Preparação para partir

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O céu ainda estava escuro, quando Shinsou foi arrastado de sua cama. Não de maneira exagerada, Jirou literalmente o agarrou pelos pés e o puxou para fora. Nem deixou o garoto processar corretamente o que estava acontecendo.

— Ficou maluca?! — Shinsou questionou ao bater a testa na porta — Me larga!

— Precisamos de você, agora! — Jirou o ignorou.

— Eu nem estou vestido, sua doida. — Shinsou não lutou contra ser puxado, o chão com o carpete é quentinho, confortável e limpo — Vossa alteza vai se apaixonar se me ver tão indecente. Não tem medo?

— Ela e você? — Jirou desdenhou — Você é muito gay pra ela, sem querer ofender.

— Não ofendeu. — Shinsou murmurou, fechando os olhos. Jirou realmente não o soltou, e se sentia uma mulher das cavernas arrastada pelos cabelos — Por que a pressa? Eu sei caminhar.

— Você vai fazer corpo mole. — Jirou resmungou, abaixou e o jogou sob o ombro, como se fosse um saco de batatas — Estamos correndo, se segure.

O vento soprou pelos ouvidos de Shinsou por um longo tempo, chegou a cochilar. Quando parou, se encontrou no calabouço. O frio das masmorras o fez espirrar.

— Jirou, você fará ele ficar doente. — Momo repreendeu, com voz suave.

— Alteza. — Shinsou reconheceu a voz, e finalmente se moveu, ainda sonolento. É uma tortura acorda-lo antes do dia clarear.

— Fresco. — Jirou, impaciente, o colocou no chão e lhe passou sua capa roxa.

— Agradeço pela gentileza, é sempre uma alegria reencontrá-la. — Shinsou ironizou com um sorriso cínico, bocejou mais algumas vezes antes de se curvar — Vossa alteza, é uma honra acordar com sua ilustre presença. Qual é o enorme problema? Por que estou aqui?

— Enquanto sua bunda gorda dormia, o príncipe Shindo saiu da capital real. — Jirou repreendeu.

— Ele o que? — Shinsou parou no meio do bocejo, chocado. O sono se foi rapidamente — Aquele demônio saiu sem me avisar?!

— Aparentemente você não sabia. — Momo sorriu suavemente — Acho que meu irmão recebeu ordens. Ele correu para os portões como se o mundo fosse acabar. Não sei muito.

— Trabalho de qualidade, sendo os olhos e ouvidos mais próximos dele. — Jirou sorriu, como se quisesse estraçalhar o homem sonolento — Por que não relatou nada?

— Por que será? — Shinsou rebateu, ríspido — É óbvio que nada de anormal aconteceu.

— Monoma e Shindo se encontraram ultimamente? — Momo questionou, sendo a única calma no lugar.

— Claro, como em toda terça. — Shinsou balançou a cabeça — Eles saem juntos para se divertir, se é que me entende.

— Ele não parou de beber? — Jirou murmurou, confusa.

— Sim, eu quis dizer outras diversões. — Shinsou riu baixo, ao notar o vermelho tímido da guerreira — Eu fui na maioria dos encontros, mas o príncipe disse que sou chato e me ordenou de não acompanhá-lo mais. Assim evitando de estragar o clima.

— Então Monoma disse algo? — Jirou perguntou a Momo, tentando entender.

— Não sei se foi uma informação direta, ou apenas uma conversa casual sobre as novidades, mas Monoma tem um dedo nisso. — Momo segurou o queixo, de maneira elegante — Kendo pode me ajudar a descobrir o assunto, vou enviar uma carta a ela. Até isso acontecer, sugiro ficarem de olho no príncipe. Ele e sua mamãe começaram a agir.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora