𝐘𝟕: The Sword

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⚠️: gatilho para algumas pessoas (não é hot).

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

Harry ON

Eu estava sonhando com a morte de meus pais. A cada noite, as imagens tornavam-se mais nítidas, e a frequência com a qual acontecia, maior.

Como Voldemort podia entrar em minha mente com facilidade, algumas de suas lembranças agora eram minhas. Ele estava com raiva; estava furioso poque Maddie falhou em capturar S/N, mesmo sob os efeitos da Maldição Imperius; e essa raiva incontrolável o incitava a agir sem pensar, enviando memórias à minha cabeça, sem pretensão.

As figuras de seus corpos mortos não deixariam de ser assustadoras só porque Voldemort tinha me feito assistir a elas um milhão de vezes; não; conforme o passar dos anos, o sentimento tornara-se pior.

E daí que eu era O-Menino-Que-Sobreviveu? Às vezes, as pessoas esqueciam de que eu, assim como elas, também era humano, suscetível às mesmas fraquezas e aos mesmos erros.

Sem saber quanto tempo se passara desde que fugimos de Maddie e de Nagini, acordei. Não foi preciso de muito para perceber que eu estava sem camisa, e que uma ferida vermelha em processo de cicatrização marcava meu peito. Ardia para um caralho, tanto que precisei apertar meus dentes uns nos outros para descontar alguma tensão.

S/A dormia ao meu lado, numa cadeira. Quis acordá-la, apenas para que deitasse na cama comigo; era um absurdo que eu estivesse confortável enquanto ela mal podia esticar as pernas. O que era meu era dela, sempre. No entanto, decidi deixá-la descansar. Parecia exausta, e eu sabia que estava chateada por ter perdido a própria varinha.

— Ela passou a madrugada em claro, cuidando de você — disse Hermione, quando entrou na barraca e percebeu que eu estava acordado.

— Como assim?

— Você esteve doente, Harry. Muito doente. Por algum motivo, o medalhão de Slytherin grudou no seu peito. Não queria mais sair. Tivemos que realizar um corte para retirá-lo, sinto muito. Provavelmente vai ficar marcado em sua pele.

— Nada com o quê não estou acostumado — murmurei, mais para mim mesmo que para ela, pensando na cicatriz em minha testa. — E o que é isso que você está lendo? — perguntei, apontando para o livro que ela segurava.

Hermione ergueu a capa, de forma que eu pudesse ver o título.

A Vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore — respondeu. — Não sei até que ponto as coisas que Rita Skeeter escreveu são verdade, mas está sendo uma leitura interessante. Você deveria dar uma olhada, depois.

— Não sei se estou mentalmente no clima.

— Bem, pense. Sei que está chateado porque Dumbledore não contou muitas coisas a você, mas talvez o esforço valha à pena. Pode te fazer lembrar de algum ponto importante perdido em suas conversas.

Assenti. Quando ia responder, nossa atenção foi capturada por S/A, que estava acordando. Ela ficava tão linda sonolenta, que dei um sorrisinho sem perceber. E no momento em que notou que eu estava desperto, e que sorria, seus olhos se encheram de lágrimas.

S/A levantou-se de uma vez, sentando na borda da cama e certificando-se de que eu estava bem. Não encontrando feridas, ela me abraçou pelo pescoço, enrolou as pernas nas minhas, e começou a chorar. Um pouco desnorteado, mas determinado a acalmá-la, puxei seu corpo para o meu, fazendo carinho em suas costas a fim de transmitir segurança.

— Shhh, meu amor — sussurrei em seu ouvido, dando um beijo em sua testa. — Está tudo bem. Estou aqui com você.

— D-Desculpe — pediu, tentando engolir o choro e afastando-se para olhar em meus olhos. Os dela pareciam inchados, como se, além de agora, tivesse chorado antes de dormir. — Eu deveria ser forte, deveria manter a calma para cuidar de você. Mas fiquei tão preocupada. Sua febre não estava baixando, tive medo de que tivesse uma convulsão. Mal aguentei olhar quando cortamos sua pele para tirar o medalhão de Slytherin de você... Odeio te ver sofrendo, e...

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora