𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter

𝐘𝟒: Yule Ball

Faltavam exatamente dois dias para o Baile de Inverno quando Draco Malfoy atingiu Hermione com um Feitiço para Crescer os Dentes.

Após uma aula de Transfiguração particularmente cansativa, Harry, Ron, Hermione e eu seguimos para as masmorras, onde ocorreria a última aula de Poções do ano. Confesso que eu estava muito empolgada com a possibilidade de não ter que olhar para o rosto feio e oleoso do Snape pelas próximas duas semanas, mas tentei não ficar contente demais — até porque era provável que ele passasse toneladas de deveres de casa para depois do feriado. 

Ao nos aproximarmos da sala de aula, percebemos que a grande porta de ferro que protegia o local estava trancada por dentro; então decidimos que era melhor esperar pelos outros alunos e pelo próprio professor.

Dez minutos depois, um grupo de sonserinos desceu as escadas das masmorras conversando animadamente sobre um assunto qualquer. Todos eles usavam distintivos idênticos nos quais as palavras "Potter Fede" estavam escritas e riam bastante de algo que um deles dissera; então não fiquei surpresa quando Draco Malfoy chegou mais para perto de nós com um sorrisinho presunçoso nos lábios e torceu o nariz em deboche.

— Gostou, Potter? — ele perguntou em voz alta quando Hermione, Ron e eu trocamos olhares apreensivos. Depois, apontou para o distintivo que jazia em seu peito. — Eles combinam perfeitamente com as vestes escolares, não acha?

— Vá arrumar alguma coisa mais interessante para fazer, Malfoy — eu disse. — Acho que você está um pouco ultrapassado, para ser sincera. Ninguém mais desta escola a não ser você e os seus amigos continua usando esse broche ridículo.

Os alunos da Sonserina desataram a rir novamente e pressionaram os dedos nos seus respectivos distintivos, que começaram a emitir uma luz verde brilhante.

— Nossa, eu estou morrendo de rir — disse Hermione sarcasticamente enquanto revirava os olhos. — Tudo isso é realmente muito engraçado.

— Quer um, Granger? — perguntou Malfoy, metendo uma das mãos no bolso e oferecendo um distintivo brilhante a ela. — Tenho vários, mas tome cuidado para não encostar na minha mão. Acabei de lavá-la e não quero que uma sangue-ruim a suje.

A única coisa que eu consegui fazer foi olhar de um lado para o outro, tentando decidir se deveria ou não tomar uma atitude; mas Harry apanhou a própria varinha antes que qualquer um de nós pudesse fazer alguma coisa e apontou-a para o peito de Draco.

— Harry! — chamou Hermione em tom de aviso. Eu entendia o ponto de vista dela, já que o Prof. Snape provavelmente apareceria a qualquer momento e tiraria uns bons cinquenta pontos da Grifinória sem nenhum motivo específico, mas saquei a minha varinha também. — Deixe isso para lá!

— Vamos, Potter — o loiro provocou. — Você não é tão corajoso quando o Moody não está por perto, não é?

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Harry e Draco lançaram os seus respectivos fetiços. Os feixes de luz que saíram de cada varinha colidiram e ricochetearam, seguindo em direções opostas e atingindo Goyle e Hermione diretamente no rosto.

Sem pensar duas vezes, baixei a varinha e corri para ajudar a garota, que tampava a boca com uma das mãos e chorava de dor. Com cuidado, examinei o estrago e quase soltei um grito de pavor quando notei que os dentes dela cresciam num ritmo assustador, ultrapassando o lábio inferior e atingindo a marcação do queixo da garota.

Goyle não estava numa situação muito melhor, pois o feitiço de Harry produzira dezenas de furúnculos enormes e feios que brotavam incansavelmente na superfície do seu nariz.

— O que está havendo? — a voz dura e fria de Snape perguntou, se aproximando de nós.

— O Potter me atacou, professor! — disse Draco.