𝐘𝟓: Dumbledore's Army

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O primeiro treino de quadribol que sucedeu o novo decreto de Umbridge aconteceu dois dias depois da conversa que tivemos com meu pai, na lareira do Salão Comunal; mais especificamente no dia em que teríamos a nossa primeira reunião do grupo de Defesa Contra as Artes das Trevas.

As aulas daquele dia haviam sido milagrosamente canceladas devido ao mau tempo, então todos estávamos livres para fazermos o que nos viesse em mente. Concordamos, portanto, em nos preparar para assistir ao treino de Harry e Ron, que aconteceria logo após o café da manhã, no campo molhado devido às gotas de chuva. Angelina realmente não era do tipo que perdoava ou deixava passar. Convocaria o time mesmo que a temperatura ultrapassasse dos trinta e poucos graus do verão, ou dos pontos negativos do inverno que doía nos ossos. 

Não havia ninguém além de nós do lado de fora do castelo e, como as arquibancadas estavam molhadas e muito escorregadias, Hermione e eu optamos por ficar de pé num canto mais afastado do centro do campo de quadribol, mais para perto dos vestiários. A vantagem era esta: não tínhamos que nos preocupar com nos molhar porque a pequena cobertura da entrada impedia que a água chegasse até nós. Entretanto, os gritos frustrados de Angelina eram mais penetrantes que o som de balas de canhão cortando o ar.

— HARRY! PARE DE FICAR OLHANDO PARA S/N E VÁ FAZER ALGUMA COISA QUE PRESTE! — berrou a garota. Fiquei vermelha até as orelhas. — FRED! GEORGE! POR QUE DIABOS VOCÊS DOIS ESTÃO VOANDO EM CÍRCULOS?

— ME DESCULPE, ANGE, MAS NÃO ESTAMOS CONSEGUINDO VER PORRA NENHUMA! — gritou Fred em resposta. — A CHUVA ESTÁ EMBAÇANDO NOSSOS OLHOS!!

Eu já desistira de tentar ajudá-los fazia muito tempo, e agora me encontrava rindo deles que nem uma idiota. Hermione, por outro lado, juntou as mãos em torno da boca e berrou:

— USE O IMPERVIUS! VAI TE FAZER ENXERGAR!

— USAR O QUÊ?! — berrou George.

— O SÉRVIOS, BOCÓ! — entoou Fred.

IMPERIUS?!!! TÁ LOUCO??

Soltei uma visível gargalhada, e Fred começou a me xingar. Harry não gostou muito de sua atitude, e deixou escapar palavras que eu nunca tinha ouvido na vida, mas que sabia que não podiam significar boa coisa. Não fiquei preocupada, já que eles eram amigos e não levariam para o lado pessoal, mas decidi intervir e mandei Harry calar a boca do jeito mais delicado possível enquanto levantava o dedo do meio para Fred. O ruivo revirou os olhos, e Harry obedeceu.

Meia hora depois, o treino havia se dado por encerrado. Derrotados, os jogadores vieram ao nosso encontro e foram, aos poucos, entrando no banheiro. Harry e Ron chegaram até nós enquanto enxugavam seus respectivos cabelos molhados.

— Estou te dizendo, Harry, nós vamos acabar perdendo a próxima partida se continuarmos assim — disse Ron com tristeza. — Não sei por quê continuam insistindo em mim, sou o pior goleiro que já existiu.

— Não é, não — disse Harry, confiante. — Precisamos treinar mais um pouco, só isso. Cá entre nós — ele olhou para os lados antes de falar — , Angelina anda bem estressada ultimamente. Entendo que ela quer muito vencer o campeonato, mas acontece que não vai conseguir nada se continuar nos pressionando assim.

— Harry está certo, Ron — consolou-o Hermione. — Dê um desconto a si mesmo, tudo bem? Não é culpa sua que está chovendo.

Ron suspirou, mas assentiu; Harry, que tinha removido seus óculos para secar o rosto, pressionou a toalha contra sua face e soltou uma exclamação de dor. Sua mão foi imediatamente para onde jazia a cicatriz em forma de raio, e eu me preocupei com ele. Fazia semanas desde que a cabeça de Harry doía daquele jeito, como se os sintomas provocados pela estranha ligação que tinha com Voldemort estivessem piorando.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora