No dia seguinte, mais para o final da tarde, fomos visitar Hagrid.
— Ok, deixe-me ver se entendi — falei após uma conversa que tivemos com ele, na qual o homem explicara o motivo pelo qual andara tão sumido. Hagrid tinha várias queimaduras ao longo do rosto, braços e pernas, além de hematomas e pequenas cicatrizes. — Dumbledore lhe enviou numa missão para as montanhas junto com a diretora de Beauxbatons para fazer contato com os gigantes e tentar convencê-los a mudar para o nosso lado?
— É — respondeu ele, uma das mãos ocupadas em segurar uma compressa de água quente.
— Bem, tenho que dizer, isso é uma loucura muito grande — falou Ron. — O que Dumbledore tinha na cabeça? Sei que você é alto e tudo o mais, mas estamos falando de pessoas com sete metros de comprimento!
— Até eu tenho que concordar — disse Hermione. — Ele passou dos limites.
— É o que venho tentando dizer há muito tempo — disse eu, erguendo a minha caneca de chá como se estivesse fazendo um brinde e tomando um gole.
— Ah, parem com isso, ele não é tão ruim.
— Aham, e eu sou Merlin — disse Ron.
— Francamente, Ronald, você tem que parar de usar esse argumento para tudo — disse Hermione. — Coitado do Merlin, acordando de seu sono a cada cinco segundos porque as pessoas não param de usar seu nome em vão.
— E então, Hagrid — falei em voz alta para que meus amigos parassem de discutir — , você conseguiu encontrar pistas de onde sua mãe poderia estar?
Olhamos para ele, esperando por uma resposta. Hagrid mordeu os lábios, pensativo, e sem perceber uma pequena gota de sangue escorreu de sua boca. Quando seus olhos se voltaram para os meus, soube imediatamente que tocara numa questão delicada.
— Me desculpe, não precisa responder se não quiser...
— Morreu há anos — respondeu ele. — Não se preocupe, você não me ofendeu. Não éramos próximos, eu sequer a conhecia direito, não foi uma boa mãe.
— É claro que não foi, era uma gigante! — exclamou Ron. Hermione olhou feio para ele. — Ah, bom, acho que não é uma boa hora para eu falar, desculpe.
— Você ainda não nos disse como conseguiu todos esses machucados, Hagrid — disse Harry, apontando para o olho roxo do homem. — Ou o porquê de ter demorado tanto para voltar. Sei que esteve em contato com gigantes, mas, pelo que me lembro, nenhum deles chegou a lhe fazer mal. Foi o que você disse, pelo menos.
Ron inclinou a cabeça para o lado.
— É, quem lhe atacou?
— Não fui atacado! — disse Hagrid rápido demais, como se estivesse nervoso. — Eu...
Sua fala foi cortada por uma sequência de batidas na porta. Hermione prendeu a respiração, e sua caneca escorregou-lhe dos dedos e espatifou-se no chão. Uma sombra pequena apareceu na janela, e eu tomei um susto com a aparição da feia da Umbridge. Acho que ela não podia nos ver, porque se manteve esperando.
— É ela! — exclamou Ron.
— Venham, entrem aqui embaixo! — disse Harry num sussurro, nos puxando para perto dele e nos cobrindo com a Capa da Invisibilidade.
Antes de escaparmos pela porta dos fundos, Hermione colocou a cabeça para fora.
— Hagrid, esconda as nossas canecas!
Saímos pela porta traseira e nos encostamos nela para tentar ouvir parte da conversa. Pelo trinco da porta, pude ver o casaquinho rosa da mulher balançando ao longo de seu corpo.
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𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter
Fanfiction𝐚𝐫𝐭𝐞. substantivo feminino ? १ 𝐢. produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concretização de um 𝐢𝐝𝐞𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐛𝐞𝐥𝐞𝐳𝐚 e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana. 𝐢𝐢. forma de agir; maneira, jeito. 𝐢𝐢�...