Nos últimos dias, Tsuyu cuidou muito de sua aparência, um líder precisava parecer confiante, heroico. Era uma situação bem ruim, ela estava triste, preocupada, cansada e ferida. A cicatrização já estava boa, mas fazer um buraco no meio das mãos nunca eram algo fácil de curar. As vezes sentia dor durante a viagem, mas não falava nada. Por algum motivo, Midoriya sempre percebia. Hoje ele ajudou com as feridas antes de irem descansar, mas Tsuyu não conseguiu dormir. A cidade não ficava muito longe, pretendia fugir. Saiu silenciosamente da barraca, não andou muito quando ouviu a voz de Midoriya:
— Fugindo? Você sabe que eles ficariam magoados. — Comentou.
— Eu ia pedir para os patrulheiros avisarem. — Resmungou se arrastando ate ele.
— E não vai mais? Eu, sinceramente, estou com tanta vontade de cavalgar. — Sorriu Midoriya, se convidando para saírem juntos.
— Que coincidência, eu também. — Ironizou Tsuyu.
Depois de uma breve conversa com os patrulheiros, os dois partiram em direção a cidade. A lua parecia um círculo brilhante no céu, dando passagem livre aos dois. Durante o trajeto eles conversaram, riram e brincaram. Fazia um bom tempo que não ficavam assim, despreocupados.
Quando chegaram, um dos guardas reais que ficou de plantão os guiou ate o acampamento. Ainda estava amanhecendo, o céu estava cinzento. O barulho de cavalos acordou o povo, que era muito sensível ao som. Um velho saiu curioso para dar uma espiada, quando viu sua chefe majestosamente no cavalo ele chorou. Com a voz trêmula de alegria e desespero, gritou:
— A chefe chegou! A chefe... CHEGOU! Finalmente! Muito obrigado espíritos sapos! — Na última frase o homem se jogou no chão e imitou a pose de um sapo, assim como Tsuyu na primeira vez que se encontrou com Izuku. Era uma visão estranha.
Quando ouviram os gritos, todos os acordados saíram das barracas. Alguns tinham varias machucados, desde arranhões até perda de membros. Midoriya suspirou frio ao ver aquilo.
— Chefe! — O grito e choros estridentes deles era alto e claro. Pela expressão de Tsuyu, ela segurava a vontade de chorar com muita força.
— Olá, minha família. — Sorriu, parecendo quase uma deusa — Sinto muito por interromper o sono de vocês. — Completou descendo do cavalo.
— Chefe! — gritou novamente o povo, agora com um tom feliz.
— Não sei a situação, e gostaria de sair do escuro. Eu não sei se tem algum ancião aqui, se tiver venha me passar os relatórios... — ela parou e apontou uma barraca aleatória — naquela barraca! Se nenhum estiver aqui, um líder de caçada pode vir em seu lugar.
—Sim, chefe. — O povo afirmou em uníssono. Eles pareciam aliviados da objetividade de sua líder.
Tsuyu pediu licença a pessoa que estava na barraca e entrou. Uma cama improvisada no chão ficava ao fundo, uma mesa sem cadeiras permanecia quieta no centro, com ajuda de Midoriya, ela arrumou três cadeiras.
Uma velhinha entrou um pouco depois de tudo estar no lugar. Ela se sentou em uma das cadeiras e não falou nada. Os olhos dela fitavam Midoriya com nojo e ressentimento.
— Anciã... você sabe que eu confio nele. — Suspirou Tsuyu ao perceber isso.
— Um Midoriya... raça desgraçada. — Desprezou a senhora.
— Anciã, por favor. — Pediu Tsuyu.
— Se essa coisa não tivesse voltado... — começou a anciã.
— Não mudaria nada. Meu pai decidiu fechar o acordo com o reino, uma hora alguém se levantaria contra isso. — Tsuyu interrompeu rudemente.
— Sempre odiei certas ramificações do nosso povo. Existe aqueles que não acreditam nos espíritos sapos, uma ofensa. Fico até aliviada de podermos, finalmente, se livrar dessa escória. — a anciã fez uma pausa para assentir satisfeita e continuou — Mas, chefe Asui, você e seu pai sabem que os Midoriya são perigosos. Não aceito esse garoto aqui. Ele tem o sangue de assassinos.
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jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku
FanfictionMidoriya é órfão de guerra, foi vendido como escravo com 5 anos e passou a ser melhor amigo de Bakugou, um escravo exemplar que servia a mesma família. A maneira como eram tratados era visivelmente diferente. Bakugou era um bom escravo, forte, sil...