ciúmes

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— QUE PORRA É ESSA? — Bakugou gritou, seu rosto demostrava choque e raiva.

Midoriya se sentiu surpreso de inicio, depois percebeu que não era tão chocante encontrar seu amigo aqui. O que deixou o garoto confuso foi a reação de Katsuki, parecia querer cortar uma pessoa ao meio.

Antes que ele respondesse um garoto ruivo entrou logo atrás dele, ele olhou para os dois e sua visão parou em Midoriya.

— Você o conhece, Bakugou? — Ele sorria mostrando seus dentes pontudos.
Bakugou não respondeu, deu passos pesados em direção a Izuku. O loiro pegou facilmente o outro pelos braços e levantou, pretendia xingar mais um pouco. Izuku foi mais rápido, passou seus braços pelo tronco do loiro e se enrolou nele, dando um abraço cheio de saudade.

Sua mente ficou em branco, por instinto, passou os braços ao redor do corpo de Midoriya e abraçou forte. Afundou a cabeça no pescoço do pequeno, sentiu seu cheio e sussurrou com a voz rouca — Eu senti sua falta.

Todoroki e Kirishima assistiram aquela cena e não falaram nada, os dois não sabiam o que estava acontecendo.

— Você me assustou sabia? Entrou do nada, quase que machuquei o capitão. — Depois de soltar Bakugou ele aprontou para as costas de Todoroki, que estava machucado. Foi quando entendeu o que ele viu, se sentiu um pouco envergonhado.

— Vocês se conhecem? — agora quem perguntou foi Todoroki, que parecia confuso.

— Kacchan é meu amigo de infância, servimos a mesma família. — Midoriya explicou, voltando a se abaixar e terminar de enfaixar Todoroki. Ele não viu a testa enrugada de Bakugou, que mostrava desgosto da palavra "amigo".

— Você era um escravo? — Todoroki continuou a perguntar, ele não sabia muito sobre o garoto. Depois de ser salvo, ficou curioso sobre o garoto. Talvez ele se torne um general, é bom manter contato com alguém como Izuku.

— Isso é obvio, né. — Bakugou falou, ele sentiu raiva do bicolor, talvez fosse ciúmes — Como você veio parar aqui? — perguntou para Izuku. Temia que o garoto tivesse fugido, estava preocupado.

— Agora faço parte de uma tribo, depois que você partiu eles mandaram alguém me buscar. — Izuku, que terminou de enfaixar Todoroki, respondeu sorrindo.

Bakugou sentia tanta falta do ar inocente e sorriso gentil do amigo, ele teve que controlar seu impulso de agarrar o garoto novamente.

— Já que terminou eu te levo ate sua tenda, você me explica no caminho. — Bakugou deu um sorriso, um raro sorriso gentil, parecia querer proteger o garoto ate da própria sombra.

Kirishima ficou assustado, sempre viu o loiro bravo ou deprimido. Esse sorriso que ele acabou de dar, era um que ele nunca pensou que veria, sentiu seu coração acelerar um pouco.

Antes que ele ou Todoroki falassem algo, Bakugou pegou a mão de Midoriya e guiou o garoto para fora. Ele passou por Kirishima, que assistiu aquilo se sentindo muito confuso.

— Parecem se dar bem. — Kirishima não resistiu em falar, viu Todoroki concordar com a cabeça.

— Eu ainda não acredito que é você, será que isso é outro sonho? — Bakugou falou, ele sorria e encarava o rosto de Izuku, entrelaçou suas mãos ao do pequeno, que sorriu pensando que o loiro ficou mais carinhoso.

— Eu sabia que te encontraria aqui, só não achei que seria tão cedo. — Izuku disse, ele riu um pouco do amigo, seu sorriso permanecia igual os das memória de Bakugou, gentil e calmo.

Ele ouviu toda a história de Izuku e como estavam sendo seus dias. Izuku também fez perguntas e Bakugou contou sobre Kirishima e sobre como sua vida estava.

— Já chegamos, capitão de cem homens. — Izuku brincou, ele estava muito feliz com toda a melhora do loiro. — Vou te alcançar bem rápido, vê se não dorme! — completou, ele fez uma falsa cara de bravo, que arrancou uma risada alta de Bakugou.

— Não se preocupe, se eu relaxar você me deixa para trás. — Seu olhar era gentil, ele sentiu uma pontada de dor, não queria se separar do garoto. — Venha para meu esquadrão, Deku. Eu falo com o filhinho de papai sobre isso, ele não negara. — Seu rosto era serio, Midoriya podia ver o olhar inabalável do amigo, ele queria muito que ele aceitasse.

— O capitão se machucou, acho que eu seria mais útil se continuasse com ele. Você já é forte o suficiente e ainda tem a ajuda de Kirishima, que parece muito confiável. — Bakugou sabia que ele estava certo, mas trocaria Kirishima pelo Deku sem hesitar.

— ... eu só queria ficar mais tempo com você. — Confessou, ele corou levemente e virou a cabeça para o lado, desviando o olhar e fazendo biquinho.

Midoriya achou graça da cena, pegou o rosto de Bakugou entre suas mãos, fazendo ele voltar a encarar o garoto.

— Eu senti sua falta, Kacchan. — Seus olhos verdes encaravam os olhos escarlates de Bakugou, que tremeu um pouco em resposta. O loiro colocou suas mãos sobre as de Izuku, puxou o pequeno para outro abraço, e fez carinho nos seus cabelos verdes.

— Você não tem ideia do quanto eu senti a sua, Deku. Era como se tivessem cortado minha alma em dois, não quero nunca mais sentir algo parecido. — Sua voz estava tremula, Midoriya podia sentir a dor quase palpável de suas palavras, ele apertou o loiro com força, como se tivesse tentando juntar sua alma novamente.

Depois de um tempo assim, Bakugou relutantemente se afastou. Ele pegou a bochecha de Izuku com sua mão e fez carinho, o garoto fechou os olhos e dobrou seu cabeça em direção ao toque, pedindo mais. Os olhos de Bakugou desceram ate a boca levemente rosada de Izuku, ele não resistiu e deu um leve impulso para frente.

— Lindo, uma linda amizade. Sinto muito por interromper, só que, Bakugou, nos temos que voltar. — Kirishima, que apareceu do nada, assustou o loiro que recuou no meio do caminho.

A voz do ruivo veio de suas costas, ele virou e fuzilou o garoto com seus olhos. Kirishima sorriu como se não entendesse nada e olhou Izuku, que estava com uma expressão normal, ele não tinha visto o quase beijo que foi interrompido.

— É melhor você ir, Kacchan. Temos um longo dia amanha, seu amigo e você precisão descansar. — Nem o sorriso gentil de Izuku conseguia acalmar a raiva que sentia agora, queria voar na garganta do ruivo.

— Eu vou, você entra e dorme. — Bakugou falou, antes de sair bagunçou os cabelos verdes do pequeno, que sorriu em resposta.

— Boa noite, Kacchan. — Foi a ultima coisa que disse, ele entrou na sua tenda, pronto para desmaiar ate o dia seguinte.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora