ninety-five

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Mia…

Olhei as horas na tela do celular, constatando que meu irmão está atrasado 30 minutos. Combinamos de nos encontrarmos na mesma cafeteria em que ele armou de eu encontrar com o Dom, a quase dois anos atrás. Parando para pensar, é como se tivesse acontecido a muito tempo. Sorri com a lembrança, que no dia foi bem constrangedora e também foi muito legal encontrar um amor do passado, que não era do passado. Toquei a minha aliança girando-a no dedo.

— que sorriso bobo é esse? Está com cara de apaixonada. — Miguel falou se sentando na cadeira ao meu lado, se inclinou sobre mim beijando minha testa. — Desculpe a demora.

— Tudo bem, já chegou mesmo. Mas a próxima vou te arrancar as bolas. — Ele riu alto chamando atenção para a gente, neguei.

— Seu marido não ver que você está com a boca suja? — Continuou rindo.

— Já que você já chegou tocando no assunto, vamos falar direito. — ele fechou a cara. Respirei fundo.

— Sabia que seria por isso que me chamou aqui. Nosso último encontro a duas semanas atrás não foi um dos melhores. Luna ficou me infernizando a semana toda por isso.

— não sei mais o que fazer para resolver essa situação.

— Não tem que fazer nada. — Ele falou arrumando o punho da camisa. Me fez lembrar o meu marido que faz exatamente isso.

— O que realmente aconteceu entre vocês? — Ele negou. — Stanley disse que apenas eu consegui resolver essa situação! Tanto você quanto Dom dizem que se for resolvida, tem que ser com vocês mesmos. Mas o motivo sou eu, não é?

Ele fez um movimento chamando a garçonete, e nesse momento meus olhos encheram de lágrima, olhei para o lado não querendo que ele notasse que estou mal com isso.

— Não gosto do jeito que ele te trata.

— E como é? Porque na minha concepção, eu que convivo diariamente com ele, não vejo diferença.

— por que quem está na relação não percebe, o que acontece apenas quem está de fora.

— Miguel, por favor não faz isso.  lembra que você foi o primeiro a tentar nos juntar?

— Não sabe o quanto me arrependo por isso.

— Não falar isso. — Minha voz denunciou as minhas emoções. Imediatamente ele segurou na minha mão com carinho. — Talvez o meu cunhado esteja certo, em dizer que apenas que eu posso resolver isso, não totalmente, mas uma coisa acredito… — Suspirei limpei as lágrimas que estão insistindo em cair. Olhei as horas novamente na tela do celular.

— Tem algum compromisso por agora?

— Tenho. Vou sair com algumas amigas para, gasta dinheiro. — Rimos. — elas insistem em fazer um chá de bebê. Só as meninas.

— Isso é bom para te distrair.

— Sim. — Funguei. Arrumei a bolsa no ombro e me levantei. — Sou uma mulher adulta, sei o que é bom e ruim para minha vida e eu estou dentro da minha relação com meu marido, eu escolhi ele independente de ter insistido que éramos um casal perfeito, que somos feitos um para o outro, escolhi ele e ele me escolheu. Dito isso, eu decido se vamos ou não continuar, se vamos ou não terminar, o que pode acontecer daqui a 1, 2 ou 10 anos, mas  é escolha minha, escolha nossa estarmos juntos. Somos felizes o amo tanto, amo nossa família, o companheirismo dele, a dedicação e ele trabalha tanto para que os nossos filhos tenha um futuro, mesmo não sendo tão necessário já que minha conta bancária é o triplo da dele. Estamos um com outro, por amor. Dempre foi por amor. Ele sempre vai ser o amor e o homem da minha vida. E quero muito, desejo que voltem a ter o que tinham, porque era tão lindo, tão raro.

— Eu sei de tudo isso. Mas eu não posso...

— O que você não pode, é tomar as minhas dores o tempo todo. Você fazia isso quando éramos crianças, quando éramos adolescentes mas… agora sou adulta, posso me defender. Meu marido não é um homem ruim. Pelo contrário. Ele é um dos casos raros em que... — Sorrir.

— Entendi. Me desculpe. Mas nada garante que eu não vá...

— não sei se você é mais fofoqueiro ou intrometido. — Rimos. Ele ficou de pé me abraçando carinhosamente.

Dom…

Encontrei a minha mulher na portaria do prédio. Ela sorriu quando me viu.

— O que aconteceu com seu carro?

Ela perguntou quando me viu descendo do táxi. Vai ter com a mão na testa.

— Esqueci.

Ela riu de se segurar na parede.

— Você detesta mesmo dirigir em Nova Iorque.

— Odeio. — Me aproximei dela me agachando para lhe beijar  os lábios. — Você está linda hoje. Ontem também. Amanhã provavelmente.

— Não precisa exagerar.

A noite foi tranquila, saímos para passear com o cachorro o que acabou nos levando a um boliche e voltamos para casa já era madrugada.

— Sua sorte que amanhã é sábado. — Mia falou com o peno meu peito, estamos na banhe, espuma para todo lado.

— Hoje. — Comecei a massagear seu pé.

— Hoje. — riu.

— Mas você tem um podcast às 9h00 da manhã, depois disso almoço com o mesmo pessoal e à tarde uma entrevista. — Ela fez uma careta fofa, que me fez rir.

— Pensei que essas coisas tivesse diminuído.

— A correria? — ela balançou a cabeça.

— Sim.

— Mas você gosta disso. Ama isso.

— Sim. — suspirou alto. Sei que ela quer me dizer algo. — Me encontrei com meu irmão hoje.

— Qual deles?

— você sabe de quem estou falando. — Balancei a cabeça mesmo ela estando de olhos fechados. — Acho que dessa vez ele entendeu.

— Não precisava fazer nada disso.

— Entendi que  ele quer o meu melhor, assim como você e que seus pontos de vistas se bicaram. — Ela tirou o pé do meu peito, se arrumando melhor na banheira, abriu os olhos me olhando diretamente. — Não sou a garota defesa que ele e nem você tem que defender o tempo todo. E o que se passar no meu casamento será resolvido entre nós dois.

— Então não posso reclamar de você com outras pessoas? — Ela bateu na água espalhando a água no meu rosto. Rimos.

— Quero outro filho.

— Quer? — sorrir a puxando para mais perto. — Quantos?

— Quero. Quando a Jade tiver uns cinco ou quatro, tentamos outro. — lhe beijei a apertando em mim.

— Que tal mais que isso. — Mia gemeu quando a toquei entre as pernas.

— Vamos ver.

A novel about usOnde histórias criam vida. Descubra agora