A Poção Polissuco finalmente estava pronta, assim como nosso plano de infiltração no Ministério da Magia. Decidimos agir no final da primeira semana de setembro, quando as pessoas estavam distraídas com as notícias da volta às aulas de Hogwarts. Mas, primeiro, tive que me despedir de Pads.
Foi doloroso, porque eu não sabia quando voltaria a vê-lo. Talvez esse nem fosse o caso. De todo modo, instruí Monstro a aparatar com meu cachorro na casa de minha mãe, se não retornássemos.
Na manhã em questão, acordamos cedo e separamos tudo de que iríamos precisar: roupas para nossos disfarces, frascos de Poção Polissuco, logros da Gemialidades Weasley (apenas por precaução), etc. Talvez precisássemos de objetos de trapaça para nos safar. Por fim, quando estava tudo pronto, saímos do Largo Grimmauld, tomando cuidado para não revelar nossa presença no degrau que dava para a soleira.
Aparatamos numa travessa vazia, que dava para um teatro fechado. Uma vez que planejamos isso por semanas, já tínhamos uma noção do que deveríamos fazer e de para onde precisávamos ir. Enquanto Harry e Ron inspecionavam quem ia e vinha, eu me esforçava para destrancar a porta do teatro. E Hermione, sendo quem era, ocupava-se em murmurar as etapas de nosso plano para si mesma, enumerando-as.
— Certo — Mione dizia — , quando ela chegar, vou estuporá-la, e depois...
— Já entendemos, Hermione — falou Ron, revirando os olhos. — Relaxe, você se preocupa demais. Ninguém vai chegar antes das oito da manhã.
— Para sua informação, faltam cinco minutos para esse horário!
— É, e se vocês continuarem falando alto desse jeito, até os japoneses, que moram no outro lado da porra do planeta Terra, vão ouvir! — sibilei, irritada. Abrir aquele cadeado estava sendo difícil, especialmente com meus amigos discutindo ao meu lado. Mas acabou funcionando. — Consegui!
Harry deu um sorrisinho, orgulhoso de mim. Nos encaramos por uma fração de segundo. Desviei de seu olhar primeiro.
— Ok, vamos mesmo fazer isso — suspirou Hermione, nervosa. Ela ainda estava surtando porque sabia que estava agindo contra a lei. — Vou estuporar a mulher, arrastá-la para dentro do teatro e roubar-lhe um fio de cabelo para colocá-lo dentro da poção. Então, beberei. Estou repetindo demais, né? Bem, mas não custa nada.
— Não seria mais rápido se te ajudássemos a carregar o corpo?
— Talvez — ponderou Hermione. — Mas você e S/N não podem arriscar, Harry. Vai que alguém que não deve os vê?
— Precisamos ficar aqui, ou então no teatro — falei, concordando. — Ou sob a capa, é claro. Mas está ensolarado, e faz tanto tempo que não sinto calor no rosto...
— Você precisa rever sua lista de prioridades, S/N — disse Hermione. — Ah! Aí vem ela.
Mafalda Hopkirk era uma bruxa mais ou menos da minha altura; magra, de cabelos cor de palha bem-presos num coque arrumado, fazendo-a parecer com uma executiva. Sabíamos o nome dela porque, quando a investigamos, semanas atrás, pudemos ler o que havia escrito em seu crachá do Ministério.
Como previsto, Hermione realizou um feitiço não-verbal com maestria e nocauteou a mulher. A rua ainda estava vazia, então ela conseguiu carregar o corpo sem ser notada. Ron correu em seu auxílio mesmo quando a garota começou a mandá-lo voltar. Harry e eu abrimos a porta do teatro para que passassem, e todos seguimos para dentro com o corpo inconsciente de Hopkirk.
Estava escuro lá dentro, então saí tateando em busca de um interruptor, que encontrei em mais ou menos dez segundos. Achei que fosse demorar mais. Havia centenas de luzes. Acabei acendendo somente algumas, não mais que o necessário. Eram amarelas, emanando calor, e faziam um efeito bonito quando somadas à coloração vermelha e dourada das fileiras de poltronas que sucediam umas às outras até o palco, lá embaixo.
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𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter
Hayran Kurgu𝐚𝐫𝐭𝐞. substantivo feminino ? १ 𝐢. produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concretização de um 𝐢𝐝𝐞𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐛𝐞𝐥𝐞𝐳𝐚 e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana. 𝐢𝐢. forma de agir; maneira, jeito. 𝐢𝐢�...