrick Watson - To Build a Home

Maine, Holy Way. Verão, 1966

Era como retroceder uma década. O ônibus que o levou para a sua antiga cidade era uma máquina do tempo, que fez Luke voltar anos atrás em sua vida, mas como um homem adulto. Se não fosse pelas lojas com seus calendários grudados, ou um programa recente passando nas TVs à mostra ou tecnologias que não existiam quando adolescente, pensaria que voltou no tempo.

Impressionante como o lugar permaneceu intacto, com pequenas mudanças visíveis, Luke pensava. Não com descuido, pinturas descascadas, letreiros pendurados por parafusos desistentes ou estabelecimentos, antes inteiros, em pedaços, parecia que nada mudou no decorrer dos anos, com os cidadãos conservando a cidade, a mantendo quase igual por 11 anos. A preservação era invejável, mas a relutância dos moradores de mudarem era preocupante. 

Ver estas características inalteráveis fez Luke sentir-se desconfortável enquanto andava pelo centro da cidade. Nada havia mudado, mas ele mudou, e muito. Além diferença de idade, do garoto que cresceu no local e foi embora aos dezoito anos, e andava com os seus 29 anos pelo conhecido caminho, também havia as mudanças vistas a olho nu, as que estavam cicatrizadas eternamente em seu corpo.

"Às vezes, é bom voltar para os lugares quando não temos mais a obrigação de estar neles."

Esta frase surgiu em sua cabeça, dita por ele para Michael, quando a conversa do que achariam da cidade no futuro brotou entre eles, numa tarde quente, a mesma que receberam a carta da faculdade de UCLA, no verão que se amaram. Foi outra pessoa que a disse, um Luke protegido pelo mundo e escondido de si mesmo.

Não considerava-se errado, no entanto. Quando acaba a obrigação de estar numa cidade, casa, ou trabalho, o tempo passado nos ambientes já absorvido, fazem com que esta época não pareça ser tão ruim quanto foi, ou a denominação do que é ruim mudou completamente. Ao dizer tal frase, Luke pensou que aconteceria, Holy Way se tornaria um lugar que não gostou de viver, mas aprendeu várias lições e que, às vezes, gostaria de voltar no tempo para ser o pré-adolescente na floresta com seu melhor amigo, e bater papos inocentes com ele, de problemas que a sua versão adulta consideraria banais.

Porém Holy Way teve o seu significado deformado nos últimos meses que viveu na cidade. Por culpa de seus moradores e a cultura de hierarquia repugnante que perpetuava, Holy Way tornou-se um pesadelo. O ponto de partida que danificou Luke sua vida inteira, o impedindo de fazer o que um dia considerou o básico para a sua sobrevivência, que era correr, sentir o vento em sua face enquanto perdia-se nos rápidos movimentos de suas pernas. E o início da destruição de Michael, que aconteceu em um lugar escuro e estreito, e aos poucos o levou ao fim. 

Give My Love To Luke - muke clemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora