Tivemos sorte de acordar no dia seguinte antes que fossem procurar por nós, senão provavelmente teríamos que responder a um inquérito. Eram mais ou menos oito da manhã. Quando abri os olhos, Harry já estava acordado, brincando de tirar alguns fios de cabelo do meu rosto. Sorri para ele, ainda meio sonolenta, e bocejei.
— Qualquer dia você me mata do coração — falei baixinho. — Sorte sua que não me assustei com você me encarando.
— Desculpe — Harry corou de leve. — É que eu estava entediado, não queria te acordar. Você dormiu bem, amor? Está melhor?
— Aham, só um pouco doída — respondi, me sentando ao mesmo tempo que ele e esticando os braços. — Quem sabe, se você não se comportar pelo resto do dia, eu não te deixo fazer massagem em mim? É uma proposta interessante, não é?
Harry sorriu de canto e ergueu a mão para alcançar a minha, que já estava no ar porque eu me ocupava em endireitar os ombros e a coluna. Nossos dedos se tocaram. Olhei primeiro para eles, depois para Harry, que se inclinou um pouquinho e roubou um beijo meu, proporcionando-me um friozinho bom na barriga. Sorri contra seus lábios, e juntei-os novamente num selinho longo e significativo.
— Senti sua falta — respirou Harry.
— Faz apenas um dia.
— Não me importo, senti sua falta mesmo assim.
Um sorriso feliz se formou em minha boca, e percebi que Harry estava contente de me ver assim, de verdade. Relativamente bem, saudável. Era bom saber que o pior tinha passado.
Como estava muito frio e meus pés estavam congelando, tomei um banho quente e vesti roupas confortáveis. Uma regata simples, um suéter vermelho escuro, uma jeans preta e meu All Star de cano alto com meias coloridas por dentro. Por último, Harry fez questão de me emprestar um casaco seu, e pediu que eu deixasse que ele arrumasse meus cabelos. Concordei, rindo porque ele estava sendo ainda mais fofo que o habitual, e Harry mostrou-se surpreendentemente habilidoso no que estava fazendo. Seus dedos dividiram meus cabelos em dois e trançaram meus fios, pedindo ajuda apenas na hora de amarrar. Quando terminou, Harry deixou que as tranças caíssem sobre meus ombros e sorriu.
— Pronto, terminei.
— Olha, quem diria, Harry Potter, O-Menino-Cabeleireiro.
— Cala a boca — ele riu.
— Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu.
— Você tem quantos anos, oito?
— Para você, tenho 21 — respondi. — Solteira, sem filhos.
Harry estreitou os olhos e os revirou, abrindo a porta para eu passar.
— Vamos, ou serei o próximo troféu na estante de seu pai.
— Hmm, você acha que ficaria melhor em dourado, ou banhado em prata? Tá, tá, tô indo.
Descemos as escadas e entramos na cozinha ao mesmo tempo, desejando um bom dia a quem encontrássemos pelo caminho. A primeira pessoa que vi foi Tonks.
— E aí, beleza, Harry? Tudo bem, S/N? — cumprimentou ela. — Soube que estava doente, mas pelo visto já está se sentindo melhor.
— Eu até sei qual é o nome do remédio que ela tomou — cantarolou Maddie, entrando logo depois de nós com uma xícara de café quente nas mãos e sentando-se ao lado de Tonks, que a encarou com atenção. — Fizeram as pazes, foi?
Harry sorriu de canto, meio sem jeito, e papai, que se encontrava do outro lado da mesa, olhou com desconfiança para nós.
— Fizemos, Maddie, mas fale baixo, por favor.
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𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter
Fanfic𝐚𝐫𝐭𝐞. substantivo feminino ? १ 𝐢. produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concretização de um 𝐢𝐝𝐞𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐛𝐞𝐥𝐞𝐳𝐚 e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana. 𝐢𝐢. forma de agir; maneira, jeito. 𝐢𝐢�...