Depois do ocorrido na Toca, nosso retorno para Hogwarts se deu via Pó de Flu. Nos enfileiramos diante da imensa lareira da casa de minha mãe, e, um a um, fomos atravessando.
Desde o desaparecimento de Ginny, não tive coragem de olhar nos olhos da Sra. Weasley. Se é que poderia ser considerado um desaparecimento, mas era o mais alto que minhas esperanças me permitiam chegar.
Os dias depois do Ano Novo seguiram sem muita agitação. Mamãe até tentou falar comigo sobre aquele dia na ala hospitalar, em que eu deixara escapar informações sobre meus supostos poderes ocultos, mas desconversei. Embora fingisse plenitude, após os acontecimentos do feriado, tive uma recaída no que diz respeito à saúde mental, e preferi ficar no quarto durante quase todo o tempo. Harry percebeu isso, e tentou me animar. No entanto, quando eu estava muito indisposta, ele apenas ficava deitado comigo, me abraçando.
Tive mais crises de choro do que podia contar. Eu me sentira incrível machucando Greyback e Bellatrix, e, apesar de não me arrepender, o cenário traumático que eu vivenciara tornava mais difícil dormir. Com a falta de sono, eu ficava irritada, tinha episódios de ansiedade frequentes e dores de cabeça, o que talvez fosse a parte mais insuportável. Eu só queria poder passar vinte e quatro horas inteiras sem sofrer com enxaquecas.
Até mesmo Pads percebeu que eu estava mal. Ele aprendia rápido, e logo descobriu como subir em minha cama sem precisar de ajuda, aninhando-se a mim para me fazer companhia. Quando queria brincar, ficava pulando enquanto balançava o rabo, a fim de chamar minha atenção, o que me fazia rir. Pads adorava me fazer rir. Ao acordar, ele só sossegava quando Harry lhe dava algumas rodelas de banana, e depois se contentava com apoiar a cabeça em minha perna, enquanto eu lia meus livros.
Simba, que era mais discreto, costumava enroscar-se aos pés de Harry quando tinha a chance, e ronronava para pedir carinho. Pads implicava muito com ele. Eram melhores amigos.
Agora, de volta à Hogwarts, eu estava triste porque sentiria saudades do meu cachorro. E pensava exatamente nisso quando Harry, assim como eu, minutos antes, surgiu na lareira de McGonagall.
— Boa noite, Potter. Procure não deixar cinzas no tapete.
— Sim, professora.
Escondi um sorriso. Ela tinha me dito a mesma coisa. Estávamos prestes a deixar sua sala quando a mulher chamou:
— Mckinnon Black. Preciso falar com você.
Meu namorado e eu nos entreolhamos. Senti um frio na barriga. Será que ela queria conversar sobre minhas notas? Será que meu desempenho piorara? Até porque, quando ia estudar, não estava conseguindo me concentrar direito.
— Vou esperar por você lá fora — disse Harry, deixando-me a sós com a professora.
Minerva me olhou por trás dos óculos.
— Sente-se.
Fiz o que ela mandou. Involuntariamente, minha perna começou a tremer: meu usual tique nervoso.
— Estou ciente do ocorrido no dia de Natal.
— Ah.
— Você agiu bravamente. Eu mesma não teria me saído tão bem.
— A senhora está sendo modesta.
— Não estou, não. Realmente acredito que você tem potencial. Dumbledore também acha. Conversei com ele, anteontem, e concordamos que a situação pela qual você e sua família estão passando é atípica. Por isso, decidimos abrir algumas excessões.
Franzi o cenho.
— De que tipo?
— Bem, como sabe, em breve, a escola disponibilizará aulas de aparatação para os alunos que vão fazer dezessete anos até agosto. Mas você ainda tem quinze, correto?
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𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter
Fanfic𝐚𝐫𝐭𝐞. substantivo feminino ? १ 𝐢. produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concretização de um 𝐢𝐝𝐞𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐛𝐞𝐥𝐞𝐳𝐚 e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana. 𝐢𝐢. forma de agir; maneira, jeito. 𝐢𝐢�...