Kacchan

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No campo de batalha em que Kirishima estava, a primeira coisa que Bakugou viu foi seu amigo receber um corte na lateral do corpo. O homem que desferiu o golpe era exatamente a discrição que Midoriya havia dado, Stain estava bem ali, na sua frente. O homem ergueu sua espada, pronto para matar Kirishima. Bakugou avançou furioso, segurou firmemente sua espada e golpeou forte, fazendo uma barulho irritante de aço se chocando, o golpe, que deveria dar um fim no ruivo, foi parado completamente. Stain arregalou os olhos, surpreso.

— Oh? Parece que temos alguém com potencial aqui. — Falou dando um sorriso de elogio.

— Pena que não posso falar o mesmo, seu verme. — Bakugou deixou sua raiva finalmente explodir, ele avançou desferindo uma chuva de ataques, dando a oportunidade de Kirishima recuar.

— Poxa, moleque. O que você quer? Você não precisa morrer ainda. — Stain defendeu os ataques de Bakugou e falou com sua voz indignada. Se essa luta chamasse muito atenção, seria ruim para ele.

— Você? Me matar? Quero ver tentar. Eu vou arrancar sua cabeça antes de você perceber, desgraçado. — Bakugou zombou arrogantemente. Stain levantou uma sobrancelha em confusão, ele pensou que esse fedelho só quisessem crescer rápido, não que realmente tivesse assuntos a resolver.

— O que foi, minha criança? Eu matei seu pai? Seu irmão? — perguntou debochado, estudando o terreno. Tinha que abalar esse moleque e sair rápido, antes de chamar a atenção do comandante que estava ali, não queria perder o fator surpresa. Como Bakugou não reagiu, ele descartou essa ideia. Pensou por um segundo, uma suposição veio a sua cabeça. Ele não pode deixar de mostrar os dentes, em um sorriso quase psicótico.

— Você é o Kacchan? — Stain analisou seu rosto, a procura de uma mudança de expressão, e encontrou. Os olhos de Bakugou se arregalaram, ele vacilou por um segundo, isso resultou em um corte no seu ombro.

— Haha, então é você! A vadia de cabelos verdes chamou muito por sua ajuda, que péssimo namorado você é. "Kacchan, Kacchan, socorro..." repetia isso várias vezes. Ele chorou tanto... pobrezinho. — Stain gargalhou da cara furiosa do garoto.

— SEU FILHO DA PUTA. — Gritou Bakugou totalmente tomado pela raiva. O pensamento de Midoriya chorando e implorando por ajuda o deixaram ainda mais revoltado. E saber que seu pequeno Deku ainda chamou por ele...

— Eu só dormi com ele uma vez, mas já sinto sua falta. Que garoto incrível, que corpo incrível. — Stain falou, sorrindo. Estava sendo sincero, realmente tinha gostado do garoto. Se tivesse a chance de captura-lo novamente, o faria. Stain percebeu que provocar fazia com que os movimentos de bakugou ficassem cheios de brechas. O general aproveitou os para desferir vários golpes, causando cortes e arranhões. Sua cabeça pensava na próxima coisa que falaria para deixar o jovem instável.

Bakugou sentiu lagrimas se reunirem em seus olhos, ele nunca tinha sentido tanto ódio na vida. Nem conseguiu reunir palavrões para falar, só sentia vontade de arrancar a cabeça desse homem. A repulsa e ânsia que sentia estavam presas, junto com sua voz, nem ver pessoas mortas dava tanto desgosto. Seus golpes ficaram mais pesados sem ele notar, sua habilidade não era demonstrada, já que só usava força bruta.

— Ah... e sua boca beija muito bem. Que pena que ele me mordia, eu não consegui aproveitar direito. — A voz de Stain soava triste, sua sinceridade era ainda mais irritante. Enquanto Bakugou era engolido pelo ódio e desprezo, seus golpes pioravam. A força usada deixava os braços de Stain um pouco entorpecidos, mas ele ainda podia aguentar firme.

— PARE DE FALAR, CALE A BOCA. — Bravejou Bakugou, sentindo sua cabeça girar, nunca tinha sentido tanta aversão por uma pessoa antes. Stain viu uma abertura e desferiu um corte profundo na lateral do corpo de Bakugou. O homem pensou que ele abriria uma brecha, por conta da dor, mas ele nem se moveu do lugar. Suas emoções descontroladas anulou quaisquer outros sentidos, seus olhos vermelhos brilhavam perigosamente.
Stain ficou impaciente, ele precisava matar o comandante, não poderia perder seu tempo aqui. Se sentiu na obrigação se pegar sua outra espada, e lutar seriamente.

Pegando suas espadas, Stain as cruzou em forma de X, parando um golpe direto de Bakugou. Faíscas voaram na colisão, o som alto fez com que os homens ao redor se assustarem. Stain usou a força do choque e empurrou a espada de Bakugou, repelindo o loiro, que recuou um passo, surpreso. Era a primeira vez que alguém aguentava seu golpe, mesmo que o outro usasse duas espadas, isso era fascinante.

— Não é culpa minha se o garoto é gostoso, e se eu tenho uma quedinha por sardas. — Stain continuou a provocar com um sorriso, estava pronto se livrar dessa pedra que surgiu no seu caminho.

Kirishima, que tinha recuado, sabia que isso não ia acabar bem. Ele não poderia ajudar, estava ferido. Como era inútil ali, saiu atrás de Todoroki, sua única esperança de salvar Bakugou.

...

Na floresta, o sons de pássaros foram ouvidos novamente, a tribo se comunicava ativamente sobre como as coisas estavam. Aparentemente, poucos inimigos chegaram ate o armazém, os que chagaram foram mortos na hora. Ao ouvirem que Midoriya tinha matado os guerreiros mais complicados, todos ficaram impressionados, e chocados. Tsuyu pediu ajuda para carregar o garoto, que desmaiou depois do abraço.
Depois de ser retirado da floresta, ele foi levado até o armazém. Os homens que estavam ali não puderam deixar de reparar no sangue grudado em seu corpo, era assustador. Qualquer guerreiro, experiente ou não, se sentia intimidado. Uma forte pressão emanava dele, mesmo com garoto inconsciente.

Depois de saber que essa pessoa sozinha já tinha acabado com boa parte dos homens, a única coisa que precisavam fazer era matar o resto. Como as coisas já estavam no controle, resolveram fazer um rodízio. Os grupos de caça que estavam lutando recuaram, e os guerreiros que estavam defendendo o armazém partiram para a floresta. Tsuyu ficou para trás, ela queria recuar e descansa, mas não poderia. Todo bom chefe fica ate o final da batalha, ele não pode demonstrar fraqueza ao seus homens. Mesmo assim, ela se sentia exausta, fisicamente e mentalmente.

Não pode deixar de pensar na cena de Midoriya ao redor de vários corpos, seu rosto confuso, o choro desesperado. Tsuyu queria que tudo acabasse rápido, para que ela pudesse voltar com o garoto para floresta.

A garota sapo estava tão distraída que não viu a lança que voou e atravessou seu ombro, ela só percebeu quando ficou presa na árvore. O sangue do seu rosto foi sugado, ela ficou pálida e a dor logo chegou, seu grito foi ouvido pela floresta toda.

O povo da tribo ouviu seu grito doloroso, desespero se fez presente. A única pessoa que ainda estava no fundo da floresta era Tsuyu, os outros estavam perto do armazém, para fazer a troca. Sem pensar duas vezes e com ações rápidas, eles viraram em direção do som e correram, como se suas vidas dependessem daquilo.

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