𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter

𝐘𝟒: The Triwizard Tournament

Depois do episódio da Copa Mundial de Quadribol, voltamos diretamente para casa. Harry e eu passaríamos o restante das férias na Toca, mas decidimos ir até Godric's Hollow algumas horas antes para arrumarmos tudo o que precisaríamos levar para Hogwarts. 

— Ainda não entendi para quê precisaremos de vestes a rigor — Harry disse para mim enquanto dobrava o próprio terno e o colocava dentro do malão. — Me parecem meio inúteis. 

Dei de ombros. 

— Eu também não sei, mas confesso que estou ansiosa para usar o vestido que a mamãe me deu — respondi. A verdade é que eu me peguei imaginando diversas vezes qual seria a reação de Harry quando o visse, mas acabei repreendendo à mim mesma por isso. 

— Você não vai me mostrar, não é? — ele perguntou, curioso. 

— Não. Nem mesmo a Hermione o viu, então você não tem moral para saber também. 

Harry fez uma careta engraçada, como se fingisse estar irritado — mas eu sabia que não estava. Por fim, um sorriso fofo se formou em seus lábios. 

— E eu achando que não haviam segredos entre nós. 

— E não há — falei. 

— Ah, é? — ele provocou. — Então por que você não toca um pouquinho de piano para eu ouvir?

— Eu... Isso está fugindo completamente do assunto — sorri diante da sua expressão. — O que foi? Pensou que eu fosse ceder dessa vez? 

— Não custava tentar — ele deu de ombros. — Além disso, é melhor que você vá se acostumando. Não vai poder fugir de mim quando estivermos casados.

O meu coração errou uma batida. 

Harry tinha o costume de fazer brincadeiras desse tipo quando estávamos sozinhos e, por mais que fosse extremamente lindo, me irritava bastante. Não que eu ficasse brava com ele por isso, mas sentia raiva de mim mesma por gostar de pensar na possibilidade de ter "Potter" como meu mais novo sobrenome. 

— E desde quando nós vamos casar? — cruzei os braços. — Pensei que você tinha dito ao meu pai que isso estava fora de questão.

Não sei se foi impressão minha, mas pude jurar que, por um milésimo de segundo, Harry olhou para os próprios pés e corou levemente.

— Desde quando você leva o que eu falo a sério? 

Estreitei os olhos e sorri de canto. 

— Muito bem, Potter. Eu vou pensar no seu caso — falei com seriedade. — Sobre tocar uma música para você, quero dizer. 

Harry deu um sorriso radiante e me abraçou. Eu nunca admitiria em voz alta, mas sorri com a possibilidade de tocar para ele. Era algo que eu andava querendo fazer havia muito tempo, embora nunca houvesse tido coragem. O medo de errar alguma nota musical era maior.

— Não fique tão animado. Eu não me lembro de ter prometido nada. 

— Hã... certo — ele falou, se separando do abraço com delicadeza. Fiquei meio frustrada com isso, mas tentei não demostrar. 

Talvez Hermione não estivesse tão errada assim, afinal. 

Talvez eu realmente gostasse dele um pouquinho mais do que o normal.

— Vem, vamos organizar o resto das nossas coisas.

Harry terminou de guardar os seus pertences e trancou o próprio malão com uma chave feita exclusivamente para isso. Depois, colocou-o com cuidado sobre o meu enquanto eu o ajudava com o transporte da sua vassoura.