𝐘𝟓: The Prank

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Os dias que se seguiram foram exatamente iguais a todos os outros se o critério levado em consideração fosse as tarefas e deveres de casa.

Acordávamos bem cedo e passávamos a tarde inteira ajudando a Sra. Weasley a limpar os armários e prateleiras que estavam faltando. Depois, quando as nossas pernas não aguentavam mais de tanto andar de um lado para o outro com baldes, flanelas e vassouras, nos sentávamos em volta da lareira para conversar e bebíamos uma xícara de chocolate quente fumegante preparado exclusivamente por Remus.

Eu gostava, ainda, de ouvi-lo tocar piano. O som das teclas em movimento era convidativo até demais, principalmente se fossem levadas em consideração as insistências dos meus amigos para que eu tocasse também; mas eu sempre acabava lembrando de todas as minhas inseguranças e abandonava a ideia.

Fleur costumava dizer que elas eram apenas fruto da minha imaginação e, embora eu acreditasse que sim, era difícil evitar tal fato quando se fez diferente a vida inteira. Eu não estava acostumada com os olhares das pessoas sobre o que eu estava fazendo, e isso era um fato.

Acabei descobrindo, também, que ela conseguira um emprego no Gringotes e que estava tendo aulas particulares de inglês com Gui, irmão de Ron com o qual havia feito amizade. Talvez eu pudesse vê-la em breve, apesar dos preparativos para o início do ano letivo.

As horas se tornaram dias, e os dias semanas; e a décima segunda manhã do mês chegou — e isso significava que Harry deveria comparecer a uma audiência no Ministério da Magia que seria responsável por garantir ou arruinar a sua vida escolar e profissional para todo o sempre. Eu estava nervosa por ele.

Quando acordei, papai já havia saído com o garoto. Eu não conseguia parar de pensar no que aconteceria se Harry realmente fosse expulso, e acabei roendo duas ou três unhas devido a isso. Eu sabia que tal atitude não estava dentro dos parâmetros da Lei, até porque a magia poderia sim, de fato, ser utilizada fora das dependências escolares como recurso de defesa pessoal, mas a ansiedade cresceu dentro de mim como nunca antes.

A qualquer momento, pensei. Harry estará de volta a qualquer momento.

Hermione tentou me tranquilizar e afirmou que eu estava me preocupando a toa, mas era inevitável; e, por mais estranho que pareça, era como se eu pudesse sentir o que Harry sentia: aquele misto de sensações explosivas e instáveis que oscilavam a cada cinco segundos e embaralhavam o nosso cérebro. Saber que aquilo estava longe do meu alcançe quebrava o meu coração.

Somente quando o relógio marcou três e meia da tarde, a porta da cozinha se abriu com um ruído agudo e Harry entrou.

— Inocentado — anunciou — , de todas as acusações!

Respirei aliviada e sorri.

— Isso é maravilhoso, Hazz! — falei com sinceridade. Harry sorriu também, feliz, e me abraçou pelo pescoço. Rodeei a cintura dele com os braços e apoiei o queixo em seu ombro, aproveitando a sensação boa que era senti-lo perto de mim. O perfume dele se assemelhava muito ao cheiro de perfume de bebê, e o cheiro era cativante.

— Eu sabia! — exclamou Ron, abraçando-o também. — Você sempre consegue se safar!

Hermione concordou.

— Fico feliz por você, Harry — disse ela. — Eles realmente não podiam ter te expulsado por usar a magia como mecanismo de autodefesa.

Nos sentamos à mesa, e Monstro passou quatro copos de suco de laranja para nós. Para o bem coletivo, eu esperava que outra pessoa o tivesse preparado.

— Eu não teria tanta certeza, se fosse você — interpôs ele. — Havia muitas pessoas no tribunal que queriam me derrubar.

— Sério? — perguntou Ron, abismado.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora