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Dom…

Do meu quarto dá para ouvir uma leve discussão, não tão leve já que do meu quarto dá para ouvir, Stanley e Maggie. O motivo não sei, entretanto, ela está o culpando por algo que ele no seu ponto de vista, diz ser sem relevância. 

— Não vai jantar?  — Maggie perguntou quando passei por eles na direção da porta.

— Suponho que não. Quer dizer tenho certeza. Mas obrigado.

— Vai sair? — meu irmão me olhou de cima a baixo. 

— Vou. 

— Com quem? — Ele cruzou os braços me olhando espreitando os olhos.

— Só não me espere acordado tá, amorzinho. — Ele sorriu. 

— Só toma cuidado OK? 

— Eu sempre tomo. — sai. Já no corredor deu para ouvir que novamente voltaram discutir.

Quando cheguei no lugar marcado, mandei uma mensagem para Mia, dizendo que cheguei. “Fala com o segurança, para liberar sua entrada, ele sabe que estou te esperando.” E assim fiz. Ele me deu uma encarada. Foi estranho, achei engraçado até.

O lugar está cheio, agitado e barulhento como uma boate normalmente é eu normalmente não escolheria um lugar como esse, principalmente considerando que ela é uma pessoa famosa, recentemente se envolveu em um escândalo com o término do namoro. Pensar naquele babaca me deixa de sangue quente, de um jeito ruim. Fui até o bar, pedi uma bebida, retirei o celular do bolso para mandar novamente uma mensagem para Mia, porém, ela surgiu do meu lado. De batom vermelho. Porra! ela está linda.

— Oi! — ela falou um pouco alto devido à música ensurdecedora, sorriu.

— Oi! Já ia te mandar uma mensagem. — ela se aproximou de mim, passou os, envolta da minha cintura, alguém esbarrou nela, tive lhe apertar um pouco para não cairmos.

— Te vi chegando de lá de cima. — apontou para algum lugar atrás das suas costas. Olhei na direção. Camarote, claro.

— Quer voltar para lá? — não consigo parar de olhar para os lábios dela pintados de forma tão chamativa, que adorei aliás.

— O pessoal que te falei, estão todos lá.

Foi por impulso que aceitei vir, quer dizer, não necessariamente por impulso, eu só queria passar mais tempo com ela e coincidiu dela estar numa espécie de happy hour, mesmo já sendo mais de 9h00 da noite.

— Vou adorar com conhecer seus amigos. — Mia sorriu mordendo o lábio. Ela notou que não paro de encarar.

— Podemos curtir um pouquinho. Eu e você. — novamente mordeu o lábio. Me inclinei para beija-lá, mas ela virou o rosto — Vai borrar o batom.

— Essa é a ideia, amorzinho.

Notei a surpresa em seu rosto, quando a chamei de amor. Calma Dom, não se esqueça que ela quer ir devagar. 

— O que está bebendo? — pegou o copo da minha mão, cheirando-o. — uísque? Não veio de carro né?

— Raramente dirijo, aqui Nova Iorque. Só quando acho estritamente necessário.

— Hummm… vem! 

Mia me puxou por entre as pessoas, indo para a pista de dança lotada. Dançamos muito perto. Ela se roçando em mim e eu nela.



Eu estou bêbado, tenho consciência disso, mas a Mia, ela está para lá de Bagdá. Rindo muito, praticamente pendurada em meu pescoço, ela abriu a porta do seu apartamento.

— O plano não era terminar assim. — falou enrolado e apontando para si. — Eu tinha um plano. — soluçou.

— Tinha? — fechei a porta, coloquei seus sapatos perto da porta e sua bolsa sobre a mesa de centro.

— Sim. — se sentou desajeitada no sofá. — Quer que eu te conte? — Jogou cabelo para o lado rindo. Deu uns tapinhas no sofá ao seu lado. — Se você senta aqui, do meu lado bem pertinho eu posso contar.

— Humm. Que tal um café antes?

— Que tal um beijo antes? — ela fica mais “agitada” Digamos assim quando está um pouco bêbado. 

— Eu faço um café, você toma e depois eu posso te dar um beijo. — Ela confirmou com aceno de cabeça. 

Fui para cozinha fazer o tal café, o que demorou um pouco, já que não tenho costume de fazer nada nessa cozinha, não consegui achar quase nada sem antes procurar um monte. Quando retornei com duas xícaras de café fortes, uma para mim outra para ela, a minha Fadinha estava desperta mexendo no celular. Tinha esperança de encontra-la dormindo. Ela sorriu quando me viu. Impossível não retribui o sorriso quando ela me olha desse jeito.

— Cogitei ir te ajudar. 

— Eu consegui me achar lá. 

— Tenho certeza que sim. — Ela tomou um gole de café fez uma careta, apontei para xícara ela tomou mais dois goles. 

— Acredito que já estou menos bêbada. 

De fato ela parece menos bêbada, as frases não estão mais emboladas e ela não ri tanto, suas bochechas continuam rosadas seu cabelo ainda está bagunçado, se ela não estivesse bêbada, estaria totalmente sexy.

— Eu queria fazer uma pergunta, mas você ainda está “não estou bêbada”, e eu não sei se eu tenho direito sobre isso. Mas... O Stephen o que ele estava fazendo lá? — Ela apontou-me e revirou os olhos. 

— Ele apareceu lá. Não tem nada a ver conosco, eu e ele. E nem nós, eu e você. 

Balance a cabeça com aceno.

— Humm…

— O que foi esse “Humm”, Dom?

Quando saímos da pista de dança após dançarmos, nos pegar, beber dançar mais ainda, voltamos para o camarote onde ela estava quando cheguei, lá não só tinha só seus amigos de trabalho, também Stephen estava no meio. O ignorei completamente, ele nos olhou de cima a baixo de um jeito estranho, eu me segurei para não socar a cara dele.

— Eu não gosto dele. Só isso.

— Se serve de consolo, ele também não gosta de você. Mas a opinião dele não importa mais. Nesse caso  a minha importa não é, e eu te garanto quando falo que gosto de você. Agora, por exemplo, eu gostaria muito que você me beijasse e mais ainda se você me levasse para minha cama. — Mordeu o lábio apontando na direção do seu quarto. 

Confesso que gostei muito de ouvi-la dizer, admitir que gosta de mim. Rir.

— Então esse era seu plano? Me levar para sua cama? — ela gargalhou. Colocou a xícara na mesa de centro.

— Me diz que não quer? — deslizou do sofá para meu colo. — Eu sei que ainda estou bêbada por isso estou dizendo isso. Acha mesmo que se eu tivesse sóbria, te chamaria para minha cama? — Ergue uma sobrancelha — É uma pergunta retórica. Meu plano era ficar com você mesmo. Eu quero e você quer, igual nós ficaremos. — Sorriu daquele jeito. Beijei seus lábios, sem me aprofundar,  me levantei com ela no colo e a levei para o seu quarto.

— Quer trocar de roupa?

— Você é um amor com esse seu jeito certinho. — me puxou o braço, me deixei cair sobre ela.

— Vou esperar você dormir… — comecei a beijar seu pescoço, ela gemeu manhosa. Céus!

— Não vai embora, né? — começou a mexer nos meus cabelos.

— Quer que eu…

— Quero muitas coisas com você. — sorriu — Mas você se contentará com apenas dormir. Eu também.

— Humm…

— Esse seu “Humm” foi diferente.

Foi mais como um suspiro.

Em parceria com a edrianamaria

A novel about usOnde histórias criam vida. Descubra agora