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Ao redor de uma fogueira, que ficava no centro do acampamento de Bakugou, o garoto de cabelos negros esperava paciente. Os soldados ao redor pareciam felizes, eles bebiam e comemoravam. Ninguém falava muito alto, provavelmente para não incomodar quem queria descansar. Algum tempo depois, um jovem ruivo, que mancava e parecia exausto, se aproximou.

— Você quem está procurando por Bakugou? — Perguntou Kirishima, segurando sua costelas com a mão. O corte que levou de Stain doía muito, era um saco ter que sair da cama.

— Ah, oi. Você deve ser o tenente dele, é um prazer. Eu o ajudei com Stain, e gostaria de falar com ele. — O garoto de cabelos negros sorriu, educadamente.

— Hã? As pessoas falam que eu sou o tenente? — Kirishima deu uma leve travada, parecia feliz.

— Bom, você comandou o esquadrão de Todoroki e Bakugou. Manteve os dois com pequenas perdas e ainda cumpriu todas as ordens do QG, é meio obvio sua posição. — O garoto franziu a testa, parecendo confuso.

Kirishima encheu o pulmão de ar, orgulhoso. Ele ficou um segundo em transe, pensando em o que Bakugou falaria quando acordasse. Foi ai que se lembrou, Bakugou ainda dormia.

— É... o comandante ainda está inconsciente. Os curandeiros deram uns dois dias para ele permanecer assim, você vai ter que voltar depois. — Se desculpou, sentindo que a vinda desse soldado foi inútil.

— Ah, tudo bem. Eu acho que não vou conseguir fugir do meu capitão na próxima, então apenas passe uma recado a ele. A pessoa que enfiou a flecha no olho de Stain sou eu, e que meu nome é Sero Hanta. — Cumprimentou cordialmente, se virando para sair.

Antes sumir de vista, ele se virou e riu ao dizer:

— Espero que seu esquadrão ainda não tenha um bom arqueiro, vou adorar trabalhar com vocês.

...

Assim que amanheceu, Todoroki correu para o quartel general. Estava tão apressado que esqueceu os modos, apenas invadiu o lugar. O que chamou a atenção de vários soldados sonolentos, que estavam prestes a tomar café. A comandante não estava presente, possivelmente ainda dormia. O general, que estava tomando seu café, parecia cansado, como se não dormisse a séculos.

— O que foi? — Perguntou Vlad, de maneira ríspida.

— Eu gostaria de ter notícias dos nossos estoques. — Anunciou Todoroki, olhando ao redor a procura de mensageiros.

— Ah é? Eu também. — Bufou em resposta, voltando a olhar sua caneca, como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

Todoroki ficou em silêncio, esperando alguma explicação. O general parecia incomodado, murmurando que ninguém o respeitava. Depois de um longo tempo balbuciando coisas aleatórias, ele voltou a olhar Todoroki.

— Um esquadrão já foi mandado para lá, o povo da tribo volta hoje. Eles já devem estar voltando, se quiser ficar e esperar... — O general resmungou, sem nenhum ânimo.

— Seria ótimo, senhor! — Todoroki sorriu, se curvou e saiu.

Depois de receber permissão para ficar, Todoroki voltou ao seu esquadrão. Anunciou o dia de folga e se juntou ao seus homens, para tomar seu café da manhã. Aparentemente, a unidade de Bakugou também não sairia hoje, já que o comandante deles estava inconsciente. A maneira como estavam sendo tratados era por conta do dia anterior, arrancar a cabeça de Stain lhes trouxe privilégios. Antes mesmo que Shoto de terminar sua refeição, um mensageiro chegou correndo com notícias.

— Senhor Todoroki, foi avistado o povo da tribo recuando. Em pouco tempo eles estarão aqui, o general pede que o senhor e seu esquadrão ajude a carregar os feridos. — O homem disse nervosamente, sem descer do seu cavalo.

— Certo. Obrigado por vir me avisar, já pode voltar. — Todoroki respondeu com um sorriso educado.

Os seus soldados nem precisavam de uma ordem, todos se levantam juntos e começaram a organizar as mesas. Sabiam que o capitão dava muito valor a Midoriya, e eles também admiravam sua força.

Um espaço foi aberto para recepção e tratamento dos feridos, os homens de Todoroki estavam ajudando com as barracas. Alguns homens da tribo, que não tinham entrado na floresta, estavam trazendo suas ervas e se preparando para receber seu povo. Depois de tudo ser finalizado, só restava a chegada dos heróis que salvaram os estoques.

Perto da floresta, o esquadrão já estava de prontidão. Logo, o som de passos foi ouvido. Na frente, Tsuyu caminhava com dificuldade. Os homens seguiam seu ritmo, sem a menor pressa. Algumas pessoas ainda pulavam entre os galhos, esses não pareciam tão cansados como o resto.

O animo de Todoroki foi embora ao não enxergar Midoriya, que deveria estar ao lado de Tsuyu. Ele se aproximou pronto para encher ela de perguntas, mas não foi necessário. O garoto estava logo atrás, sendo carregado por um homem. Midoriya estava inconsciente e tremia, mesmo estando enrolado em um casaco, parecia estar com muito frio. Um homem velho estava ao lado, enxugando o suor gelado do garoto.

— Ele está bem, só muito cansado. — Tsuyu forçou um sorriso, sua respiração pesada.

— Certo, obrigado por cuidar dele. — Respondeu, sentindo alívio.

— Acho que foi o contrário, ele quem cuidou de mim. — Sorriu ela, meio envergonhada.

— É, ele é incrível. — Admitiu Todoroki, tendo noção que nutria sentimentos fortes pelo garoto.

Tsuyu concordou e riu, se sentindo relaxada. Ela olhou para trás e fez um sinal, logo todos os feridos deram passos pesados para frente. Os desmaiados, como Midoriya, foram entregues na mãos dos soldados. Obviamente, a tribo ainda ficou por perto, não confiavam totalmente nos estrangeiros.

— Homens, ajudem com os feridos. Levem todos até a barraca que armamos, sem exceções. — Todoroki deu suas ordens, indo em direção do pequeno e o pegando no colo.

— Bom... tirando esse jovem guerreiro, que eu irei cuidar pessoalmente. — Deu um leve sorriso, depositando um beijo em sua testa.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora