𝐘𝟔: The Quidditch Captain

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Quando retornamos ao castelo, Harry e eu não seguimos diretamente para o Salão Comunal da Grifinória.

— Shhh, você vai acordar a escola inteira desse jeito, amor — falei em meio à uma risada, quando Harry tropeçou num vaso de cerâmica e quase o quebrou.

— Desculpe — pediu ele, colocando o vaso no lugar com impaciência. — Por que diabos colocaram a porra de um vaso no meio do corredor?

— Porque Hogwarts aparentemente não teve muitos arquitetos decentes — falei, entrelaçando nossos dedos para que não nos perdêssemos no escuro. — Vem, é por aqui.

Por fim, conseguimos encontrar as portas de acesso das cozinhas, e entramos. Estava escuro, então supus que os elfos foram dormir; mas mesmo assim pude avistar uma enorme travessa de biscoitos sobre a bancada da mesa mais próxima.

Eles têm um sono bem leve, falei na mente de Harry. Tente não tropeçar de novo.

Engraçadinha, respondeu.

Andei na ponta dos pés e peguei o pote de biscoitos sem fazer barulho. Eles tinham gotas de chocolate, e eu sabia que eram saborosos porque tinha comido alguns durante o lanche da tarde.

Consegui, dei um sorriso triunfante, que logo desapareceu quando percebi que estava escuro demais, e que eu não sabia onde ele estava. Ok, como faço para encontrar você?

Venha em frente. Posso ver o brilho do pote de biscoitos.

Devagar, alcancei-o, e Harry passou um braço em torno de meus ombros para me guiar até a porta. Quando desviamos do tal vaso que tinha caído e retornamos à luz, porém, uma pequena figura saiu das sombras de um corredor lateral escuro.

— Minha senhora! — berrou Monstro. — Monstro está tão feliz em vê-la! Minha senhora veio levar Monstro para casa, e Monstro está tão contente!

— Shhhh, fique quieto! — sibilei, olhando para os lados. Era quase meia-noite, portanto já havia passado do toque de recolher. Se fôssemos pegues no flagra fora da cama, estaríamos muito ferrados mesmo; especialmente porque Harry só tinha notado que se esquecera da Capa da Invisibilidade há cerca de meia-hora. — Ninguém pode nos ver, Monstro, você entende isso, não entende?

— Oh, perdoe-me, minha senhora! — sussurrou Monstro, fazendo uma reverência. — Monstro apenas está animado, Monstro sentiu muitas saudades da Mui Antiga e Nobre Casa dos Black!

— Não vim aqui para levar você para casa — falei. — Vim aqui para pegar biscoitos. Por sinal, quero que isto fique apenas entre nós, tudo bem? Não conte a ninguém que nos viu andando pelos corredores depois do horário permitido.

O elfo pareceu murchar, mas fez uma reverência profunda.

— A boca de Monstro é um túmulo, minha senhora.

— Ótimo — comecei a puxar a manga da camisa de Harry. — Vem, temos que ir. Tem alguém vindo.

De fato, passos apressados ecoaram pelo corredor, e certamente não provinham dos pés de nenhum elfo. Harry assentiu, e assim deixamos Monstro para trás com uma breve despedida.

Eu ainda estava chateada com o elfo, então ser rude não era exatamente difícil. Tinha conhecimento de que ele estava arrependido — dava para notar, pelo modo com o qual se comportava — , e por esse motivo senti-me um tanto culpada pelo modo como andava tratando-o. Era compreensível, já que, se não fosse por ele, meu pai ainda estaria vivo, mas eu me senti mal mesmo assim.

Depois de algum tempo, chegamos ao Salão Comunal da Grifinória. Ron e Hermione, que encontravam-se diante da lareira, levantaram-se imediatamente.

— Onde vocês estavam? — perguntou Hermione, histérica. — Estamos aqui há mais de cinco horas sem receber notícias. Vocês simplesmente sumiram!

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora