Ordens

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No campo de batalha, localizado no centro. Todoroki recebia as ordens do general e fazia tudo que podia para cumprir. Tentou ao máximo manter todos juntos, para que pudesse dar suporte se necessário. Não era tão difícil assim, as coisas estavam indo muito bem ate agora.

O som de um cavalo foi ouvido vindo da sua esquerda, ele olhou confuso para Kirishima, que vinha a toda velocidade em sua direção.

— Bakugou precisa da sua ajuda, vá para a esquerda. — Kirishima falou com a voz abafada e trêmula.

O calmo e contido Todoroki sentiu seu sangue ferver, isso significa que Bakugou achou Stain.

— Não posso deixar meus homens, você assume meu posto? — perguntou Shoto, aflito. A coisa que mais queria era enfrentar Stain, não poderia perder essa chance.

Kirishima acenou positivamente com a cabeça, ele ficou o tempo todo com Bakugou, e mesmo sendo um fazendeiro, já sabia mais ou menos como fazer as coisas.

Pela primeira vez Kirishima viu Todoroki esboçar uma expressão animada. Logo após isso outra surpresa veio, Todoroki levantou a voz e gritou.

— Todos os soldados devem seguir as ordens da pessoa com cabelos ruivos que está montado no cavalo cinza, seu nome é Kirishima. O atual comandante, Todoroki Shoto, esta de saída. — Sua voz era clara como água, todos conseguiam ouvir. Os homens entenderam de imediato, e soltaram um grito alto para expressar compreensão.

Sabendo que já estava tudo bem, Todoroki deu uma tapinha no ombro de Kirishima e seguiu para a esquerda. O sorriso apareceu em seu belo rosto, no final ele ainda conseguiria vingar Midoriya com suas próprias mãos.

...

Na floresta, Tsuyu mordeu seu lábio inferior, na tentativa desesperada de aliviar a dor. Com os olhos cheios de lagrimas, ela procurou quem arremessou a lança. Viu movimento não muito longe, nos arbustos. O homem escondido ali não parecia ter a intenção de sair, mesmo tendo acertado a garota.

— Ele esta esperando reforços? Tem mais quantos a caminho? — Tsuyu pensou, desesperada. Se mais alguém viesse, a única coisa a sua espera será a morte.

Tendo consciência disso, Tsuyu desceu seus olhos hesitantes para examinar o estrago que foi feito em seu ombro esquerdo. A lança estava firmemente presa na arvore, junto com sua carne e casaco feito de pele de animais. A noticia boa era que a lança não perfurou seu ombro, só pegou de raspão, fazendo um corte fundo. Não parecia ter rompido nenhuma veia, artéria ou nervos, tirando a dor, estava tudo bem. A expressão de Tsuyu saiu de tensa para aliviada em segundos, pelo menos ela não perderia seu braço esquerdo.

Como continuava presa na arvore, ela usou sua mão direita para arrancar a lança. Ao se soltar, agiu rápido, se o homem atrás do arbusto resolvesse atacar novamente seria ruim. Tsuyu pegou as ervas que estavam guardadas em seu corpo e enfiou na boca, sem se importar com o gosto amargo. Enquanto fazia isso, tirou seu casaco, para poder ter uma boa visão do ferimento, pegou a erva mascada e enfiou no ferimento. A ardência fez com que ela soltasse um gemido de dor abafado, suportando a dor, ela pegou seu casaco e rasgou com sua espada, usando ele como faixa para enrolar seu ferimento.

Antes que respirasse tranquila, Tsuyu ouviu o som de um arco. Por instinto ela levantou seu braço esquerda na frente do seu rosto, na intenção de proteger sua cabeça. A flecha atravessou sua mão, fazendo um buraco, e parou centímetros do seu rosto. Sem pensar suas vezes, ela segurou o cabo da lança, com seu braço direito, e em um impulso arremessou. O zumbido do ar e som de algo caindo pode ser ouvido, como estava com medo de ter errado, Tsuyu desceu da árvore e foi examinar se tinha matado o inimigo.

O homem que atirou nela estava com a lança atravessada na sua garganta, a expressão dele era de choque. As mãos grossas do morto seguravam o arco com uma segunda flecha, que por pouco não tirou sua vida.

— Verme. — Resmungou, franzindo a testa por causa da dor. Suas costas estavam cobertas de suor frio, ela escapou por pouco da morte.

A garota ainda precisava cuidar de sua mão, ela usou a boca para quebrar a parte de trás da flecha e puxou para fora. Como não tinha mais ervas, Tsuyu só usou um pedaço do seu casaco para estancar o sangue. Seu braço esquerdo estava inútil, e extremamente dolorido. Com o fim desse confronto, ela voltou a subir na arvore. Os movimentos das suas pernas estavam duros, a dor estava afetando seu desempenho.

A única coisa que poderia fazer nesse estado era chegar ate seu povo, antes que mais soldados aparecessem. Enquanto seguia em direção do armazém, ela analisou o local. Muitos corpos estavam espalhados por todo o terreno, isso foi feito por Midoriya, que saiu matando todos que viu pela frente. O cheiro de sangue era muito forte, isso irritava a garganta de Tsuyu, sua respiração estava pesada e seu pulmão ardia.

Depois de algum tempo o barulho de armaduras pode ser ouvido, reforços estavam a caminho. Tsuyu ainda estava muito longe, não daria tempo de chegar até do seu povo, e ela não estava em condições para lutar.

A futura chefe soltou um suspiro derrotado, ela sorriu triste, iria morrer hoje. Sua mão direta foi ate seus lábios, estava pronta para dar um sinal de retirada. Sua tribo entenderia que a prioridade é o armazém e seguirão ate o fim a ultima ordem de sua chefe.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora