O começo

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— Você deveria ser grato, beijar os meus pés. Eu fui bondoso em compra você, então, vê se faz algo de útil e não me de prejuízo! — Gritou o homem gordo enquanto batia em um garoto com o chicote.

O pequeno, de sardas e cabelos verdes, estava de joelhos na frente de uma tigela quebrada. Aparentemente, o garoto derrubou.

— Des... desculpe. — murmurou entre choros baixos.

Midoriya se sentia péssimo. Desde que chegou, apenas falhou nos serviços. Não acertou nenhuma vez sequer, e por causa de sua fraqueza foi enviado para trabalhar na cozinha. Mas, era atrapalhado demais, quebrando coisas e resultando em punições, nos quais poucas chicotadas ja lhe arrancavam sangue, o fazendo chorar para aliviar dor que sentia, assim parecendo barulhento e irritante.

Mesmo dolorido, tentava juntar toda a bagunça que fez o mais rápido possível. Ao seu lado, um garoto loiro ajudava rapidamente sem dizer nada. Os dois pareciam ter a mesmo idade, cerca de 5 anos, isso fazia seu mestre ainda mais infeliz. Enquando o garoto loiro, Bakugou Katsuki, era eficiente e praticamente mudo, Izuku em comparação era uma verdadeira criança, chorando e quebrando coisas.

Na opinião de Midoriya, Bakugou é alguém muito gentil. Por mais que falasse de maneira grosseira, sempre gritando, avisou sobre o que não fazer, para evitar punições. Quanto aos outros escravos, ninguem se deu ao trabalho de falar nada.

Quando o mestre ficou satisfeito de bater no garoto, ordenou que ninguém o alimentasse pelo resto do dia e saiu ainda gritando que Midoriya era um desperdício de tempo e dinheiro.

— Eu disse que você tem que ter cuidado, merda. — Bakugou resmungou — O mestre odeia que quebre suas coisas, surdo. Você também deve evitar olhar nos olhos dele, ou vai achar que você o está desafiando. — aconcelhou enquanto terminava de limpar a bagunça.

— Obrigado, eu vou melhorar. — Midoriya abaixou a cabeça, envergonhado.

Como o mestre lhe colocou em castigo, alimentar os animais e limpar suas fezes era seu dever. Esse era o trabalho que as pessoas menos gostavam de fazer, com o tempo isso virou a punição dos erros dos escravos. Como izuku sempre fazia algo errado, ja era rotina estar com os animais, eles até se acostumaram com sua presença.

Quando terminou, já estava entardecendo. Sabendo que não comeria hoje, resolveu ir praticar. Precisaria trabalhar duro se quisesse realizar seu sonho de ser general. Esse sonho começou quando soube que seu pai, um soldado comum, morreu no campo de batalha sem nenhum feito. Mas, mesmo não sendo ninguém, ainda trazia um orgulho inestimável ao garoto. E para realizar esse sonho por seu pai e por si mesmo, precisaria treinar o máximo que pudesse. Ainda se lembra vagamente de ver seu pai praticando esgrima com uma espada de madeira, esse era seu plano.

Midoriya foi ate uma enorme floresta que não ficava muito longe, se aproximou de uma árvore para pegar um galho e ouviu sons de golpes. Dando uma espiada, descobriu que a fonte do barulho era Bakugou, que mexia um graveto como se fosse uma espada. Midoriya pisou em um galho, o barulho assustou o loiro, que largou o graveto na mesma hora.

— O que está fazendo? — Assim que viu que era o escravo atrapalhado, bufou de raiva — Você deveria guardar energia e dormir, está proibido de comer hoje.

— Você estava treinando? Como um soldado? O graveto era uma espada, certo? — Izuku, que não parecia ter ouvido, perguntou com olhos brilhantes de admiração e antecipação.

— Pode rir se quiser, mas vou me tornar um general. — Bakugou pegou seu galho novamente, sem se importar com o menino — Serei o primeiro escravo a me tornar um, e darei uma surra em qualquer idiota que achar que pode ganhar de mim. Comprarei minhas próprias terras, vou ter uma enorme casa e todos meus criados serão pagos e tratados bem. — Sua voz se ergueu, como se já se orgulhasse do homem que se tornaria.

Midoriya ouviu atentamente, com olhos brilhando em admiração.

— Eu também! — gritou alegre — Vou ser um grande general, servirei ao rei e trarei paz para as pessoas. — Enquanto falava, dava soquinhos no ar.

Bakugou sorriu, Izuku era a primeira pessoa que não ria de seu sonho e até parecia mais doido que ele. Sua impressão dessa pessoa melhorou, suavisando seu temperamento, estendeu a mão direta em um punho.

— Vamos fazer um trato, então. Um ajudará o outro, até conquistar a posição de maiores generais do reino. Nós seremos inseparáveis e invencíveis. — Midoriya não hesitou em dar um soco do punho de Bakugou, demonstrando sua concordância. O loiro sorriu, contente — Agora, vamos ser realistas. Somos crianças, escravas e fracas. Temos que seguir as regras do nosso mestre e pedir por liberdade quando ficarmos mais velhos. Além disso, vamos ter que dar nosso melhor treinando. Os garotos nobres tem poder, professores e tempo. Devemos começar logo, treinar ate sentir que nossos corpos vão rasgar e nosso coração explodir, para poder competir em igualdade com eles.

— Começamos agora? — Midoriya, que não aparentou desânimo, perguntou.

— Se você acha que aguenta... — Bakugou sorriu de lado, animado.

jovem guerreiro | Tododeku | Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora