Quando entrei no Três Vassouras, Ron e Hermione já estavam esperando por nós. Caminhei até eles, fingindo estar calma quando na verdade estava beirando um ataque de pânico.
Discutir com Harry, por qualquer que fosse o motivo, sempre me deixava triste de uma forma desesperada, como se eu não conseguisse conter meus nervos. Eu já estava me arrependendo amargamente de ter perdido a cabeça com ele, amaldiçoando a mim mesma sem piedade. Ele tinha comprado livros para mim, e eu agi como uma puta mal agradecida sem caráter; mas não foi proposital. Algo rústico e completamente selvagem em meu interior se rebelou, despertando lentamente de meu sangue que borbulhava. E aquela faísca de poder inominável... Aquilo desestabilizou tudo.
O pior é que eu nem podia pedir desculpas naquele momento mesmo, já que Maddie estava conosco. Apesar de toda a confiança que eu colocava nela, eu não gostaria muito que minha irmã presenciasse algum tipo de conversa íntima entre Harry e eu.
Tentei dar um sorriso fraco conforme me sentei de frente para Ron e Hermione, mas não devo ter sido muito convincente, porque o garoto perguntou:
— Está tudo bem?
Mesmo que eu não quisesse responder, me senti um pouco melhor ao saber que Ron estava, aos poucos, voltando a ser legal comigo.
Dei de ombros, sem realmente dizer alguma coisa, e coloquei a sacola de livros que tanto me atormentava sobre a mesa. Hermione me estudou com cautela, depois o papel amassado do pacote.
— Posso ver? — perguntou.
— Vá em frente.
Ela mexeu sutilmente com a ponta dos dedos no plástico, espiando o conteúdo de dentro.
— São para alguém? Está tudo embrulhado em papel para presente.
— Bem, tecnicamente. Harry os comprou para mim.
— E você não está feliz? Livros são seu refúgio seguro.
— É claro que estou feliz, veja.
Puxei um pedaço do papel de embrulho, revelando uma pequena amostra da capa de Persuasão, que era mais que o suficiente para Hermione exclamar:
— São primeiras edições! Nossa, que sorte a sua, S/N!
Fechei os olhos, enterrando o rosto nas mãos e os dedos em meus cabelos bagunçados pelo vento que soprava do lado de fora do estabelecimento lotado. Acabei mordendo meus próprios lábios também, para descontar a ansiedade.
— Eu sou tão estúpida — resmunguei, tirando as mãos do rosto. Os dois me olhavam sem entender nada.
— Por que está dizendo isso? — perguntou Ron.
— Nós brigamos — expliquei. — Harry e eu.
Hermione franziu o cenho, preocupada.
— O que aconteceu?
— Estávamos saindo da livraria quando Harry disse que a dona da loja estava falando a língua das cobras — diante disso, Hermione pareceu preocupada. — Sim, ele fez essa cara que você está fazendo agora, Mione. Sugeri que fôssemos para um lugar onde não pudessem nos seguir, caso a mulher fosse um Comensal da Morte disfarçado, e Harry concordou, dizendo que precisávamos cuidar da minha segurança.
— Certo... Ainda não entendi o motivo da briga.
— Fiquei chateada porque Harry sempre coloca as minhas necessidades acima das dele. Hazz não liga se está correndo perigo ou não, contanto que eu esteja segura, e isso me irrita porque eu também quero protegê-lo. Além do mais, não gosto de ser vista como alguém que não pode se defender. Sei que estou passando por poucas e boas, mas isso não é motivo.
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𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter
Fanfic𝐚𝐫𝐭𝐞. substantivo feminino ? १ 𝐢. produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concretização de um 𝐢𝐝𝐞𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐛𝐞𝐥𝐞𝐳𝐚 e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana. 𝐢𝐢. forma de agir; maneira, jeito. 𝐢𝐢�...