Novembro chegou, trazendo consigo um inverno intenso de ventos gélidos e cortantes, como se lâminas de barbear afiadas perfurassem as cavidades de nossos rostos.
Harry me disse que, durante todo esse tempo, Dumbledore não deu notícias; e sempre que procurava por ele, os outros professores diziam que o diretor estava numa viagem de negócios. Eu não imaginava o que ele poderia estar fazendo, e certamente não fazia ideia de por quê isso era mais importante que suas aulas particulares com meu namorado, mas tinha certeza de que era algo importante. Algo grande, maior do que conseguíamos entender.
De vez em quando, eu ainda tinha pesadelos com a Morte. Não chegavam a agravar-se porque eu sempre dormia melhor quando estava com Harry, mas seu significado ainda era desconhecido por mim. Não importa quantas vezes eu tentasse interpretar meus sonhos, eu nunca chegava a um resultado concreto. Parecia que meus próprios neurônios me confundiam de propósito, bagunçando minha mente e enevoando tudo. Às vezes, eu tinha medo de ficar presa dentro desse ciclo vicioso, ligada a um coma infernal.
A sensação de alívio que eu sentia quando acordava me irritava um pouco. Eu queria não precisar sentir alívio o tempo todo. Era exaustivo.
Naquele sábado em específico, no entanto, despertei não devido aos mecanismos de defesa de meu próprio corpo contra os pesadelos que me atormentavam, mas porque ouvi um grito agudo.
— AAAAAAARRGHH!!
Sentei-me de súbito, quase caindo da cama. Isso infelizmente já estava se tornando um hábito. Bem, mas pelo menos Dino e Simas tinham caído no chão também.
— Desculpe! — pediu Harry. Eu não sabia se ele estava se desculpando com Ron, por ter lançando sobre ele um feitiço que o deixou de cabeça para baixo, pendurado pelo tornozelo, ou comigo, que acordei de susto. — Vou consertar isso, deixe-me só achar...
Ele começou a folhear seu livro de Poções com desespero em busca de um contra-feitiço. Fora o barulho de papel sendo passado, o único som audível foi o das risadas escandalosas de Dino e Simas.
— Gostei desse feitiço. Vou usar na próxima vez em que Romilda Vane tentar se esfregar em você — falei, fazendo uma careta ao lembrar que, no dia anterior, enquanto Harry me esperava do lado de fora do banheiro feminino, Romilda tentou beijá-lo à força. Eu não ligava muito para o fato de que ela o queria, até porque Harry era realmente muito requisitado, mas nunca toleraria que meu namorado fosse vítima de assédio. — Qual é o nome?
Harry deu um sorrisinho.
— Levicorpus. E não é preciso de uma varinha para executá-lo.
— Mhmm... Melhor ainda.
— Harry! — chamou Ron. — Sem querer ser chato, mas eu estou ficando muito tonto. Tem sangue demais na minha cabeça.
— Ah, certo, desculpe — disse meu namorado, piscando algumas vezes. — Liberacorpus!
Com um baque dolorido, Ron caiu sentando no chão. Ele se levantou, esfregando a bunda.
— Amanhã — disse Ron com a voz abafada — , eu prefiro que você use o despertador, tá?
Dessa vez, eu ri. Ele fez uma careta, mas não deu uma resposta como achei que faria. Pensei, com alívio, de que isso provavelmente era um bom sinal.
Como eu havia acordado de bom humor, para variar, decidi aproveitar antes que alguma coisa me irritasse e comecei a me arrumar para nossa visita à Hogsmeade. Na realidade, era para termos ido no mês passado, mas o passeio foi adiado porque os pontos turísticos mais importantes da vila estavam fechados para reforma. Assim, avisei à Maddie que iríamos vê-la apenas no mês de novembro.
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𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter
Fanfic𝐚𝐫𝐭𝐞. substantivo feminino ? १ 𝐢. produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concretização de um 𝐢𝐝𝐞𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐛𝐞𝐥𝐞𝐳𝐚 e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana. 𝐢𝐢. forma de agir; maneira, jeito. 𝐢𝐢�...