𝐘𝟓: Nightmares

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Eu estava num corredor escuro, iluminado apenas pelo brilho de centenas de bolas de cristal azuis. Havia um sussurro que ao mesmo tempo era perto e distante, e eu não soube dizer se provinha de dentro ou de fora de mim. Algumas luzes piscavam conforme eu deslizava na direção de uma figura solitária, aparentemente apetitosa; amarrada à cadeira.

Mas eu não era eu; e pude sentir que minhas pupilas dilatavam conforme meu corpo reptiliano rastejava atrás da vítima. Tão indefesa, tão mortal. Quando meu mestre desse a ordem, eu atacaria com prazer.

— Vou perguntar mais uma vez — disse uma voz. — Onde está?

O homem não quis dizer, e foi torturado por isso. Caiu da cadeira que estava amarrado, contorceu-se no chão, mas recusou-se a falar qualquer coisa que fosse. Depois, o último recurso fora usado: eu. Meu corpo avançou sobre o dele, ferindo-lhe diretamente no pescoço. O homem não revidou. Sangue começou a escorrer de seu corpo, molhando o chão e formando uma poça vermelha enorme, que aos poucos foi escurecendo minha visão.

Acordei sentindo-me completamente ofegante. Minha testa estava vermelha de tão quente, e eu buscava respirar fundo à procura de ar. Hermione, que havia dormido encostada em meu ombro, deu um pulo de susto e tateou o sofá da Comunal antes de sentar-se apoiada no encosto.

— Que aconteceu? — ela olhou em meus olhos, depois tateou meu rosto. — Você está queimando em febre, S/N!

Entretanto, eu só conseguia pensar no sonho que tivera, e depois imediatamente lembrei de Harry. Como ele estava? Tivera visões também, assim como eu? Mesmo considerando os acontecimentos recentes, nisso era tudo em que eu conseguia pensar. E eu sabia que Harry não estava bem. De alguma forma, conseguia sentir isso.

Tentei focar no que vira, porque a figura me era extremamente familiar. No sonho, era como se eu fosse o predador; uma cobra enorme com sede de sangue. A vítima, amarrada à cadeira, ruiva e dotada de alguns pontos e cicatrizes, me lembrava muito uma pessoa que eu conhecia como a palma da minha mão.

— O Sr. Weasley — sussurrei, olhando para minha melhor amiga em seguida. — Temos que avisar Ron, Hermione, o pai dele está em perigo... Harry provavelmente sabe também, tive uma daquelas visões...

— Relaxe, S/N, foi só um pesadelo...

— Não, não foi! — exclamei, levantando-me rápido demais. Acabei ficando tonta, e usei uma das mãos para me apoiar na parede mais próxima, cambaleando, e fechei os olhos ao sentir uma pontada muito forte na cabeça. — Hermione, me escute, Tenho certeza absoluta de que tudo o que eu acabei de ver realmente aconteceu, havia uma cobra gigante, e...  

— Cobra gigante? Você sonhou com o basilisco?

— Eu já disse que não foi um sonho, porra!

— Ah, Srta. Black, eu estava mesmo procurando por você — disse uma voz. Hermione e eu olhamos para onde estava o buraco do retrato, do qual surgiu a Profa. McGonagall. — Está uma confusão lá em cima, o diretor pediu que eu chamasse você.

Olhei para Hermione, e depois nos olhos da professora.

— Então é real? — eu quis saber. — O pai de Ron realmente...?

A mulher franziu o cenho.

— Infelizmente sim, mas o diretor já está cuidando disso, acionou uma equipe de resgate graças ao Potter. Por sinal, ele também estava perguntando por você — meu estômago deu milhões de cambalhotas. — Dumbledore enfeitiçou uma Chave de Portal que os levará para a sede da Ordem, seus pais já foram informados e estão esperando pela sua chegada. Calculo que tenham quinze minutos, então sugiro que pegue seu roupão e me acompanhe. Desculpe, Srta. Granger, mas você não vai poder deixar a escola com eles, apenas os Weasley foram avisados, já que foi o pai deles que sofreu o acidente.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora