Um ótimo companheiro

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Midoriya abriu seus olhos com dificuldade, preferia ficar dormindo por mais tempo. Bakugou estava na sua frente, eles, em algum momento, tinham se abraçado enquanto dormiam. A respiração do loiro estava fazendo cócegas no seu rosto, isso o fez corar, mas não se afastou. Adorava ver Bakugou com a expressão tranquila, já que normalmente era muito estressado.

Ultimamente as coisas estavam muito confusas, por alguma razão, Bakugou ficou ainda mais próximo e dócil. Não sabia o que pensar a respeito, talvez fosse saudades e preocupação, já que tinha sido pego como refém logo quando se reencontraram.

— Esta me encarando tão intensamente, quer um beijo? — a voz de Bakugou interrompeu seu pensamento.

Midoriya finalmente percebeu que estava, realmente, encarando muito. Ele se afastou um pouco, constrangido.

— Não brinque comigo. — Protestou corando, era uma visão muito meiga aos olhos de Bakugou.

— Não estou brincando, se quiser eu te dou. — Bakugou sorriu de lado, provocando ainda mais Izuku.

— Bobão! — Midoriya mostrou a língua, fez um movimento brusco para se sentar, virou de costas e se preparou para levantar. Suas ações foram interrompidas pelos braços de Bakugou, que o agarraram por trás.

— Eu estou tão carente, me de carinho. — Falou manhoso no ouvido de Izuku, cheirando seu pescoço em seguida.

Midoriya ficou todo corado, seu coração batendo forte no peito, era raro ver o loiro tão afetuoso. A respiração quente na sua nuca estava deixando seus pensamentos confusos, forçou uma resposta a sair de seus lábios.

— K-kacchan, eu-

Nesse momento, Kirishima entrou na barraca. Seus olhos se encontraram com o de Izuku, que estava vermelho, Bakugou estava agarrado a ele com a cabeça afundada em seu pescoço. Ele olhou aquela cena e congelou. Suas bochechas ficaram vermelho, como um pimentão.

— Desculpe interromper... — ele se virou e saiu rápido, isso deixou Midoriya ainda mais afobado.

— Kacchan, olha o que você fez. Vão espalhar rumores estranhos! — Midoriya saiu de seu aperto e brigou com o outro, que ainda mantinha sua expressão de cachorrinho abandonado.

— Kirishima não vai falar nada, agora venha aqui. — Bakugou abriu os braços, esperando que Midoriya voltasse para ele.

O rosto de raiva de Izuku era muito fofo, Bakugou ficou olhando com uma cara idiota, esperando que retornasse aos seus braços. Midoriya se aproximou, pegou um travesseiro e arremessou na sua cara.

— Va me preparar um café, seu preguiçoso! — falou com um tom elevado, o que arrancou uma longa e gostosa risada de Bakugou.

...

Depois de sair da barraca, Kirishima sentiu seus olhos marejarem. Ele correu ate a floresta ali perto, na intensão de ninguém o incomodar. Suas bochechas logo ficaram molhadas, lagrimas escorriam sem parar.

— Por que diabos eu estou com tanto ciúme? — ele falou tremulo, não sabia direito, mas já gostava tanto de Bakugou.

Sua cabeça girava, seu peito estava apetado, era uma dor totalmente nova para Kirishima. A expressão de choque de Midoriya e sua voz ficavam se repetindo em sua cabeça, ele queria estar em seu lugar. Não conseguia parar de pensar que se ele fosse amigo de infância do Bakugou, as coisas seriam diferente. Talvez sim, mas era um pensamento tão egoísta. Midoriya e ele tinham sofrido muito como escravos, ele deveria estar grato de ser filho de fazendeiros.

— Ele parecia tão feliz, eu acho... que isso é bom. — Kirishima deu um risada, entre seus choros. Ele apertou sua camisa na região do peito, e se encolheu no chão, tentando se acalmar.

...

Depois de tomar seu café, preparado por Bakugou, Midoriya se arrumou para ir até a barraca de Tsuyu. Ele não tinha roupas que lhe serviam aqui, então teve que usar as roupas do amigo, que eram grandes. Era muito estranho, principalmente por serem todas roupas caras, Midoriya se sentia um nobre.

Depois de se vestir ele foi ate Bakugou, que estava falando com seu esquadrão. Midoriya reparou em Kirishima, seus olhos estavam inchados e vermelhos, ele sentiu seu coração apertar. — Será que ele gosta do Kacchan e entendeu as coisas erradas? — pensou consigo mesmo, mas não poderia perguntar diretamente, ele, ate agora, nem tinha falado com o ruivo.

— Veio me dar um beijinho de despedida? — brincou Bakugou, ele pegou Izuku pela cintura com um braço e puxou ele contra seu corpo. Todo seu esquadrão assistiu aquilo um pouco constrangido, eles não falaram nada, fingiram ser cegos.

— Pare, Kacchan. Eu vim te desejar uma boa batalha, já estou indo ver Tsuyu. — Falou corado e dando um soco no peito largo do outro.

— Então, até depois. — Bakugou sorriu, aproximou seus rostos e depositou um singelo beijo em sua testa, finalmente o largando. O sangue de Midoriya estava todo concentrado nas bochechas, ele ficou tão envergonhado que só virou as costas e saiu, agitado.

Kirishima sorriu um pouco, ele sabia que Midoriya tinha adivinhado sobre seus sentimento, já que sua expressão ficou triste quando encarou ele. O garoto era realmente alguém doce, seria um ótimo companheiro para Bakugou.

Depois de sair do local, Midoriya foi diretamente ate a barraca de tsuyu. Algumas pessoas da tribo estavam por perto, quando o viam, acenavam com a mão. Midoriya sentiu seu humor se elevar, ele realmente gostava do seu povo.

— Chefe Tsuyu, Midoriya esta a caminho. Devemos deixar ele entrar? — um homem mais velho da tribo, falou com a menina sapo.

— Claro que sim, eu confio totalmente nele. — Respondeu a garota, sorrindo de lado.

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