𝐘𝟕: The Seven Potter's

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⚠️: sangue.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

As crises de choro começaram no dia em que tentei chamar Harry através de nosso laço de parceria, e ele não respondeu.

Harry acreditava que, dessa forma, eu estaria segura; com Voldemort bem longe de minha cabeça. Isso porque havia uma conexão entre nossas almas, e, consequentemente, um pequeno risco de Voldemort aproveitar-se das circunstâncias para invadir minha mente. Era até uma preocupação válida, embora eu não concordasse. Mamãe e Maddie também não.

Eu sentia tanta falta dele que doía. Houve dias em que minha irmã deixou de trabalhar para ficar cuidando de mim, de tão ruim que a situação estava. Meu coração batia mais forte com as crises, meu peito começava a comprimir como se estivesse afogando. Era péssimo, em especial porque Harry podia escutar meus chamados. Escolhia ignorá-los "para meu próprio bem".

O amor dele por mim era tão forte que o cegava, e isso me deixava histérica.

No meio de julho, a Ordem da Fênix mandaria uma mobilização para resgatá-lo da Rua dos Alfeneiros e o levaria para as dependências da Toca, onde aconteceria o casamento de Gui e de Fleur. Harry já estava sabendo, mas não sei se tinha ciência de que se encontraria comigo. Convenci Remus a me deixar ir: meu padrasto não objetou muito, apesar do perigo embutido na missão.

Nosso plano era: tomaríamos a Poção Polissuco para ficarmos iguais a Harry, a fim de dificultar a vida dos Comensais da Morte em caso de um ataque, e voaríamos até a casa de Ron. Não podíamos aparatar porque Harry e eu ainda éramos menores de idade. A Ordem detectou que havia inimigos infiltrados no Ministério, que estariam de olho em nossa localização e em nossos rastreadores (responsáveis por detectar os bruxos com menos de dezessete).

Harry detestaria quando descobrisse, mas não havia escolha; e confesso que fiquei imaginando qual seria sua reação quando soubesse que um dos sete Potter's seria eu.

Parte de mim não tinha ideia do que fazer quando o encontrasse. Queria beijá-lo com força, mas temia que Harry não correspondesse. Também queria bater nele e xingá-lo de todos os palavrões que conhecia, por me fazer sofrer. Não sabia se poderia chamá-lo de "meu amor", como antes, ou de qualquer similaridade. Nem sabia se Harry continuava sendo meu.

Com o ataque à Torre de Astronomia, Remus passou a receber maus olhares, porque era lobisomem. Sempre houve desprezo, é claro, mas nunca como agora. Ainda não perdera o emprego, embora fosse uma questão de tempo até que as forças de Voldemort tomassem o Ministério. Depois que acontecesse, deveria esconder-se, devido ao status da família. Não éramos exatamente bem-vistos pelas forças das Trevas: nos queriam todos mortos.

Isso me fazia pensar que a guerra realmente se aproximava, e que não era mais uma fantasia distante de minha cabeça. O pensamento me apavorava, e um sentimento de irrealidade tomava conta do resto. Parecia surreal perceber que meus amigos e eu não éramos mais as crianças que embarcaram pela primeira vez no Expresso de Hogwarts, em setembro de 1991.

As férias de verão arrastaram-se muito devagar. Eu me sentia mais adulta que antes, embora tivesse apenas dezesseis anos. E não foi só porque fiz um novo corte de cabelo, ou porque minha cintura estava mais fina, e meus quadris, mais largos. É que o cansaço envelhece as pessoas; a tristeza, também.

No mês de julho, o Profeta Diário publicou uma matéria cuja manchete era: EM MEMÓRIA DE ALVO DUMBLEDORE. Li o texto em questão diversas vezes, guardando-o sobre a escrivaninha para o caso de querer dar uma ou outra olhada. O memorial, escrito por Elifas Dodge, amigo de infância do ex-diretor de Hogwarts, contava um pouco sobre sua história.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora