Aconchegante

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— Você sabe sobre o que é isso? — Perguntou Vlad, confuso, preocupado e ansioso.

— Se eu soubesse não estaria aqui. — Respondeu a garota sapo, que não teve qualquer cuidado com suas palavras.

Um assovio seguido de risos veio de Midnight, que adorou a pequena patada. Ela também estava curiosa, até a possibilidade do reino pegar Tsuyu como refém apareceu na sua mente. Se bem que, com uma aliança feita, não faria o menor sentido.

— Ok, vocês selvagens deveriam ser mais educados. Falar assim na frente do rei pode ser mortal, ele é a soberania, você deve respeitar isso. — Vlad avisou, quase em uma ameaça.

— Não temos um rei, mas se tivéssemos, eu seria uma princesa. Tenho título o suficiente para responder um insignificante general da maneira como bem entender. — Respondeu Tsuyu no mesmo tom, parecia não ter gostado nada do que ouviu.

— Hahahaha. Garota sapo, você esta muito estressada. — Midnight soltou uma risada alta, adorando as farpas e tentando acalmar os ânimos.

— Oh, sinto muito. Acho que a batalha, a carta e a preocupação com meu povo não me fizeram bem. — Percebendo seu tom mais ríspido que o normal, ela se desculpou com um sorriso. Mas o pedido foi direcionado a comandante, ela, propositalmente, evitou olhar para o general.

Apenas um suspiro cansado saiu dele, que decidiu não comprar briga. Toda a sua moral estava baixa, ele foi traído por alguém que confiava, o general inimigo, que deveria ter sucumbido pela lâmina da sua espada, foi morto por duas crianças e os estoques foram protegidos por um bando de selvagens. Foi completamente inútil aqui, talvez tenha até atrapalhado. Pensar nas consequências das suas irresponsabilidades o deixava tenso, quase não dormia a noite.

— De qualquer maneira, já enviei mensageiros para todos os esquadrões. Quando anoitecer, e os exércitos recuarem, seu povo virá direto na nossa direção. — O general disse, parecendo cansado. Depois disso, aprontou para a saída, convidando, indiretamente, ela a se retirar.

Tsuyu também não parecia querer ficar mais, apenas saiu. Pelo menos ele estava certo, ao anoitecer, seus homens, que estavam espalhados pelo campo de batalha, estavam todos reunidos nas barracas montadas pelo esquadrão de Todoroki. Foi muito doloroso na hora da contagem, seu povo estava morrendo ao montes. Quando saiu de casa, Tsuyu veio acompanhada de mil fortes guerreiros. Agora, a contagem não chegava a setecentos. A batalha nos estoques tirou quase cem dos seus homens, muitas pessoas se foram. E sem contar o fato que Midoriya salvou a todos com o massacre que fez, se não fosse isso, provavelmente, ninguém voltaria vivo.

A única coisa que faltava era a reunião, que continuava sendo atrasada para ter a presença de Midoriya. Ficaram um bom tempo ao redor da fogueira, comendo e descansando. Algum tempo depois, aceitaram o fato que Izuku não acordaria hoje. Mesmo que quisessem esperar mais, não dava. Tsuyu começou sem ele, pretendia passar as informações depois.

...

Midoriya abriu os olhos com dificuldade, estava amanhecendo, a luz irritava sua visão. Sentiu as lembranças voltando, se sentou bruscamente, soltando um gemido de dor. Olhou ao redor, para saber onde estava. Era a barraca de Todoroki, conseguia identificar pela armadura feita pelos melhor ferreiros e o local perfeitamente simplista e arrumado. Um arrepio percorreu sua espinha, Bakugou não deixaria ele ficar aqui, algo aconteceu.

Se levantou, cambaleou para se equilibrar. Seu corpo todo estava pesado, não parecia estar ferido gravemente, só esgotado. Se arrastou, com dificuldade, ate a saída. Ao cruzar a porta, bateu de cara em um peitoral duro, fazendo perder o equilíbrio. Os braços firmes da pessoa cercaram seu corpo, estabilizando-o e evitando que caísse. Quando ergueu os olhos, encontrou com uma expressão preocupada de Todoroki.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora