eighty-two

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Dom…

Fechei os olhos sentindo a brisa do mar. Mia me abraçou por trás.

— É daqui a dois dias.

— Ainda dá tempo de desistir.

— Tá louco? Nunca irei desistir da gente. — Falou ficando na minha frente, o queixo
apoiado no meu peito, deslizei as mãos da sua cintura até seus cabelos, fazendo carinho com o polegar a sua mandíbula tão delicada. Lhe beijei o nariz com devoção.

— Quando você foi embora ... chegou ao ponto de querer arrancar meu coração quando me vi sem você.

— Não precisa ser romântico.

— Só estou tentando fazer isso um bom momento pra você. Boas lembranças... — Revirei os olhos fingindo descanso — sabe como é, história pra contar como diz Hope.

— Falando nela, o pessoal já começa chegar hoje. — Olhou seu relógio de pulso. — Na verdade acho que a primeira remessa já começou chegar.

— Da sua parte?

— Isso! Vamos! Temos que ir recepciona-los.

Resmunguei.

— Estamos gastando muito dinheiro para que façam isso para gente.

Já vi que foi a coisa errada a dizer.

— É o nosso casamento, Dom.

— Sei que é nosso casamento mas nem por isso vamos tirar o pão da mesa de alguém.

Ela se afastou revirando olhos.

— Não seja dramático. A minha família, quero estar lá quando eles chegarem. Do mesmo jeito que você vai querer quando a sua chegar.

— Você tem razão..

— Eu sei que quer ficar um tempo a mais só nós dois... Mas isso vai acontecer na lua de mel, vai acontecer quando estivermos morando juntos casados. Quanto tempo faz que não não reúne sua família, todo mundo junto?

Vasculhei na memória.

— Há dois anos atrás, no Natal. — Vai perder essas chance?

— Óbvio que não. Sou filho dá mãe egoísta.

— Não mesmo. Você só me ama demais.

— Não te amo demais. Te amo de menos. Mas com certeza daqui a meia hora te amarei demais, na meia hora seguinte te amarei de menos e assim só vai aumentando, tipo um bola de neve e você vai ser a mulher mais amada do mundo.

Voltou a me abraçar.

— romântico demais.

..

O primeiro dia aqui, quase não fiquei mais de uma hora sozinho com a minha noiva, tirando a parte em que fomos dormir, mas de resto estavam divididos em grupos de pessoas conversando, se conhecendo, adorei isso. Foi cansativo mas adorei. A família dela é como uma versão da minha família mesmo sendo completamente o oposto em aparências e personalidades e afins. No outro dia foi a minha vez da minha família chegar, tive que me dividir o dobro já que eram duas famílias juntas.

A melhor parte foi está presente no pedido de namoro, do meu cunhado Isac que agora é duplamente cunhado, já que foi que pediu a mão da minha irmã em namoro ao meu pai. Foi a coisa mais engraçada dos últimos tempos. Ele ficou branco, gaguejou e tremeu. Enquanto a todo momento eu e meus irmãos colocávamos lenha na fogueira para todo o caos fingido, obviamente, já que meu pai, nós queremos a felicidade da Hope e se boa parte dessa felicidade é estando em uma relação com o Isac, da gente ela só terá apoio.

Rir ao lembrar.

— Ainda está ainda no meu irmão? — Mia perguntou e notei riso em sua voz.

Depois do jantar de ensaio, a levei para um passeio. Como manda a “tradição” iremos passar essa última noite em quarto separados, então reservei um dos salões do hotel para passarmos essas últimas horas juntos. Local está tudo cheio de velas e pétalas de rosas. Tomamos champagne com alguns petiscos enquanto fazíamos amor.

— Você tinha que ver a cara dele. — Gargalhei me rendendo as lembranças. — Foi hilário. Graças adeus não vou passar mais por isso.

— Na verdade... — Se apoiou com o cotovelo no chão. — Eu vi. Não estava lá, claro, mas, Miguel conseguiu entrar escondido e gravou tudo.

Não me aguentei e caí na gargalhada aponto de me sacudir tudo no chão.

— Como Miguel conseguiu esse feito?

— Nem desconfia?

Tomei fôlego para tentar controlar as risadas. Busquei na memória algo...

— Não. Nem vi seu irmão lá.

— Anarys cobrou uma certa quantia em dólar para colocar ele dentro com uma visão privilegiada de toda a cena.

Foi impossível não ver essa imagem na cabeça da minha irmã mais nova sendo uma boa empresária Extorquindo dinheiro do meu melhor amigo.

— Toda essa coisa, me lembra que a única pessoa que teria pensado em algo assim seria realmente o Miguel.

— Foi o que eu pensei. É como se a Anys fosse uma versão mais nova do meu irmão.

É verdade quando dizem que casamentos tem que ter histórias para contar e uma dessas... Meus filhos vão adorar ouvir.

— falando em pessoas um pouco doidinhas... Pensou em algum nome para o nosso filho? — Ela voltou deitar no meu peito.

— Sim.

— Algum preferido?

— Alguns. Mas só escolhi para a menina menino você escolhe.

— Tudo bem. Qual? — ela riu sentando.

— Estava pensando em te falar só quando soubermos o sexo do bebê.

— O que? Não mesmo. Pode me falar, amor.

Rindo mais ainda, mia se levantou pegando suas roupas e começando a vesti-las.

— Qual é a graça de falar, criarmos expectativa e no final não for menina.

— No final vai ser um menino eu sei disso. Ela riu mas ainda. Tentei segurar seu tornozelo mas ela se afastou. — Volta aqui!

Mia correu com os saltos na mão, chegando na porta, se virou para mim jogou beijos no ar, gritou eu te amo e foi embora.

A novel about usOnde histórias criam vida. Descubra agora