ninety-there

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Mia…

respirei fundo Antes de abrir a porta do quarto. Dom está sentado com notebook no colo, o cabelo despenteado, usando óculos de grau e sem camisa. Uma bela visão.

— O jantar está pronto. — ele tirou a atenção da tela do computador e olhou para mim, repetir novamente a frase.

— só mais um minuto e já vou. — confirmei mas não sai do lugar, ele voltou sua atenção para mim. Mordi o lábio inferior e me aproximei.

— Está mais calmo?

— Desculpa minha reação.

— Quer falar sobre o que está acontecendo entre vocês?

Estou me sentindo mal com isso. Eles nunca brigaram assim. São amigos desde muito pequenos.

— Você sabe o que está acontecendo, Mia. — pareceu cansando. Me aproximei sentando na beirada da cama— As pessoas agem como se tivessem direito de se meter nas nossas vidas só porque é irmão, amigo ou próximo, sendo que não é bem assim. você é uma mulher adulta sabe o que você quer e o que não quer, Eu não te forcei a casar comigo, não te induzir a nada e nunca te machucaria, nunca.

— Miguel e eu somos bastante próximos, você sabe. Ele só quer me proteger.

— Que continue. Mas tudo tem limites.

— Vou falar com ele.

— E vai dizer o que? É capaz dele dizer que te obriguei.

— Não, amor. Ele não pensa assim.

— Não quero mais falar sobre isso, só está te desgastando. — Colocou o notebook de lado e se levantou.

O janta foi mais silencioso que o normal.
Já na cama, acomodados para dormir me sentir estranha. Não um sentimento, mas umas sensação. Sem esperar que piorasse mais corri para o banheiro logo vomitando na pia. Dom afastou meus cabelos o prendendo rapidamente. Ainda um pouco zonza, me sentei no vaso, meu marido ajoelhado bem na minha frente, preocupado.

— Acho que só mais uma saideira! — brinquei. Rimos.

— Acha que vai passar ou ligo para o doutor…

— Não precisa. Acho que… — antes de terminar a frase me levantei depressa para mais uma rodada de vômito.

No final não foi nada demais, apenas uma onda de enjoo que não é tão frequente, mas que ainda acontece.
O dia no trabalho foi corrido, meu marido me ligou mais que o normal.

— Pelo amor de Deus! — Tom exclamou revirando os olhos.

— O que?

Ele mostrou seu celular, uma mensagem do Dom perguntando se já estou liberada.

— Diz para ele esperar. Foi o que falei. — rir.

— Acho que esse aí te ama de verdade. — sorrir — Eu deveria ter enxotado o outro lá, quando te vi chorando por ele a primeira vez.

— Provavelmente não te escutaria. Amava ele.

— Acho que não.

— De algum jeito sim.

— Mas não como o Dom. — me encostei na cadeira fazendo carinho na minha barriga.

— Sim. Tem razão.

Meu os olhos encheram de lágrimas ao lembrar do nosso início. Fui tudo tão novo apesar de eu já ter vivido uns outros relacionamentos. Tão forte que me deixou cega. Está tão forte agora, não, mais que antes. Olhei para meu agente que sorriu.

— Pode ir.

Cheguei no escritório do meu marido faltando pouco para as 17h00. Agora Nora está me trazendo um copo com suco e uns bolinhos.

— Desculpa, mas a essa hora, só tem isso.

— Não tem problemas.

É a primeira vez que falo com ela. Não sobrou tempo para vir conhecer o escritório, então.

— O senhor Campbell não deixa passar nada. — rir.

— Stanley é uma verdadeira formiga.

— Um poço sem fundo. — riu, depois colocou a mão sobre a boca — Eu não deveria falar nada assim. Me perdoe.

— Não se preocupe.

— Se me der licença, a reunião está terminando, tenho que…

— Tudo bem.

Não se passaram mais que 10 minutos e meu marido atravessar a porta sorrindo.

— Que surpresa maravilhosa! — Fiquei de pé e ele me abraçou forte. — Já cancelei o compromisso de hoje à noite para ficar com você.

Rir.

— Compromisso de hoje à noite? — Ele concordou balançando a cabeça. — Que seria o jantar que combinamos alguns dias...?

— Combinamos?

— Temos um jantar marcado almoço com os amigos meus, que também trabalham comigo. — Ah! Claro. Não acredito que você marcou outro compromisso em cima desse.

— Eu não lembrava.

— Você sempre faz isso.

— O que? Trabalho para dar um futuro para os nossos filhos? — revirei os olhos. Passei a mão nos cabelos me afastando um pouco dele, indo ver a paisagem da enorme janela.

— Vou conversar com Nora, passar mais ou menos a minha agenda da semana para que ela conciliar  a sua.

— É o que?

— Para não acontecer exatamente isso, você marcar um compromisso se cima do outro no mesmo horário.

— Foi dessa vez que esqueci.

— Não, já esqueceu outras vezes.

— Não é por querer.

— Eu sei. Só que... As vezes fica chato, amor.

Algumas vezes ele já se queixou que o meu horário de trabalho é irregular mas ele também trabalha demais. Tem horário fixo até mais que eu, porém a carga horária de trabalho dele se for realmente comparar com a minha é muito maior. A minha agenda flexível tanto para o pessoal como para o profissional as vezes eu posso marcar alguma coisa pra fazer outra e ele não. Ele não sai de natação do trabalho. Está sempre arrumando desculpa trabalhar até mesmo em casa quando não é preciso

A novel about usOnde histórias criam vida. Descubra agora