Curiosidade

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Havia muitas coisas que Midoriya nunca fez na vida, por isso sua aura era inocente e gentil, como uma criança fofa. Foi precisamente essa energia doce que chamou atenção de Tomura. Isso, e sua duvida do motivo de ocultar o rosto.

Conversar aleatoriamente na rua, não estava de acordo com sua personalidade, status e nem costume. Apenas, ver esse jovem triste, como se tivessem lhe arrancado o doce preferido, deu impulso para se aproximar.

Não importava se obteria respostas, mas Shigaraki sentiu que falar com esse inocente jovem renderia alguma coisa. Os olhos verdes esmeraldas brilhando úmidos, como se estivesse se forçando a não chorar, é uma visão cativante.

O rosto geralmente sem expressão, sorriu ao pensar: “Tão adorável, dá vontade de intimidar.”

Ao contrario de suas expectativas e primeiras impressões, Midoriya ficou automaticamente em alerta. Os problemas de agora a pouco sumiram, seu foco era a ameaça na sua frente.

Obviamente, não levou aqueles elogios a sério. O que chamou sua atenção, foi a pergunta sobre ser parado no portão. Essa pessoa na sua frente também ocultava o rosto, com medo de ser reconhecido. Juntando esse fato, e o comentário sobre intrusos de Viran, não foi difícil adivinhar sua origem.

— Sim, os guardas me pediram para tirar o capuz. — A voz soou educada, mas era óbvio que estava tenso e nervoso.

— Oh... e você deixou o guarda ver? — Perguntou Tomura, com tom ambíguo.

— O guarda arrancou o capuz, não consegui reagir. — Midoriya mentiu em tom leve, sem menor traço de culpa.

— Que rude! — Shigaraki sorriu, mas parecia assustador — Tratar uma pessoa tão bonita dessa maneira!

— Como sabia que não sou da cidade? — Midoriya ignorou os elogios vazios, sentindo que essa pessoa estava apenas acobertando suas perguntas, tentando passar a imagem de um homem lascivo.

— Como eu não notaria sua figura esbelta pelas ruas? — Tomura sequer pensou, sua voz saiu ainda mais rouca. Nem tentando muito, o tom frio e perigoso conseguiu ser oculto.

O olhar de Midoriya tremeu, levemente enojado. Os elogios estavam muito exagerados, qualquer um notaria o quão insincero soava.

Ele acha que sou um tolo? — pensou friamente — Deixando de lado isso, o ponto mais importante na fala dele, foi o fato de não me reconhecer. Quer dizer que estava analisando as pessoas das ruas todos os dias? Ele lembrava de todos? Quão desesperado para fugir da cidade esse homem está?

— O senhor também foi parado no portão? — Midoriya decidiu brincar de inocente, com perguntas curiosas e despreocupadas.

— Não. — Tomura pegou a flor amaçada, e analisou de perto — Ainda não sai da cidade, e espero poder vê-lo no futuro. Um encontro, talvez?

— Eu já tenho alguém. — Midoriya rebateu, um pouco tenso.

— Você diz... esse em que supostamente vai casar? — Tomura sorriu, friamente — Qualquer um que aceita outra esposa, não é confiável. Acredite, esse beijo deve ser apenas algum tipo de arrogância. Essa cara deve estar marcando território.

— Ouvir os múrmuros de outros não é educado. — Midoriya repreendeu, a voz tremulou um pouco ao lembrar do que ouviu.

— Eu apenas não pude evitar. — Tomura voltou a bajular — É impossível ignorar um rosto tão lindo fazendo aquela expressão angustiada.

— Pare com isso, é irritante. — Midoriya usou uma voz fria, cansado de toda aquela ladainha.

O possível inimigo, ficou quieto, surpreso pelo tom tão sem emoção. Antes que pudesse dizer outros elogios exagerados, Midoriya levantou, pronto para sair. As perguntas foram respondidas, então não precisava mais ficar ali.

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