está tudo bem. você
apenas esqueceu de
quem você é.– bem-vindo de volta.
.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १
Após trocar de roupa pelo que me pareceu ser a décima vez naquela noite, observei meu reflexo através do espelho.
Minha pele estava pálida, devido à carência de luz solar. Meus cabelos estavam mais longos e macios, apesar de meu pouco cuidado com eles, e havia sombras escurecidas sob meus olhos. Eu me sentia horrível, por dentro e por fora, e posso garantir que não era nada agradável olhar-se no espelho e ver nada senão cacos e escuridão.
A única parte de mim que permanecia intacta era a mais insignificante de todas: minhas unhas. Ignorava todos os meus problemas consertando-as. Lixava, polia, pintava; tanto que, se antes estavam roídas, agora tinham três vezes o tamanho original.
Quando não estava cuidando delas, estava lendo. Perdi a conta de quantas noites passei acordada devorando histórias.
Porque qualquer coisa era melhor que dormir e sonhar com a Morte e os pesadelos que me atormentavam. Qualquer coisa era melhor que acordar no meio da noite e descobrir que meu quarto estava tomado pelas sombras. Literalmente. As nuvens de fumaça escura que começaram a se manifestar antes do verão agora eram bem frequentes. Ninguém sabia, visto que só acontecia quando eu estava dormindo, mas eu mantinha a porta trancada quase sempre mesmo assim.
Todas as noites, Harry falava comigo por telefone. Tínhamos enviado um a ele via correio trouxa, no primeiro dia de férias, e, sempre que o relógio batia vinte e três horas, ele me ligava. Às vezes, eu não aguentava a ansiedade e ligava antes. Privacidade era algo muito valorizado em minha casa, então, mesmo que ficássemos conversando até às duas da manhã, ninguém nunca pedia que eu fosse dormir.
Desde minha mudança para casa de minha mãe, eu passava a maior parte do tempo sozinha. Remus e Dorcas carregaram a maioria de meus pertences para meu quarto na mansão, que era muito maior que o antigo, e fizeram questão de comprar vários livros novos para preencher os buracos vazios das prateleiras enormes de minha estante. Romances, histórias fantasiosas, livros de ficção científica e clássicos da literatura moderna eram vistos para todos os lados; e as palavras enchiam o silêncio do ambiente com guerras e beijos fervorosos de amor. A melhor parte era que eles não olhavam muito para a classificação indicativa dos livros que compravam, então, às vezes, eu acabava me surpreendendo com cenários um tanto quanto provocativos.
Na verdade, tudo estava quieto, ultimamente. Mesmo quando minha perna ficou boa e eu já conseguia andar sem o auxílio de muletas, poucas vezes ouvia-se passos arrastando-se pela casa ou portas batendo. O cenário era meio deprimente, e não pude deixar de começar a me sentir assim, vazia, quando tudo à minha volta acontecia sem propósito aparente. Mamãe fingia ser forte na maior parte do tempo, mas, de vez em quando, eu a escutava chorando. Dorcas andava bem quieta, também; e Remus tinha a vista distante sempre que eu falava com ele. Parecia que estava vendo fantasmas.
Mas lidar com Maddie era a pior parte. Eu mal a via em casa, e, quando esbarrava com ela ou tentava conversar sobre literalmente qualquer coisa, minha irmã se esquivava. Se eu a pressionasse, era grossa comigo; se eu a ignorasse, achava que eu estava chateada e tentava me compensar preparando brigadeiros. Maddie nunca esteve tão instável.
A personalidade dela mudava um pouco todo dia, e ela estava ficando irreconhecível. Ainda usava aquelas brincadeiras sarcásticas que tiravam risadas de todos, e ainda sorria nos poucos momentos em que aceitava tomar um café comigo, enquanto me escutava falar sobre Harry. Contanto que não deixássemos sua zona de conforto, ela estava "bem". Mas seu sorriso era congelado, não acompanhava o canto dos olhos; e ela nunca parecia feliz de verdade ou motivada a falar o bastante. Quando cansava, ia-se embora, e eu me via sozinha novamente na cozinha, encarando o ponto fixo em que ela estava antes, como se minha irmã houvesse desaparecido.
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𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter
Fanfic𝐚𝐫𝐭𝐞. substantivo feminino ? १ 𝐢. produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concretização de um 𝐢𝐝𝐞𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐛𝐞𝐥𝐞𝐳𝐚 e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana. 𝐢𝐢. forma de agir; maneira, jeito. 𝐢𝐢�...