Já anoitecia quando Harry e eu acabamos de montar a barraca. Estava esfriando, então seguimos para dentro, tomamos banho e substituímos as roupas que usamos no Ministério por outras mais confortáveis. Bem, menos Ron, que caiu na cama e dormiu, tendo de recuperar as energias que perdera durante o estrunchamento.
Hermione preparou uma sopa de legumes quando conseguiu acender o fogão da barraca, que era enorme e mobiliada. Quase cuspi tudo quando experimentei, de tão ruim que estava. Cozinhar definitivamente não era o forte dela. Dei uma desculpa qualquer, dizendo que não estava com fome e que prepararia algo mais tarde. Harry, querendo escapar da sopa também, agradeceu, afirmando que esperaria para comer comigo, para me fazer companhia.
Comida era algo que me preocupava. Logo, teríamos que estocar alimentos, porque a quantidade que eu trouxera da Toca não era muita. Fiz uma nota mental para conversar com Hermione sobre isso em outro momento.
Às onze, Harry começou os preparativos para sua ronda noturna. Tínhamos dividido nossos horários em turnos, para fazer a guarda da cabana. Ele pegou cobertores e travesseiros limpos para tornar o ambiente externo mais confortável. Enquanto isso, fui até a cozinha na ponta dos pés, para não acordar Hermione, que deitara-se a pouco, e preparei dois sanduíches: um para Harry, outro para mim. Nunca ficaria tão bom quanto as comidas que ele fazia, mas parecia gostoso.
Encontrei-o do lado de fora. Os grilos cricrilavam, as folhas das árvores fazendo ruídos suaves conforme o movimentar dos ventos. O ar era gelado, mas não o suficiente para que ficássemos desconfortáveis.
Eu poderia muito bem estar dormindo, mas a verdade era que tinha cansado de tentar me esconder e de me fazer de difícil. Estava com saudades de Harry. Queria conversar com ele, mesmo que não adiantasse. Além disso, eu tinha consciência de que só conseguiria dormir quando ele tivesse ido também, então permaneceria ao seu lado durante a noite.
— Ei — chamei. Harry virou-se para me olhar, antes ocupado com a arrumação dos cobertores. — Fiz o jantar. Não é muita coisa, mas é melhor do que nada.
— Obrigado — disse, aceitando o sanduíche.
Dei uma mordida no meu, sentindo o gosto do frango com queijo e tomates-cerejas picados. Ainda estava quente.
— Quer sentar lá na frente? — sugeriu Harry. — Assim nossa conversa não atrapalha o sono deles.
— Tudo bem.
Seguimos lado a lado pelo gramado, por alguns metros, até um lugar confortável o suficiente para que observássemos as estrelas sem pressa. Com a varinha, fiz com que os cobertores e os travesseiros se deslocassem até nós, de modo que ficássemos o mais acomodados possível. Sentei-me. Estava tão bom que realmente parecia uma cama. Harry fez o mesmo. Só que, durante o processo, acabou deixando cair seu sanduíche.
— Merda.
— Ei, tudo bem — falei. — Aqui, vamos dividir o meu.
— Não, amor. Você precisa comer.
— Você também.
— Estou bem, S/A, de verdade.
Parti meu sanduíche em dois mesmo assim, entregando a maior metade a ele.
— Gosto de dividir minhas coisas com você — falei. — Além disso, você é maior do que eu, precisa de mais nutrientes. E não estou com tanta fome.
— Tem certeza?
— Absoluta.
Harry me olhou por um tempo, avaliando minhas feições. Acabou aceitando, ainda que hesitante.
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𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter
أدب الهواة𝐚𝐫𝐭𝐞. substantivo feminino ? १ 𝐢. produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concretização de um 𝐢𝐝𝐞𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐛𝐞𝐥𝐞𝐳𝐚 e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana. 𝐢𝐢. forma de agir; maneira, jeito. 𝐢𝐢�...