Plano

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O plano finalmente seria colocado em prática. Tsuyu estava com uma expressão horrível, como se a qualquer momento matasse todos para se livrar do peso da raiva.

— Chefe, avistamos o grupo de caça. São 24 pessoas no total, maior do que o esperado.

— Me tragam minha espada. — Pediu ao homem atrás dela, a anciã confiscou a arma por precaução.

— Chefe, devemos atacar? — o homem que relatou perguntou, cauteloso.

— Claro. Depois de matar pendure os corpos de cabeça para baixo nas arvores, os da região da frente eu elimino. — disse de maneira fria.

— Sim, chefe. — o homem se afastou em alta velocidade.

— sua espada. — o homem segurou a arma com as duas mãos na frente de Tsuyu, que pegou a arma com um sorriso no rosto.

— Hora de caçar. — disse pulando em uma árvore e correndo atrás do homem que relatou.

Assim que avistou um homem que não era aliado, puxou a espada da bainha e cortou diretamente o pescoço da pessoa, mandando a cabeça voando para longe. Sem se importar com o corpo, saiu atrás de outra presa.

Após matar cerca de dez pessoas, Tsuyu ouviu o novo assovio deles. O homem avisava que metade dos corpos foram retirados da floresta e metade foi pendurada, como ordenado. Já que mais ninguém estava vivo, Tsuyu caminhou ate o ponto de encontro.

— Chefe. — os homens que entrariam na tribo cumprimentaram a chefe.

— Escutem, vamos repassar as ordens. — disse com a voz um pouco alta — Vocês vão voltar a caverna, como se sempre estivessem nela. Deixarão suas comidas com o líder e alguém, que já sabe o que dizer, vai relatar o desaparecimento de alguns homens. Quando entrarem na tribo vão se separar, não devem ficar sozinhos e seria bom se conseguissem encontrar algum amigo e fingir que procuravam por eles a algum tempo. Fiquem em silêncio e escutem, quanto mais informações, melhor. As mensagens serão todas através da técnica de amarrar cordas¹, todos passaram o mês aprendendo com a anciã e devem se lembrar muito bem. As cordas devem ser colocadas nas arvores perto dos riachos em que abastecemos a água, e nunca deve sair mais de dois de vocês em cada caçada. Se aproximem dos que parecem ter informações, ganhe a confiança deles e se aproveitem disso.

— Sim, chefe. — os homens concordaram rápido, eles eram cerca de dezoito.

— Ótimo, desejo a vocês sorte. — Tsuyu sorriu — Caso isso de errado, quero que saibam o quão grata estou por seus sacrifícios. Muito obrigada. — Tsuyu pegou nas mãos de um por um e curvou sua cabeça em respeito.

Os informantes partiram depois disso, todos em direção a caverna. O mais forte deles carregava dois javalis nas costas, chamar atenção era bom, não suspeitariam de alguém que não faz questão de se esconder. Quando chegaram, se misturaram entre os outros e levaram as carnes ate o líder, que era quem decidia onde a carne é limpa e preservada.

— Vocês fizeram uma boa caçada. — o homem elogiou — fiquem com a caverna de sal, tenho certeza que o chefe vai amar comer javali fresco. — riu e bateu nos bichos mortos no chão.

— Líder — um senhor chamou, ganhando a atenção do homem. O senhor que falou era o mesmo que ajudou Midoriya, ele parecia extremamente calmo — alguns dos nossos homens sumiram. Éramos vinte e quatro, agora somos uns quinze.

Os outros ao redor começaram a murmurar, realmente sentiam a falta de alguns homens.

— A provocação deu certo? — o líder riu — já era esperado, todos recuem ainda hoje, a não ser que mais de vocês queiram morrer. — sorriu em desafio — Os meus companheiros e eu vamos procurar pela prostituta, avisem o chefe quando voltarem.

O líder disse e saiu da caverna todo animado, parecia ter algum tipo de fixação por Tsuyu.

— Velho. — um dos informantes mais jovens chamou — Deu certo?

— Aparentemente — o senhor sorriu — apenas aja como os outros.

O velho começou a juntar as coisas de alguém aleatório, como se fosse seus próprios pertences. Os homens estavam todos apressados, então, ninguém olhou ou notou algo estranho. Após recolher as coisas, saíram da caverna e avançaram em direção a tribo. O velho soltou a bolsa que tinha nas mãos e tirou as próprias coisas de dentro da boca dos enorme javalis. Os outros informantes fizeram o mesmo, saindo rapidamente do local sem chamar atenção. Avançaram pelas arvores, se aproximando cada vez mais de casa, o cheiro de queimado ainda era bem nítido, o que incomodava um pouco.

Ao chegarem, o senhor sentiu o coração na boca. A montanha dos guerreiros era apenas uma mancha preta carbonizada, as únicas casas inteiras eram as próximas aos lagos, que sempre estavam úmidas. Algumas árvores também acabaram queimadas, e a visão mais assustadora era a da caverna de órfãos. Ela estava lotada de ossos, caveiras e corpos dos mortos no incêndio. O senhor reconheceu apenas pela roupa o corpo de um dos seus “filhos”, se esforçou e segurou na base do ódio o choro. Os outros não olharam por muito tempo, se espalhando pela tribo de maneira rápida para que se os outros voltassem não conseguissem pega-los.

O senhor caminhou pelo lugar meio bambo, suspirando tristemente. Conseguiu ver ao longe a casa intacta de Midoriya, que ficava afastada de todos. Sua surpresa foi enorme ao ver alguém sair dela, e aparentemente era o novo “chefe”. Mas algo estava errado, pois esse homem gigante e musculoso possuía cabelos amarelos e olhos pretos. Nenhum homem sapo tem essas características.

...

Bakugou estava irritado. Fazia mais de um mês que Midoriya estava no reino, mas não conseguia, e nem podia, visita-lo. Aoyama colaborou e ajudou a encontrar o menino, que estava sendo treinado na região oeste longe dos olhares de todos. Foi até lá e ninguém o deixou entrar, mesmo gritando que era enviado de Hakamata. O general Aizawa simplesmente cagou para seus pedidos e insistência. Ficou na frente dos portões por quase uma semana quando Hakamata mandou uma carruagem busca-lo. Aparentemente, o general que treina Midoriya pediu para que tirassem ele da frente de sua propriedade.

Midoriya não apareceu nem uma vez, talvez por não ter escutado. Os barulhos de pessoas treinando na frente da mansão abafavam qualquer grito que desse, era realmente frustrante. Agora, já em casa, Hakamata o chamou de impulsivo e ainda o castigou com deveres escritos. Estava no inferno. Shinsou nada disse, no máximo riu do silêncio assustador que Bakugou fazia na hora dos deveres.

Como o tempo passava e nada acontecia, resolveu que esperaria. Enviou uma carta ao general implorando para ser ele a ensinar Midoriya a ler, como prometeu a algum tempo. Mas, até agora, o general parecia não se importar nem um pouco com isso. Cansado de outro longo dia de tarefas, se despediu do seu professor e foi deitar. Precisava dormir.

— Ele já foi para cama? — Hakamata chegou um pouco depois de Bakugou sair e perguntou a Shinsou.

— Nunca vi ele tão quieto e triste. — confessou — Qual o motivo de você não deixar eles se verem? — perguntou em duvida.

— Isso é ideia do seu pai. — Hakamata sorriu — Ele acha que o garoto sapo se faz de vítima perto de quem conhece e confia.

— Isso nem faz sentido. — Shinsou suspirou cansado.

— Seu pai suspeita até da própria sombra. — Hakamata riu de maneira elegante.

— Mas quando confia em alguém não hesita em apostar sua vida. — Shinsou massageou entre as sobrancelhas.

— Um homem bem resolvido. — admitiu — Vá descansar, amanhã você vai sofrer muito.

— Vou? — perguntou preocupado.

— Convidei Todoroki Shoto para vir treinar com Bakugou, quero ver o quanto ele se desenvolveu. — Hakamata sorriu esperançoso, até agora ainda não chegou a ver pessoalmente a evolução de Bakugou.

— Que ótimo dia para morrer. — Shinsou suspirou triste.

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Nota¹: a técnica de amarrar cordas é extremamente antiga e, segundo uma pequena pesquisa que fiz, ela veio da china. Eles amarravam cordas de tamanhos diferentes para registar acontecimentos antes de inventarem a escrita.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora