𝐘𝟒: Potter Stinks

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Os dias que se seguiram não foram muito agradáveis. 

Depois que Dumbledore anunciou que o nome de Harry saíra do Cálice de Fogo, o garoto foi conduzido até a pequena sala que ficava numa das pontas do Salão Principal e foi interrogado pelos diretores de Hogwarts, Durmstrang, Beauxbatons e pelos organizadores do Torneio Tribruxo. Harry me disse que ninguém o culpou pelos acontecimentos daquela noite, mas que ele seria obrigado a participar da competição.

Algumas horas mais tarde, quando Harry retornou ao Salão Comunal da Grifinória, Ron e ele brigaram feio. Aparentemente, o ruivo ainda não aceitara o fato de que o melhor amigo participaria do Torneio Tribruxo sem ele e o culpou por isso, chamando-o de egoísta e mentiroso.

Mas o Ron não era o único que achava isso, porque quase todos os outros alunos de Hogwarts olhavam para Harry de cara feia sempre que ele passava. Até mesmo alguns professores o encaravam com espanto ou, no caso de Snape, desprezo. Não que ele não fizesse isso antes, mas já estava ficando chato.

Hermione e eu éramos praticamente as únicas pessoas que não estavam tratando Harry com indiferença e, embora ele dissesse que estava bem, eu sabia que isso era mentira. Havia muito tempo que ele não conseguia mentir para mim com eficiência. Hermione e Ron ainda se falavam diariamente, mas eu permaneci ao lado de Harry. Era em momentos como esse que eu sabia que ele precisava do meu apoio.

No primeiro dia de novembro, os campeões foram chamados para fora das salas de aula para dar uma entrevista. Aconteceu quando estávamos no começo de mais uma das aulas do insuportável do Snape.

— Ei, Potter — Malfoy chamou quando viu que Harry e eu entrávamos nas masmorras. Ele apontava para um pequeno distintivo que estava preso ao seu peito e sorria descaradamente. A princípio, pensei que era um dos broches do F.A.L.E; mas eu sabia que Draco Malfoy nunca concordaria em usar uma coisa daquelas. — Gostou? Aqui diz "Potter Fede", caso os seus óculos não estejam bons o suficiente para você enxergar. 

— Cala a boca, Malfoy — eu disse, irritada. — Ninguém aqui tem um pingo de paciência com as suas brincadeiras de mau gosto.

— Não seja por isso, amor — o loiro disse, fazendo-me revirar os olhos. Tudo naquele garoto me deixava completamente enjoada. — Aqui, tenho um distintivo extra para você, se quiser.

Harry olhou feio para ele e deu alguns passos para a frente, mas eu o impedi com o braço.

— A única coisa que fede aqui — eu disse, referindo-me às palavras gravadas no broche que ele usava. — É você. E eu não usaria essa merda nem se me pagassem, muito obrigada.

Sem esperar por uma resposta, segurei o meu melhor amigo pelo braço e o arrastei para longe. Ron e Hermione estavam numa mesa mais afastada, então não nos aproximamos para falar com a garota.

— Abram os livros na página setenta e cinco — o professor disse, entrando na sala. Depois, virou-se para encarar Harry. — Me diga, Sr. Potter, que ingrediente pode ser utilizado como antídoto universal.

Fechei os meus olhos por um momento, tentando conter a minha irritação. Não era novidade para ninguém que Severo Snape me tirava completamente do sério.

— Eu não sei, professor.

— Não sabe? — ele debochou. — Parece que fama e poder não é tudo, afinal. Conseguiu entrar para o Torneio Tribruxo, mas não sabe que o bezoar é um ingrediente que pode ser utilizado como antídoto para quaisquer tipos de veneno. Não sei como você irá fazer isso, Sr. Potter, mas não duvido nada de que não vai conseguir passar nem da primeira prova.

Embora eu tivesse vontade de falar umas boas verdades na cara do Prof. Snape, não o fiz. Decidi que seria melhor para Harry se eu permanecesse calada porque a última coisa de que precisávamos era uma detenção.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora