Após a chegada da tribo, todos foram separados, cada um mandado para um lado. A imprevisibilidade e habilidade de cura da tribo era muito útil, espalhados eles cobririam o exercito inteiro, um ajuda indispensável. Tsuyu era a única exceção, estava com um pequeno esquadrão, para honrar o título dela de chefe.
Midoriya foi mandado para perto da floresta, no flanco esquerdo do exercito, seu comandante era um garoto da sua idade chamado Todoroki Shoto. Midoriya só o viu de longe, ouviu fofocas ao seu respeito e ignorou todas.
Depois de montar sua barraca ele decidiu dormir, pela manhã deve focar no campo de batalha.
Quando acordou, o sol já invadia sua barraca, ele saiu, esfregou os olhos e foi pegar seu café da manhã que já estava sendo distribuído. Reparou pelo canto do olhos que Todoroki estava sentado sozinho, decidiu cumprimenta-lo.
— Bom dia, capitão. O sol esta bem bonito hoje, não acha? — o sorriso de Midoriya era acolhedor, ele parecia estar dizendo um oi a um velho amigo.
— ... — Shoto examinou o garoto de cabelos verdes. Ele não aparentava ter muita força, além de suas bochechas levemente coradas darem um ar inocente ao garoto. Não se parecia em nada com um soldado, Todoroki não pode deixar de pensar — Coitado, foi mandado para encontrar a morte.
Midoriya ao ser completamente ignorado se sentiu um pouco desapontado. Lembrou dos ensinamentos de seu amigo — Kacchan me avisou, nobres não falam com pessoas como nós.
Mesmo não tendo recebido nenhuma resposta, se sentou perto e ficou ali ate terminar seu café. Só depois de acabar se levantou e deixou o comandante sozinho. Antes de se afastar demais, ele virou e murmurou sorrindo:
— Foi bom falar com você, capitão. — Sua voz soava brincalhona e irônica, isso arrancou um leve sorriso de Todoroki, ele não esperava que o garoto fosse debochado.
Os exercícios estavam todos posicionados, Midoriya estava junto com os outros soldados de pé, Todoroki em um cavalo. Era pequeno e sua visão muito limitada, por isso, não olhou tanto ao redor.
Quando sentiu o choque da colisão com o exercito inimigo ele mostrou suas garras. Segurando o punho de sua espada, dançou no meio do exército. Sua esgrima dependia inteiramente de agilidade e movimentação, por onde passava uma pessoa morria. Ninguém reparou nele, já que tudo estava um bagunça.
Em uma das pausas para recuperar o folego, Midoriya viu que Todoroki estava cercado por inimigos. As costas do comandante estavam desprotegidas, uma espada o acertou em cheio, deixando um corte nele. Antes que a espada fosse muito fundo, uma flecha atravessou sua cabeça. Izuku pegou seu arco e focou em derrubar soldado atrás de soldado. Todoroki sentiu o impacto e não demorou em responder, ele estava ferido, mas não era serio.
Depois de ter certeza que as coisas estavam sobe controle, o garoto guardou seu arco nas costas. Como se nada tivesse acontecido, voltou a dançar no campo de batalha. Por onde passava, retalhava o inimigo. Midorya focou em salvar seus colegas, parecia mais preocupado em manter todos vivos em vez de matar.
Quando o sol estava se pondo, o ataque cessou e ambos os exércitos recuaram. Midoriya estava exausto, nem conseguia se aguentar em pé. Deu alguns passos pesados, mas não conseguiu andar por muito tempo, sentiu que ia cair de cara nos corpos que ali estavam. Antes que isso acontecesse, sentiu braços quentes e gentis rodearem sua cintura.
Todoroki, que parecia nao estar incomodado com o machucado, levantou Izuku e o colocou no cavalo, subiu e guiou seu esquadrão em direção ao seu acampamento.
Os dois ficaram quietos, ouvindo os soldados se lamentarem por perderem amigos, ou se gabarem por ainda estarem inteiro. Ficaram todo o trajeto de trinta minutos em silêncio. Quando chagaram, Todoroki desceu e pretendia pegar Midoriya no colo novamente, o garoto estava preparado e desceu do cavalo sozinho.
— Eu só precisava recuperar o folego. — Disse envergonhado, seu rosto mostrava clara exaustão, ele se esforçou muito.
— Não deveria pegar tão pesado, é só o primeiro dia. — Todoroki repreendeu, sua voz tremeu levemente, provavelmente por dor.
— Sinto muito, eu exagerei. Vou ajudar com seu ferimento, só me de um minuto. — Sem esperar por uma resposta, deu as costas a Todoroki e foi ate sua barraca. Ele jogou sua espada do canto junto com o arco e pegou uma pequena lata, nela tinha uma pasta que preparou com antecedência.
Caminhou ate a barraca de Todoroki, que era bem maior, pediu licença e entrou. O bicolor já estava sem camisa, revelando o corte, que não era fundo.
Midoriya avançou e ajudou a limpar a ferida, Todoroki não falou nada, o clima era um pouco constrangedor, quando viu o pequeno pote não pode deixar de perguntar.— O que é isso?
— É uma pomada curativa, feita com ervas medicinais. Vai ajudar a cicatrizar, capitão. — Midoriya murmurou a resposta sem tirar os olhos das costas largas do comandante.
— ... Obrigado. — A voz tremula de Todoroki tocou os ouvidos de Izuku, que sorriu em resposta.
— Agradeça a minha tribo, se não fosse por eles eu não saberia como fazer ela. — Depois de distribuir a pomada, ajudou a enfaixar Todoroki, que parecia gostar do toque gentil de Izuku.
— Eu estava me referindo a quando me salvou. Se não fosse por você, esse corte seria bem pior. — Sua voz tinha suavizado muito, era calma como sempre. O toque suave de Midoriya fez ele se sentir extremamente relaxado sem perceber.
Midoriya corou um pouco envergonhado, antes de responder foi interrompido por uma pessoa que entrou grosseiramente na barraca.
— Ouvi que o filhinho de papai se mach... DEKU? — Bakugou deixou seu queixo cair, chocado. Bem ali, na sua frente, o garoto que anda perturbando sua cabeça estava sentado no chão, corado, com suas mãos nas costas de Todoroki.
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jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku
FanfictionMidoriya é órfão de guerra, foi vendido como escravo com 5 anos e passou a ser melhor amigo de Bakugou, um escravo exemplar que servia a mesma família. A maneira como eram tratados era visivelmente diferente. Bakugou era um bom escravo, forte, sil...