𝐘𝟓: Fireworks

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Nossa volta para Hogwarts foi, no mínimo, cansativa.

Todos fizemos as malas e partimos cedo, quase que durante os primeiros raios de sol estridentes da manhã. Passarinhos cantarolavam do lado de fora de minha casa, e pequenos grãos-de-pólen flutuavam aqui e ali sem direção aparente, prontos para quaisquer beija-flores que lhes cruzassem o caminho. O dia estava lindo, sem uma única nuvem velejando pelas águas azul-celeste dos céus. Como num passe de mágica, uma pintura simples, mas revigorante, formou-se nas profundezas de minha cabeça.

Antes de entrarmos no Nôitibus Andante, que nos levaria até a estação de trem em Hogsmeade, papai chamou Harry e eu para um canto e nos entregou um embrulho de aparência estreita que possivelmente guardava um objeto fino e pontiagudo.

— É um espelho que permite que nos falemos caso algo dê errado — explicou ele, e não gostei muito do tom com o qual se expressava. Maddie estava ao seu lado, e observava a conversa com bastante atenção. — Não tenho um bom pressentimento sobre o que virá a seguir.

— Tudo bem — decidi não questioná-lo a respeito do que quer que seus instintos de auror o alertassem. — Vamos ficar bem, pai. Não se preocupe.

— Sei que sim — ele me abraçou com força, muito mais força que o normal. — Espero que sim.

Abracei Maddie e prometi a ela que escreveria com mais frequência. Harry fez o mesmo.

— Depois me diga o resultado da sua orientação vocacional — pediu minha irmã. — Vai acontecer em pouco tempo, não vai? Lembro-me da minha como se fosse ontem. Snape disse que eu não tinha talento para nada mesmo, mas olhe só onde cheguei. Maddie Valeria Meadowes, uma auror de futuro promissor trabalhando ao lado de Sirius Black.

— Você está falando exatamente como uma velha de setenta anos cheia de histórias e experiências para compartilhar — brincou papai.

— Quê?

— Se quer puxar conversa, fale mais sobre aquele dia em que viu nosso vizinho bêbado tentando escalar um poste.

Ela pareceu revirar os olhos, mas sorriu. Estávamos quase alcançando a porta novamente quando papai pigarreou.

— Harry?

Meu namorado virou-se para encará-lo. Papai estava meio perdido nos próprios pensamentos enquanto o avaliava — nos avaliava; depois olhou para Maddie, que acenou com o queixo como se o incentivasse. Qualquer que tenha sido o assunto daquela conversa que tiveram durante a virada do ano, permanecera.

— Cuide dela por mim, tudo bem? — pediu ele, baixinho. — Por favor.

Harry sorriu, e apoiou uma das mãos em minha lombar.

— É claro que cuidarei.

A viagem de volta foi relativamente rápida, considerando que o motorista do Nôitibus Andante não deveria ter licença para dirigir. Remus, Tonks, Dorcas e minha mãe foram conosco para garantir que chegaríamos em segurança, e, quando o ônibus parou, nos acompanharam até a base da colina por onde andaríamos até os portões de Hogwarts. Olhei para cima, e os terrenos úmidos cheios de grama, flores e pedras se perderam em minha vista.

— Bem, acho que ficamos por aqui — disse minha mãe ao lado de Tonks. Tentei não olhar muito para os cabelos amarronzados que a mulher escolhera para aquele dia porque achei que tal cor não era um bom sinal. — Mande notícias, ok?

— Tudo bem — falei, abraçando-a.

Minha mãe puxou Harry para nos abraçar também, e o menino passou um braço por cada uma de nós. Ele estava um pouco mais alto que ela, agora, e, quando o sol do início de tarde banhou seus ombros cobertos pelas roupas, não pude deixar de notar em como o físico de Harry mudara rapidamente.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora