— Qual o sentido de tudo isso?
Depois de perguntar isso, Midoriya ficou em silêncio. O olhar em seu rosto era indiferente, nem um único resquício de tristeza pode ser vista.
Todoroki não conseguia entender, seguiu o garoto esperando por choro, grito, ou até risadas indignadas. Como reagir a essa situação?
— Eu não sei mais o que estou fazendo, Todoroki.
Midoriya continuo a falar. Os dois estavam atrás da mina, em uma área isolada. O garoto se sentiu mais confortável por causa das arvores, e escalou uma para descansar no galho. Shoto não sabia se era apropriado subir também, então apenas sentou no chão, tendo uma boa visão do rosto pensativo.
— Eu sinto que não sou mais o mesmo. — A voz soou baixa, como um murmurou cansado — As vezes, todas as minhas emoções são intensas, fora de meu controle. E existe ocasiões como essa, em que eu não sinto absolutamente nada. É como se minha alma tivesse morrido. Eu mudei, eu sinto isso, e foi para pior. Acho que realmente sou o monstro de que falam.
— Eu discordo. — Todoroki finalmente falou, com tom gentil — Não importa o quão indiferente você se torne, no fundo você jamais será um monstro. É apenas você tentando proteger-se das pessoas, eu entendo.
— Você é tão doce. — Midoriya falou monótono — Mas, como você se sente ao ouvir isso: No começo, eu sentia simpatia por você, por sua ignorância com os próprios sentimentos. No entanto, depois que conversamos, senti como se estivesse morto. Eu não fiquei com raiva, não senti simpatia, eu apenas não me importei, você ou uma pedra eram a mesma coisa.
— Esta tudo bem, foi eu quem errei. — Todoroki tentou tranquiliza-lo.
— Essa não é a questão aqui. — O olhar sem emoção de Midoriya fitou Shoto — O eu de normalmente, ficaria feliz com seu pedido de desculpas, sorriria, sentiria simpatia por você, tentaria estabelecer um laço, ia tentar te ajudar a se entender e entender seus sentimentos. Eu tentaria.
O vento gentilmente passou por eles, o clima parecia estranhamente calmo e relaxante.
— Eu me pergunto novamente: Qual o sentido disso? — Soltou uma risada sem emoção — Por que continuar sendo que me odeiam? Por que tentar se nada vai mudar? Eu não quero mais. Eu não quero mais ouvir os outros. Quero apenas dormir, descansar, sumir...
— Midoriya. — Shoto chamou, sua voz soou muito calma — Você está chorando.
O garoto, confuso, levou as mãos para tocar seu próprio rosto. Os dedos tocaram as lágrimas, que escorriam silenciosas e tranquilas. Ao perceber que chorava, sentiu o fluxo de lágrimas se intensificar, quase como um protesto, uma criança que estava se sentindo extremamente injustiçada.
Midoriya não conseguia parar, o som do choro ficou mais alto, a garganta trancada, lágrimas grossas insistentes em cair. Todoroki, em algum momento, subiu na árvore, e tocou seu ombro com mãos quentes e gentis. O garoto sentiu uma onda de alívio ao ver alguém ali, com ele, mesmo depois de ouvir suas paranoias negativas.
Midoriya virou-se e, surpreendentemente, o abraçou. O choro desesperado pareceu passar ao ter contato com alguém.
— Dói... — Midoriya resmungou, magoado, entre choros — Dói muito.
No início Todoroki não soube como reagir, relaxou aos poucos e aconchegou o garoto fragilizado, tentando ao máximo passar apoio e cuidado. Por algum motivo desconhecido, chegou a cantarolar uma música de ninar, como se realmente estivesse convencendo uma criança a acalmar-se e dormir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku
FanfictionMidoriya é órfão de guerra, foi vendido como escravo com 5 anos e passou a ser melhor amigo de Bakugou, um escravo exemplar que servia a mesma família. A maneira como eram tratados era visivelmente diferente. Bakugou era um bom escravo, forte, sil...