Na barraca de tsuyu, a garota sapo estava com a ilustre companhia de Midoriya, que agora saboreava um chá. Não foi muito difícil perceber que ela estava cansada, mas não era ao ponto de simplesmente não ir ao campo de batalha.
— Como você esta depois de tudo isso? — Perguntou a garota, preocupada.
— Já tinha acontecido antes, é obvio que me senti imundo e errado, mas não me abala tanto agora. E depois de dormir com Kacchan eu me senti bem melhor. — Respondeu Midoriya, ele levou a xicara aos lábios e tomou um pouco seu chá, parecendo muito calmo.
— Você o que?! Como Bakugou é rápido, eu pensei que isso demoraria um pouco. — Tsuyu arregalou os olhos e falou indignada.
— Ficou doida? Eu sempre dormi com ele. — Midoriya falou com um sorriso inocente, assim que terminou, percebeu o sentido da frase. Seu rosto ficou corado instantaneamente, ele acrescentou gaguejando — N-não assim... eu quis dizer dormir, normal.
Tsuyu riu ao ponto de encher seus olhos de agua, a conversa estava fluindo muito bem, ate os dois chegarem no ponto crucial, o motivo da vinda de Izuku.
— Vão queimar nosso estoque de comida, e isso vai acontecer durante a batalha de hoje. — Tsuyu foi direta, sem rodeios.
— Por que você acha isso? — Perguntou Midoriya, confuso.
— O objetivo deles é que recuemos ate a cidade, que fica a alguns dias daqui. La nós teríamos comida o suficiente para alimentar nosso exercito. Mas as muralhas são muito baixas, fáceis de serem rompidas, uma desvantagem que não podemos nos dar ao luxo de ter. Se recuarmos é fato que perderemos a cidade, que é uma das principais fornecedoras de comida ao reino. Além de que, ao redor dela, tem outras fazendas fechadas, que fornecem carne e lã. Se a queimada for um sucesso, o reino perderia muita comida, o que cancelaria a investida que o rei esta preparando a quase oito meses. — Tsuyu explicou lentamente, tomando seu chá. A barraca estava vazia, o que permitia essa conversa totalmente franca.
— Mas... como eles sabiam que a troca seria feito lá? — Midoriya sabia que Tsuyu estava no modo professora, ele perguntaria tudo que pudesse.
— Algum traidor vazou essa informação, e achamos que é mais de um. O local do resgate foi um ideia que veio dos homens do general Vlad. Midnight ficou encarregada de mostrar, por códigos de bandeiras, para qual direção vocês deveriam fugir. Como ela sabe que os homens dela não entendem o código das bandeira, os únicos suspeitos são os que tiveram a ideia do local, mas nós não sabemos nada sobre quem teve a ideia. Pelo menos para o informante do local nós temos suspeitos, que é o homem que te resgatou e o esquadrão que foi te esperar, sem dúvidas você já esbarrou com um dos traidores. — A garota sapo se levantou e andou em voltas, ajudava ela a focar seus pensamentos.
— Eu sei que não posso julgar sem conhecer, mas eu não acho que foi o homem que me resgatou. Ele me parecia sincero, e muito correto. — Midoriya mostrou seu ponto de vista, ele acompanhava ela andar com os olhos.
— Eu nem me encontrei com ele, não posso opinar. Mas Midnight também confia nele, parece que ele era o informante de Aizawa, um general que tem a confiança do rei. — Tsuyu deu de ombros, não parecia querer se aprofundar no assunto.
— Mas e o general Vlad? Ele sabe disso? — Midoriya voltou ao assunto, ele queria saber tudo.
— Ai está o problema, nós não fazemos ideia de quem é o traidor, ou de quantos são, e eles provavelmente nem serão desmascarados. Eu conversei com a comandante, e chegamos a decisão de não tentar contar a ele, para prevenir que o traidor saiba. — Tsuyu parou seus passos, ela percebeu que o chá de Midoriya acabou, aproveitou para servir mais, antes de voltar a andar.
— E como vocês vão resolver isso? — perguntou ele, que sorriu em agradecimento.
— Primeiramente, você não pode contar isso a ninguém, eu nem deveria te dizer, mas eu confio em você. Depois que os soldados partirem, eu, que fingi estar machucada, entrarei na floresta e protegerei os estoques. A comandante deu um jeito de substituir alguns dos meus homens, que estavam espalhados pelo campo de batalha, pelos dela. Com a ajuda deles eu tenho uns duzentos homens de confiança, isso deve ser o suficiente para proteção do lugar. — Tsuyu pausou por um momento e olhou para fora, ela não queria que nenhum de seus homens morresse, mas algo lhe dizia que sua tarefa não seria fácil.
— Quando vocês armaram tudo isso? — Midoriya perguntou impressionado, era muita coisa para se discutir em um dia apenas.
— Eu já tinha a confiança dela apenas pelo fato de ser alguém da nossa tribo, que não gosta de estrangeiros, você ser o refém ajudou também. A comandante só precisava saber se eu era forte, então fizemos uma corrida ate o comandante inimigo, eu perdi por pouco. Nós conversamos depois disso, ela me contou sobre suas suspeitas. Eu concordei em ser a pessoa que protegeria os estoques, mas apenas com meus homens. Então ela passou a noite toda fazendo trocas, acho dei um pouco de trabalho a ela. — A garota sapo sorriu um pouco, e voltou a se sentar ao lado de Midoriya.
— Eu... posso ir junto? Eu estou bem, juro. Só não fui para a batalha porque o Kacchan estava preocupado. — O garoto fez cara de coitado e pediu manhoso, se fosse Bakugou no lugar de Tsuyu, ele não hesitaria em concordar, talvez ate lhe roubasse um beijo.
— Não sei se é uma boa ideia... você passou por muita coisa, por mais que seu corpo esteja bem, não posso falar o mesmo do seu psicológico. — A garota franziu suas sobrancelhas, ela confiava na força de Midoriya, mas ele sofreu muito nos últimos dias, e não parecia ter processado tudo ainda.
— Kacchan me faz muito bem, depois de falar com ele eu já estou ótimo. E tem a visita de Todoroki, que me fez feliz também. É serio, eu estou realmente bem. — Midoriya respondeu rápido, ele repetiu bastante a palavra bem, para demostrar que realmente já estava recuperado.
— ... tudo bem. Nos vamos agir como numa caçada, você precisa ser quieto e concentrado. Antes disso, me prometa que se algo acontecer, seja um surto ou um machucado, você ira recuar imediatamente! — Tsuyu falou com uma voz autoritária, ela estava realmente preocupada com seu amigo.
— Haha, você soa como o Kacchan. — Brincou Midoriya, que sorriu agradecido por todo o carinho que estava recebendo.
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jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku
FanfictionMidoriya é órfão de guerra, foi vendido como escravo com 5 anos e passou a ser melhor amigo de Bakugou, um escravo exemplar que servia a mesma família. A maneira como eram tratados era visivelmente diferente. Bakugou era um bom escravo, forte, sil...