𝐘𝟕: Bellatrix's Vengeance

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no fim,
anoitece;
escuridão
preenche
tudo.

– as estrelas estão morrendo.

⚠️: tortura, sangue, morte.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

A Malfoy Manor, à noite, parecia com uma casa assombrada dos filmes de terror. E conforme nos aproximávamos, o ar em meus pulmões ia comprimindo, reduzido a partículas de pó.

O portão da frente ergueu-se diante de nós como um monstro que espreita sob a cama. Fiquei pensando na burrice que cometi quando pronunciei o nome de Voldemort, tanto que a lembrança estava me engolindo viva, a culpa me consumindo dos pés à cabeça. Bellatrix aguardava ansiosamente por mim naquela casa enorme, merda. E com um peso no coração que ao mesmo tempo era ansiedade, percebi que minha irmã também.

Nem precisamos tentar colocar meu plano de resgatar Maddie em ação. No final, acabaríamos na mesma posição que ela, senão num lugar pior.

Não se martirize, disse Harry em minha cabeça, tentando me confortar. Você não fez de propósito, amor.

Eu deveria ter tomado mais cuidado.

Mas não dá para voltar atrás, e está tudo bem. Vamos superar isso, você vai ver. Vamos fugir daqui.

Consigo sentir quando você está mentindo, respondi.

Harry suspirou.

Sabe que não quero mentir para você. Quer que sejamos realistas... Mas precisamos nutrir esperanças. Senão, teremos nada.

O portão se abriu automaticamente quando um dos sequestradores disse alguma coisa para o ar vazio. Percebi que, ali, a magia ouvia, falava. Qualquer coisa que disséssemos poderia voltar-se contra nós.

Seguimos por um caminho em linha reta, sendo empurrados pelas pontas de varinhas que cutucavam nossas costelas. Confiscaram as nossas, então nem podíamos nos defender para depois darmos as mãos e aparatar.

Havia árvores podadas de cada lado da pequena estrada de terra, todas muito bem-cuidadas. Para além, jardins enormes, cheios de plantas exóticas e flores exuberantes preenchiam a propriedade, tentando dar um ar de menor vazio para a casa que erguia-se à frente, sombria e horripilante, de arrepiar os cabelos da nuca. A casa de minha mãe, embora quase tão enorme quanto aquela, retratava sentimentos opostos: calor, familiaridade, conforto; o que eu sinceramente duvidava que existisse na Malfoy Manor, onde possivelmente havia espinhos nos assentos das cadeiras da sala de jantar.

Ao chegarmos à porta principal, que nos levaria direto para o hall da mansão, paramos. Greyback tocou a campainha. Pouco depois, o barulho de saltos contra mármore anunciou a chegada de Narcissa Malfoy, que abriu apenas o suficiente para espiar quem estava do lado de fora.

— O que você quer?

— Madame — cumprimentou o lobisomem, fazendo uma reverência. Aquilo foi obviamente um exagero, visto que não vivíamos mais nos tempos medievais. Até Narcissa achou isso, porque ergueu as sobrancelhas. — Trouxemos o que pediu.

— Não lhes pedi nada — respondeu a mãe de Draco, secamente.

Greyback deu um sorrisinho, como quem diz "você vai mudar de ideia", e afastou-se para que a mulher tivesse uma boa visão de meus amigos, meu namorado e eu. O desprezo em seu olhar transformou-se em choque.

— Como? — perguntou ela num sussurro, nos avaliando como se fôssemos a solução para seus problemas.

— Eles disseram o nome Tabu, e por coincidência estávamos perambulando pela área. Eu diria que tivemos sorte.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora