Veneno

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Assim que acordou, Bakugou viu Midoriya grudado nele como um coala. O garoto parecia ter dormido mal. Com a ponta do dedos, fez carinho nas bochechas repletas de sardas. O rosto pálido e boca seca não o deixavam nem um pouco feio, mas ainda era um visão de apertar o peito.

— Isso é bom. — O garoto murmurou, ainda com os olhos fechados.

— Te acordei? — Bakugou sorriu involuntariamente ao ouvir sua voz.

— Não, eu acordei antes de você. — Midoriya murmurou, ainda com os olhos firmemente fechando.

— Você está bem? — Bakugou perguntou suavemente, com medo do que pode ter acontecido na conversa com Shoto.

— Minha cabeça dói. —Midoriya murmurou, franzindo a sobrancelhas.

— Quer que eu faça um café? — Bakugou passou os dedos de leve pelos cabelos enrolados do menino, que abriu os olhos vermelhos com dificuldade.

— Eu adoraria.

...

Tsuyu levantou com um péssimo rosto. O plano estava dando certo, mas a morte do senhor foi um noticia horrível. A anciã, que geralmente só grita e fala asneira, ficou quieta e sumiu de sua vista por horas. Tsuyu sabia que por mais que brigassem, os dois pareciam ter algum tipo de amizade bizarra.

O ruim seria contar a Midoriya, que basicamente o adotou como um tio ou pai. Pensar nisso a deixava depressiva, nunca disse ao amigo que o senhor seria alvo. De qualquer maneira, não era o momento para isso. Quanto mais o tempo passa, mais o estrangeiro fica agitado lá dentro. Tsuyu sabia que o ataque não poderia ser do dia para a noite, já que os números são parecido e isso mataria todo mundo. A solução seria atacar aos poucos, conquistar lugares nas redondezas da tribo e destruir as defesas. Defesas que ela, seu pai e ancestrais construíram. Hoje é o primeiro ataque, o objetivo é conquistar a montanha ao leste, onde fica a mina de ferro, e usar o lugar no futuro para esconder tropas.

Para sua surpresa, assim que saiu da barraca, um grupo de mulheres da tribo estavam esperando por ela. Uma delas, que parecia ser o líder, deu um passou para frente. Essa moça parecia jovem e saudável, carregava uma espada pesada nas mãos.

— Respeitável chefe, temos um apelo a fazer. Nós, mulheres guerreiras, decidimos renunciar ao posto de mãe do lar. — sua voz era clara como água, atraindo a atenção de todos — Já pensamos em tudo. Os nossos filhos serão cuidados pelos mais velhos e aleijados, a criação e proteção da nova geração ficará em suas mãos. Quanto a nós, mães, voltaremos ao campo de batalha para que eles tenham um lugar para chamar de lar.

— Sim, chefe, nós também somos guerreira e médicas! Não deixaremos esses filhos da puta tomarem nosso lar diante de nossos olhos! — uma mulher que parecia ter cerca de trinta anos deu um passo para frente, ela segurava um machado gigante nas mãos.

— Nem meu marido ganha da minha habilidade com venenos, quero só ver o que esses traidores imundos podem fazer! — outra mulher, um pouco mais velha que a anterior, gritou e cuspiu em desprezo.

— Chefe, nós guerreiras mulheres, queremos sua aprovação. — Uma menina com cerca de vinte anos deu um passo para frente, um sorriso sádico no rosto.

Tsuyu observou as mulheres, jovens e velhas, uma atrás da outra pedir e exigir que deveriam voltar ao campo de batalha. Era complicado para a chefe decidir isso, já que quando uma mulher da a luz a um filho, a guerreira pararia de caçar e se concentraria na educação de seus filhos. Todos os guerreiros aprendiam suas técnicas com as mães, veneno e espada, tudo é herdado delas. O trabalho de um pai é acompanhar seu filho em caçadas, colocando seu ensino em prática. Hoje elas renunciavam a isso, e exigiam o direito de voltar a ativa, de voltar a lutar.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora