Loucura

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As armadilhas foram distribuídas na frente do armazém, que guardava toda a comida dos soldados. Os poucos guerreiros que ficavam de guarda foram colocados dentro do local, só para o caso das defesas serem rompidas.

Enquanto isso, os homens da tribo foram explorar a floresta, precisavam conhecer bem o local, e que animais perigosos viviam ali. Midoriya ajudou com as armadilhas, quando acabou ele passou a encharcar as flechas com veneno. Depois de algum tempo os soldados voltaram, com relatórios sobre o terreno.

— Chefe, tem um urso no sul, não muito longo daqui. Ele esta dormindo, se for preciso podemos usá-los contra nossos inimigos.

— Chefe, eu encontrei rastros de uma alcateia de lobos, mas são um pouco antigas. É muito provável que tenham se afastado para longe, pode ser a falta de comida do lugar.

— Chefe, encontrei algumas plantas que ajudam a parar sangramentos. Trouxe o quanto podia, vou voltar lá com ajuda para buscar mais.

— Chefe...

Com o conhecimento geral do lugar, estava na hora de formar as equipes. Era uma caçada, toda a tribo estava feliz, amavam a floresta, era seu lar. Eles sabiam da sua vantagem, do seu poder, do seu conhecimento, que ninguém tinha igual. Era muito fácil perceber que estavam muito mais tranquilos agora, em um lugar que gostavam, com sua tribo.

Midoriya estava ouvindo tudo, enquanto guardava suas flechas. Ele esperou pacientemente até terminarem os relatórios, para poder escolher sua equipe.

— Obrigado pelo trabalho de vocês, nossa caçada será como na tribo. Sejam cautelosos, não se esqueçam que humanos pensam, não subestime esses estrangeiros. Estamos com duzentos homens, vamos fazer dez equipes com vinte homens. Metade delas vão se espalhar, o aviso de movimento é o mesmo de sempre. Os outros ficaram ao redor do armazém, para interceptar qualquer um que passar por nós. — Tsuyu falou ao seus fortes guerreiros, que ficaram animados instantaneamente.

— Eu posso ser o líder de uma equipe? — Midoriya perguntou, ele tinha se destacado na tribo, ficando de igual com a futura chefe. Ninguém questionaria suas ordens, ele estava ciente disso.

— Hm... eu acho melhor você vir comigo. Seu estado não esta claro, vou ficar mais tranquila se eu ficar de olho em você. — Tsuyu parou para pensar por um segundo antes de dar sua opinião, ela sabia que não poderia mandar em Midoriya, ele só obedeceria se quisesse.

— Tudo bem, eu não quero te preocupar. — Izuku balançou sua cabeça positivamente, expressando sua compreensão.

Depois de resolver quem fica e quem vai, os soldados adentraram a floresta de maneira silenciosa. Midoriya já estava muito bom em se movimentar nas árvores, era um pouco diferente dos movimentos estilo sapo de Tsuyu, mas tão eficaz quanto.

Depois de algum tempo se movendo e se escondendo, o canto de um pássaro foi ouvido, era o sinal de movimento. Antes que mudassem seu rumo, mais sons vieram de toda a floresta, os inimigos estavam vindo de todo lugar.
Tsuyu franziu a testa, ela juntou suas mãos no lábios e assoviou numa frequência específica, pedindo a contagem de números. Logo a floresta toda fez sons, Tsuyu ficou preocupada, Midoriya franziu as sobrancelhas.

— Quase trezentos homens somando tudo, o Stain ficou louco? — murmurou baixo, para sua companheira que estava em uma árvore um pouco distante dele. Midoriya foi ensinado a contar, já que é indispensável na caçada. A única coisa que faltava aprender era ler, sua tribo não achava necessário, já que sempre viveram isolados.

— É provável que tenha soldados no nosso caminho também, vamos nos espalhar. Fiquem de olhos nos números, se forem vistos, matem. — Tsuyu falou aos homens que seguiam ela. Depois das ordens ela pediu para confirmarem as posições de todos os homens, e que só poderiam matar livremente com seu sinal, um dos homens com ela assoviou passando os comandos para todos os que estavam distantes.

Midoriya se preparou, ele foi para a esquerda e ficou de olho em qualquer movimento, Tsuyu seguiu em outra direção, todos os vinte se separaram. Não demorou em ver um pequeno grupo de cinco pessoas, elas andavam com cara de desgosto no meio da floresta.

— Não sabia que tinha tantos pássaros aqui, que irritante. — Um dos homens falou baixo.

— Oh, não são pássaros. — Uma voz um pouco rouca e fria falou brincalhona, os homens se arrepiaram instantaneamente. Junto com sua voz um flecha veio voando, antes que pudesse gritar por ajuda suas gargantas já tinham sido perfuradas.

O garoto de cabelos verdes, que estava escondido na árvore, ficou assistindo seus corpos se contorcerem no chão. O brilho de loucura e dor era perceptivo em seus olhos, assim que os soldados pararam de se mover foi que ele retornou a si.

— Merda, estou ficando louco. — Midoriya pensou em desespero, Tsuyu e Kacchan estavam certos. Ele ainda estava quebrado e não era recomendável estar ali. Suas ações frias deixaram ele um pouco receoso, não era culpa desses homens mortos que ele sofreu abuso. Sua vingança foi mal direcionada, ele não deveria estar ali. Izuku assoviou pedindo por assistência de Tsuyu, era melhor ele se retirar.

Quando ouviu o pedido de ajuda do amigo, a garota sapo se preparou para virar e correr em sua direção, era uma pena que um grito foi ouvido atravessar a floresta.

— EU VI ALGUÉM, CUID-

A chefe sapo estalou a língua em desgosto e só pode assoviar indicando que estavam livres para agir, ela teria que adiar seu resgate, por enquanto.

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