𝐘𝟔: August 11th

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Os dias que se seguiram passaram de forma rápida, com manhãs esplendorosas e quentes e tardes de chuva. Normalmente, tínhamos que acordar bem cedo por causa da dinâmica da Toca (minha mania de dormir de madrugada provou-se negativa), e ainda sonolentos ajudávamos a Sra. Weasley com algumas tarefas básicas antes de sairmos para jogar quadribol. Eu nunca queria participar, mas Harry sempre conseguia me convencer do contrário. No fim das contas, era divertido.

Quando eu não estava jogando ou lendo, conversava com Fleur e Hermione. A essa altura, minha família já tinha ido embora, apesar de minhas súplicas para que eu fosse junto. Não que eu não gostasse de estar na casa de Ron, mas sentia falta da minha rotina arrastada e triste de antes. Ginny também tentava participar da conversa, mas se afastava toda vez que mencionávamos o nome de Harry. Isso também me deixava para baixo, porque eu não queria prejudicar nossa amizade apenas devido à sua paixão platônica por meu namorado. Quero dizer, tudo me deixava para baixo ultimamente, mas eu estava tentando melhorar.

— Sinto muito, S/N, mas já conversamos sobre isso — disse Remus. — Vocês vão voltar depois do aniversário de Ginny.

— Eu não ligo para essa festa estúpida! — retruquei. — Amo a Ginny e tudo o mais, só que não estou com cabeça para nada disso. Preciso de um descanso, Remus, céus.

— Ei — chamou ele, solidário — , não fique assim. Veja pelo lado bom, Harry está aí com você. Conversei com ele e combinamos tudo: depois da festa, nem que sejam três horas da manhã, busco vocês. Se você quiser.

Apenas o encarei, receosa. A possibilidade de estar em meio a tantas pessoas num só lugar não me agradava, principalmente porque, da última vez em que estive num canto lotado, papai morreu.

— Vou deixar vocês passearem no shopping, depois — disse Remus, tentando me animar. Ele sabia que eu amava fazer compras, até porque era um de nossos passatempos favoritos. — Harry pode te levar a uma livraria, ou então ao cinema. Ou os dois, é decisão de vocês. Prometo que vou te deixar gastar todo o meu dinheiro.

— Você está mesmo tentando me comprar com livros e pipoca? — ergui as sobrancelhas.

— Sim?

Revirei os olhos.

— Tudo bem — consegui forçar um sorriso. — Pelo menos tenho que esperar somente até amanhã.

Remus deu um suspiro de alívio.

— Quer que eu lhe envie alguma roupa especial, ou você já tem tudo de que precisa?

— Tenho — afirmei. — Vou usar aquele vestido que compramos na Austrália.

Remus sorriu.

— Preto sempre é uma boa escolha.

— Vou lembrar disso na próxima vez que for comprar um presente para você — falei.

De repente, alguém me puxou para trás, fazendo-me cair sentada no chão. A imagem de Remus desapareceu em meio às cinzas da lareira da cozinha da casa dos Weasley, deixando-me com nada senão eu mesma, e George.

— Ei! — reclamei. — Eu ainda não tinha terminado de falar com ele.

George deu um sorriso contido.

— Foi mal — pediu. — É que marquei de conversar com uma pessoa daqui a exatamente um minuto, e preciso da lareira liberada.

— Hmmm, e por acaso o nome dessa pessoa começa com "Ga" e termina com "briella"?

O gêmeo corou quase que imperceptivelmente.

— Cale a boca — mandou ele, e eu ri baixinho. Eu apoiava muito os dois, então é claro que entendia.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora