A partida de Ron mexeu muito com todos nós, embora tenha afetado Hermione mais intensamente. Desde que aconteceu, ela passou a dormir cedo e a acordar tarde, sempre com um olhar perdido na face. Tínhamos que repetir as coisas para que escutasse. Também não largava o aparelho de rádio, sincronizando-o para que tocasse música; ficar encarando o objeto tornou-se seu novo passatempo favorito, porque a fazia lembrar de Ron.
Em uma noite, decidi sair da barraca para respirar um pouco. Não estava mais aguentando o clima depressivo no ambiente. Harry perguntou se eu queria companhia, e eu respondi que sim, mas que precisava ficar uns minutos sozinha antes. Queria evitar passar minhas preocupações para ele; e, embora Harry fosse habilitado para ler minha mente, respeitou minhas vontades, como o bom namorado, parceiro e amigo que era.
Mais ou menos meia hora depois, retornei me sentindo bem mais leve. Não pensei em nada em específico, durante meu período fora, focando em tentar relaxar enquanto observava as estrelas. Fez bem a mim. Querendo ou não, a partida de Ron me afetara muito: ele era como um irmão mais velho. Além disso, saber que Harry e Hermione também se sentiam mal não contribuía para acalmar meus nervos — meu namorado não admitia, mas a presença de Ron fazia falta. Mesmo a parte mais sombria dela.
Quando entrei de volta, Harry me recebeu de braços abertos. Dei um selinho demorado em sua boca; ainda não tínhamos feito isso, nesse dia.
— Como está Hermione? — perguntei. — Ainda ouvindo música sozinha?
Harry pressionou os próprios lábios um no outro.
— Sim. Na sala de estar — respondeu meu namorado. — Deveríamos falar com ela?
— Não custa tentar — falei, dando de ombros.
Seguimos para onde a garota se encontrava, no sofá. Uma manta cobria-lhe os ombros, e ela encarava o aparelho de rádio, que encontrava-se sobre a mesa de centro. O Lago dos Cisnes tocava.
Havia olheiras sob seus olhos, indicando as noites mal dormidas; sua pele estava pálida, pois fazia tempo que não tomava sol. Ao nos ver, Hermione tentou dar um sorrisinho. Não conseguiu. Ela disse, ainda encarando o rádio:
— Estive pensando em irmos mesmo para Godric's Hollow, amanhã.
Harry ficou surpreso.
— Na Véspera de Natal? Por quê?
— Encontrei uma runa estranha no livro que Dumbledore deixou para mim, em seu testamento — respondeu ela. — Faz uns dias, não contei nada antes porque não sabia de que se tratava.
— Sobre o que é? — perguntei.
— Esse é o problema, ainda é um mistério — disse. Então, para minha surpresa, ela tirou Os Contos de Beedle, O Bardo, do amontoado de panos sob o qual estava inserida. — Encontrei um símbolo estranho gravado na primeira página, imagino que Dumbledore tenha feito isso de propósito. Acho que você estava certo fazia algum tempo, Harry. Godric's Hollow é a melhor opção. Não temos muito mais ideias de onde procurar Horcruxes, e S/N mencionou o vilarejo quando estávamos discutindo sobre onde buscar pela espada de Gryffindor. Além disso, quero informações a respeito da história do lugar; isso pode vir à calhar, no futuro, e, quem sabe, estar relacionado ao símbolo de que estou falando. Aqui, dêem uma olhada na primeira página.
O símbolo de que Mione falava era, curiosamente, o mesmo que vimos pendurado ao pescoço de Xenofílio Lovegood, o pai de Luna, no casamento de Gui e Fleur: um triângulo com uma linha vertical em seu interior, dividindo-o ao meio, e um círculo inscrito na outra forma geométrica.
— É o símbolo de Grindelwald! — exclamou Harry.
— Quê?!
— Krum que disse, no casamento de Gui e Fleur. Ficou com raiva por ver Xenofílio usando o colar e tudo.
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𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter
Fanfic𝐚𝐫𝐭𝐞. substantivo feminino ? १ 𝐢. produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concretização de um 𝐢𝐝𝐞𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐛𝐞𝐥𝐞𝐳𝐚 e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana. 𝐢𝐢. forma de agir; maneira, jeito. 𝐢𝐢�...