nine

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O clima ficou tenso. Ninguém falou mais nada depois que o Dom saiu. E falariam o que? Nada. Desliguei o computador deixando-o no sofá, subi a escada fui para meu quarto.

Eu quero ir falar com o Dom, mas acho melhor deixar ele lá sozinho, ele precisa ficar no canto dele. Eu ainda não acredito que aquela menina me chamou de depenada, a sorte dela que eu não queria arrumar mais confusão do que já estava rolando se não ela teria visto a depenada, e minha gente agora que eu me toquei, a Anarys  disse que eu e o Dom estamos namorando! Minha nossa agora essa menina  toda vez que me vê vai infernizar a minha vida, mas eu não tô nem aí. Ela que venha. Não vim do lixo pra perder pra bagulho nem a pau.

Peguei meu caderno e estojo, me sentei na cama  comecei a desenhar, estava tão concentrada no desenho que me assustei quando bateram na porta, me levantei da cama tropeçando em algumas coisas, fui até a porta e abri. Dom ali parado.

—Oi...— a voz dele saiu baixa parecia que não estava bem, também depois do que aconteceu  — Fosso ficar um pouco com você?

— Ah, claro entra aí. — dei espaço para ele, que entrou no quarto fechei a porta devagar. Ele se sentou na cama, viu o meu desenho que estava quase pronto.

— Você desenha tão bem quanto canta. — ele disse olhando o desenho.

— Obrigada. Tem outros, se quiser posso te mostar. — ele negou com a cabeça e eu me sentei do seu lado.

— Eu só preciso conversar com alguém sobre o que aconteceu, e você me parece uma boa companhia, não sei  dizer ao certo. Talvez por você está olhando de fora. — ele diz ainda com a voz baixa e eu apenas concordei.

— Pode falar, Dom. — coloquei a minha mão sobre a mão dele que estava apoiada na cama — Eu sou toda ouvidos.

— Bem, você ouviu ela dizendo que eu e ela estamos namorados, mas como o Stanley disse a gente não era, não por que eu não quis, era ela. — ele respira fundo eu me aproximo mais dele na cama e passo minhas mãos nas costas dele. É o mínimo que posso fazer.

Ele olhou para mim e deu um meio sorriso. Ve-lo assim me parte o coração.

— Toda essa situação é bem complicada, a Ully sempre foi daquele jeito que você viu. As vezes bem pior. — ele  passou as mãos no cabelo.

— Você tá muito estressado, já sei do que você precisa! — me levantei da cama.

— Do que?

— Música! Notei que você gosta bastante e eu só posso fazer algo de que também gosto. Também vai relaxar seus nervos. — peguei o violão e voltei para a cama — Essa música sempre me ajuda a me acalmar. — comecei a tocar a música e cantar, aos poucos fui vendo a expressão do Dom relaxando ele estava ficando mais calmo.

Não saberia o que fazer se estivesse numa situação dessas. Pela a reação dele na hora e agora, ele deve gostar muito dela. Ele merece coisa melhor. E o que eu vi, não é pra ele.

Realmente ele ficou mais calmo, até pensei que estivesse dormindo. Lhe cutuquei.

— Estou vivo. - disse abrindo os olhos.

— Eu sei. Só que... - coloquei o violão de lado. – Eu não queria que você viajasse para muito longe aqui. - me inclinei sombre ele tocando sua testa.

Dom ficou me encarando de um jeito estranho.

— Falei alguma coisa enquanto...

— Não. Você não falou nada. Também não é necessário ser vidente. Você é bem transparente.

A novel about usOnde histórias criam vida. Descubra agora